Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa
Dizem que a luz
está voltando,
só não dizem
quando é que
a liberdade vai
voltar para o
seu devido lugar.
Não sei como
é que podem ter
acreditado em um
'chisme' de quartel,
e se rendido ao
papel de prender
quem nada fez
contra a Pátria,
não me permito
ficar conformada.
Não se prende
alguém só porque
meia dúzia usou
de acusação na fala,
Todo mundo sabe
que o General
está há poucas
horas de completar
um ano preso
sem ter feito nada.
Há alguma notícia
sobre os presos
nas duas siglas,
e assim segue
o silêncio brutal.
É o abuso do absurdo
com o nosso coração:
os planetas dançam,
as horas passam,
eu não sei de nada
e você também não.
O mundo rodopia,
e nós sequer sabemos
dos presos políticos
detidos nas duas siglas
o quê sobra é a grave
e cruel silenciação;
a única certeza
que todos nós temos
é da plena escuridão.
Que venha a luz
e que acabem com
o silêncio de metal
que está sufocando
a minha poética de
um jeito sem igual.
Ainda a luz
não voltou,
e a liberdade
também não;
do cansaço
dos olhos
do General
não consigo
fingir que não
me atingiu,
pois a justiça
ainda não
o libertou.
Ah, Venezuela!
Se inteira eu
pudesse te
pôr no meu
colo como
se fosse uma
criança para
fortalecer
a esperança
que o tempo
ruim irá terminar.
Pediria para
fechar os olhos
não desistir
dos teus sonhos
e passava as mãos
nos teus cabelos
e diria baixinho
que a tempestade
irá em breve passar
Para entender
estes poéticos
relatos sobre
contemporâneos
e tristes fatos,
não basta ler
só nos jornais
é preciso saber
interpretá-los.
Há uma Nação
em desgaste,
e Forças que
não se entendem,
é necessário
uma reconciliação
mais do que urgente.
Na pessoa de um
inocente General
vou contando
a epopeia da Nação
da fronteira vizinha,
essa prisão contra
ele tem tudo o quê
a moral definha.
Quem sabe o quê
ocorre dentro
da vida militar
tem a ciência
que basta uma
vez discordar
para levar
a faixa de traidor,
foi o quê levou
à prisão este
General de nobre
coração e fiel andor.
A verdade triunfará
mesmo que dependa
que não olhemos
mais para trás;
ela é indomável
por mais que a
tornem represada.
O sangue do povo
originário derramado
não há como apagar,
A exaustão da tropa
e a desconsideração
com a fragilidade civil
não há como ignorar.
Ciente disso não
necessito lançar
nenhuma maldição,
Pois o destino não
nega à ninguém
a compensação,
por isso prefiro
a reconciliação.
O cansaço dos olhos
do General injustiçado
já faz parte dos meus,
e não há como apagar,
mas ainda há tempo
de colocar a verdade
no lugar e o libertar.
Não se
prende um
inocente
e leal
soldado
da Pátria,
não se
maltrata
o físico
de quem
em missão
a vida toda
ao povo
entregou,
e à ele nunca
se recusou.
É a epopéia
e indignação
de quem
sabe de
quem se
trata,
e tem
aleveza
que pela
liberdade
de quem
merece
não cruzou
os braços,
e a boca
jamais calou.
Não é
a primeira,
e nem será
a última
vez que
declaro
que da
trincheira
sou o último
soldado
mesmo que
ninguém
em mim
acredite,
sou a tal
poesia que
ultrapassa
a fronteira
mesmo
que se
encontre
fechada
para tocar
o coração
e pedir por
Humanidade.
No momento sou
o eco da voz
da venezuelana,
mesmo sendo
verso e memória,
não tão distante
quanto aparento,
mas próxima
o suficiente
para implorar
que corrijam
essa História.
Por mais que tentem
ocultar a imagem,
calar a voz
e lançar no limbo
do esquecimento,
ele está no coração
do povo e nem
o tempo tem
a condição
de apagar
que o General
pertence
ao Movimento.
Porque eu sou
aquela que na
lembrança dança
com o Comandante,
e o calendário só
reconhece o dia
quatro de fevereiro.
