Grito de Protesto
você ateia o fogo e eu assopro para que me queime
aquele deslize na tela do celular me fez cego.
você foi um grito de paixão
eu fui um grito de carência.
estamos aqui agora para terminar de nos queimar.
precisamos virar cinzas.
eu, você.
o que restou de nós.
E às vezes é através de cada palavra por mim escrita que o meu silêncio grita...E em meu peito se agita!
Comecei a escrever em um caderno com folhas em branco e sem nenhuma linha...
No começo até me surpreendi , minhas letras pareciam desenhos em constante sintonia, iam de maneira linear, sem se desviar ,nem para cima e nem para baixo.
Mas, no decorrer do tempo, percebi que já não tinha linearidade, em um momento as palavras iam mais altas, em outros momentos elas pareciam afundar, como o silenciar de uma voz...
Eu continuei escrevendo sobre a vida nos altos e baixos das linhas imaginárias.
Na tentativa de fazer tudo certo e simétrico, mas, só me doía, doía a mente por pensar tanto, doíam o dedos por apontar meus erros, doía meu coração por não entender por inteiro.
Ainda assim insisti em escrever, escrever sobre a vida, uma vez que perdida no conturbar das linhas, encontrei meu eu, ela andava sozinha, entrelinhas, amando o dia, odiando a noite , falante durante a semana e se calando no fim.
No fundo sabe que não passa de uma grande mentira. Vive enganando a si mesma, dizendo aquilo que seus ouvidos querem ouvir para se sentir melhor.
Tenta desesperadamente abafar o grito do seu coração, enquanto ele se contorce por dentro. Canta belas mentiras pra disfarçar a agonia causadas por suas próprias decisões.
Se vê jogando fora aquilo que mais quer, por puro capricho, enquanto se distrai com aquilo que no fundo sabe que não será para sempre.
Ontem nevou e fez frio. Não havia mais fogo para aquecer e a luz do Sol não brilhou mais. O caos trouxe a escuridão e a escuridão tomou os corações.
Ontem nevou e a neve cobriu nossas casas. Ficamos perdidos na rua, correndo de um lado para o outro, sem nem ao menos nos reconhecer.
Corações gelados, dominados pela maldade, riram de nós. O Sol se escondeu. Mas buscamos abrigo debaixo da videira.
O grito dos maus nos assombrou e o frio nos silenciou para sempre.
Quem restou se agarra firme naquela árvore e espera a redenção que aquece com fogo e ilumina com a luz que dissipa a neve e destrói o mal.
O que me basta...
Apenas um dia como hoje. Me basta uma noite como esta, somente isto é suficiente pra fazer com que a alma grite, por um dia como ontem, por uma noite como aquela, onde um toque basta pra calar. Calar todo grito existente.
No calendário vejo
O dia está próximo
Eu digo aos céus
Obrigado
O cafune do destino
Me acalenta
Me encanta
Canta a alma
O desejo grita
Ínfimo raciocínio
Recupero a sensatez
E só
Me disseram para ser menos.
Menos emoção, menos verdade, menos alma.
Mas em um tempo onde tudo é tão vazio, ser intensa é meu grito de existência."
— Jakelini Danielewicz Gomes
Sussurro
Dê-me as sombras oh, cálido cerrado
Das que as poucas nuvens sombrinha
Chore árido orvalho mesmo que forçado
Em um cadinho de brisa, nesta tardinha
- olha que é um sussurro abafado
Dê-me alívio com o rústico vento
Que aspiram as poeiras dos galhos
Em suspiros e frescor em rebento
Foiçando o calor em brandos atalhos
- olha que é um sussurro de alento
Dê-me da tua sequiosa suavidade
Desafogando o peito deste mormaço
- olha que nem peço chuva - raridade
- olha que é um sussurro e cansaço
Nesta seca sufocação, por caridade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril, 2016
Cerrado goiano
O mal persiste nas principais cidades modernas do mundo inteiro pelo egoismo que deriva nos a acostumar a não ver e calar nos impassivelmente. diante de todo o erro.
Às vezes ouço coisas horripilantes e outras vejo, porém, não sou capaz de disseminar fofocas e/ou ódio por aí... Não perco tempo fazendo inferninhos com a vida alheia... Quero acreditar que, sem o peso da minha atenção, as injúrias ouvidas perderão o peso na boca do caluniador. Tudo, tudo por paz! O silêncio é um discurso que grita e cada um tem a sua forma de entendimento.
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