Não estou
de acordo
com o confisco
dos ativos
do petróleo,
não é assim
que se joga
o jogo matando
mais ainda
o povo sofrido.
Que se é para
matar que seja
a sede e a fome,
e não o povo
que até o girar
dos ponteiros
o consome;
porque esse
Deus da Guerra
não pertence
à Venezuela.
Sou poeta,
coração em
pleno agito,
quero que
me deem
conta do
General
e de cada
preso político.
Que se é para
libertar que
seja aqueles
que não
têm sangue
nas mãos,
que não
foram julgados,
e aqueles que
se encontram
há muito tempo
nos calabouços
da vida encerrados.
Goste ou não
dessa máxima
quase poética
em tempos
de negação
da realidade:
discordar é
um direito
mesmo que
não seja
perfeito
ou do teu jeito.
Discordar não
tem a ver com
crime, traição
ou rebelião
para colocar
quem quer
que seja preso.
Discordar não
pede anistia,
por não ter
nada a ver
com rebeldia;
apenas pede
pronta libertação.
O verdadeiro terror
para o futuro é viver sem
reconciliação e sem perdão.
Não preciso descobrir
ou ler que o livro
da vida não deseja o pior
para cada um de nós
nestes tempos quase perfeitos
para o ego morrer onde esgotamos
a coragem de manifestar
a vontade e a nossa bondade.
É preciso reagir
e dar espaço generoso
para a liberdade
e reconciliação
com o General, a tropa
e toda a sua Nação.
Enquanto não
libertarem
o General
e a tropa
O meu coração
vai seguir
aborrecido,
E a minha
alma injuriada.
Silenciosas as
asas do condor
sob Abya Yala,
A minha canção
você não cala,
Porque falo
o quê precisa
sempre ser dito.
Ressoam as
vozes nas ruas,
O povo grita
com brio,
Induzido a um
enfrentamento
sombrio,
Culpa de um
Império maldito.
O patriotismo
da região foi
estrategicamente
afastado para
que o povo
achasse normal
todos os dias
ser roubado,
e o povo
mutuamente
se fazer agredido.
Abertamente
tudo isso me
preocupa porque
na minha terra
nem chargista
é respeitado,
Querem fazer
da Venezuela
a porta de entrada
para o desconhecido.
Sensação estranha
desde o último poema,
tão perdida que não
alcança os passos
calmos de um dervixe
em pleno inverno,
sentindo as dores
dos povos que vivem
no inferno em busca
de uma esperança
ou alguma consolação,
o caminho existe
para que tiver disposto
em abrir o coração
para a paz que traz
a verdadeira libertação.
Em idílica jornada
escrita na parede
A Historia não mente:
Estás preso inocente.
As minhas letras
são feitas da tinta
Do clamor do amor
do teu povo,
Padecendo de agonia.
De joelhos, coração
e mãos reunidas
Em profunda oração:
sou pedido de justiça
E convicta teimosia.
Não me calo e não deixo
ninguém calar,
Permaneço irredutível
até o pesadelo passar.
É incompreensível
A promessa ainda não
Cumprida de liberdade,
O mundo está assistindo
O homeopático massacre
De um povo exaurido,
Que no vazio das ruas
Deu o seu augusto grito.
É infinitamente noite,
De espera por cada preso
Político que me irmano,
Porque o fatal desprezo
É mais do que um acinte,
É o abandono da vítima
Sem aparentes marcas
De um chocante crime.
Não pense que dos meus
Versos tu escapará livre,
Eles não entram em greve.
Versos que irão atrás
De você até te capturar
E farão pelas tuas mãos
A liberdade regressar
Do jeito que prometestes.
Do Império não
prevejo o melhor,
porque essa história
eu bem conheço,
sei que não dá para
abrir mão do receio.
No relógio da vida
eis o giro do tempo,
que não venha mais
nenhum tormento.
Porque da trincheira
sou o último soldado,
ideologia poética,
aceno total de paz
e oração de devota:
implorando a liberdade
do General e da tropa.
Está bem
na nossa
cara que
o Brasil
nunca mais
foi o país
de antes.
Não sei
sei o
porquê
disso,
mas
a cada dia
estamos
distantes
de um país
que penso
que nunca
mais vamos
reencontrar.
Não sei
quem foi,
da onde
surgiu,
Só sei
que virou
notícia,
porque
interrompeu
a Missa,
e o motivo
que o levou
até a Igreja
da pior
maneira
possível
mais
desconhecido
impossível,
é preciso
investigar.
Ele atirou
contra
o povo,
tirou a
própria
a vida
e levou as
dos outros,
só Deus
para perdoar,
porque
nesse país
pelo jeito
nem mais
em paz
se pode rezar.
Não
convivo
bem com
propaganda
do medo,
Não
entendo
como
ninguém
viu isso
antes,
A vida
está
difícil e das
armas eles
são amantes.
Não
convivo
com
falta de
esclarecimento,
Por parte
de quem
quer que
seja não
aturo algo
semelhante,
Me prendo
ao que
me solta,
sou aquilo
que penso
e a livre
convicção é
o meu cimento.
Não
convivo
com aquilo
que duvido,
Ou é ou
não é,
e que
preste
explicações
ao fisco;
Sendo
assim
quando
não dá
para mudar
os fatos,
Apenas
finjo
que não
existo,
para
não me
perder,
afetar
ou falar
demais,
esperando
sem me
curvar a
tempestade
passar.
Não adiantou dizer
Por mais de duas
Vezes que não
Quer o meu mal:
Nada tens a querer.
Quem diz ter
Causa na vida
Deve olhar
Bem adiante
Sem pausa
Buscando a
Real chance.
O seu egoísmo,
Que não deixa
Enxergar o 'porquê'
Da bandeira erguida,
Virou uma tentativa
De me fazer retraída.
Quem diz ser em prol
Da liberdade não
Deve escolher
Seletivamente
A quem defender,
E ainda mais
Se o motivo
For o mesmo
Em nome da Pátria
Não deve se render.
As pessoas reclamam,
a irmã reclama,
Os amigos reclamam,
todo mundo reclama,
E eu que não tenho nada
a ver com a História também,
Devemos ser solidários
para o nosso próprio bem.
Enquanto reclamo fico
contando e recontando tepuis,
e assim tem sido desde
dois mil e dezoito pouco
depois da prisão injusta
que o General preso continua
passando por pelo aumento
de restrições ainda mais
fortes junto com outros
presos de consciência
em Fuerte Tiuna.
Ah, eu sou a voz da minha
Mãe que pela vida
do velho tupamaro e pelo
Esequibo também reclama,
Não se esqueçam disso,
dele que está passando
por greve de fome há mais
de vinte dias e com a vida
em perigo porque
a Justiça não dá ouvidos
O quê é de política é de política,
E o quê é de direito
de recuperação territorial
É de direito
de recuperação territorial;
Em vez de quedas de braço
inúteis já deveriam ter
feito a reconciliação nacional.
E no Yuruani-tepui
do Esequibo Venezuelano
os meus versos latino-americanos
com intimidade ali transitam
(contando tudo isso e mais um pouco)
e nos outros onze tepuis habitam.
Tudo aquilo que
não gera direito
de restituição,
Não cabe lembrar
para ferir a alma
por provocação.
Reclamação é
dizer algo que não
está bom ou que
nunca esteve bom.
Provocação é ferir
a alma do outro
para cair no vazio
do banquete de ego
e perder a razão.
Prefiro sempre
reclamar porque
uma reclamação
pode ser a ponte
para a solução.
Longe de mim
fazer qualquer
tipo de provocação,
é preciso dizer
que o velho tupamaro
está chegando a exaustão,
é preciso dizer
que há uma tropa, um General
e paisanos em igual exaustão;
é preciso dizer que tudo
isso vem sendo reclamado
por causa de uma
cultura de forte repressão.
Há parte de um território
que virou zona em reclamação,
e muitos continuam fechar
as mentes, os olhos e os corações.
Pois no Ilu-tepui e nas estações
os meus versos latino-americanos
com intimidade ali transitam
e nos outros onze tepuis habitam.
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