Genuíno
Élcio José Martins
O EXPIRAR DA NATUREZA
Nervoso ficou o servo quando
Um malvado caçador
Fez ferir com dor
O inocente coxo cervo
Foi cassada a caçada
Na mata da serra alta
Depois da calda quente
Na cauda de um inocente
O homem céptico ainda duvidou
Que aquele cervo coxo
Tivesse sido ferido
De morte por tiro séptico
A cerração fechou de branco
Serrando a visão da dor
Do sangue empoçado
Do cervo sacrificado
Há cerca de décadas
Discute-se acerca da caça
Apressa-se a conversa
No consílio reservado.
No reservado do concílio comentou-se
Sobre a caçada na mata alta
Vai se assando com fogo brando
O bom senso do comando
No censo realizado
Dos defensores da natureza
Os espectadores de plantão
Somam-se aos expectadores da solução
É preciso espirar
O vento da proteção
É preciso expirar rapidamente
O celeiro da serpente
O mal da maldade
Vem da ira do homem mau
É preciso consertar o erro
E a caçada o seu descerro
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O EXPIRAR DA NATUREZA
Nervoso ficou o servo quando
Um malvado caçador
Fez ferir com dor
O inocente coxo cervo
Foi cassada a caçada
Na mata da serra alta
Depois da calda quente
Na cauda de um inocente
O homem céptico ainda duvidou
Que aquele cervo coxo
Tivesse sido ferido
De morte por tiro séptico
A cerração fechou de branco
Serrando a visão da dor
Do sangue empoçado
Do cervo sacrificado
Há cerca de décadas
Discute-se acerca da caça
Apressa-se a conversa
No consílio reservado.
No reservado do concílio comentou-se
Sobre a caçada na mata alta
Vai se assando com fogo brando
O bom senso do comando
No censo realizado
Dos defensores da natureza
Os espectadores de plantão
Somam-se aos expectadores da solução
É preciso espirar
O vento da proteção
É preciso expirar rapidamente
O celeiro da serpente
O mal da maldade
Vem da ira do homem mau
É preciso consertar o erro
E a caçada o seu descerro
Élcio José Martins
Élcio José Martins
A ILUSÃO DOS SONHOS
Na madrugada
Despertei pra vida
No novo amanhecer
Um novo nascer
A alvorada
Canta entusiasmada
Na manhã com certa manha
Entrego-me à façanha.
Ao meio dia da vida
Sem receio e atrevida
Embaralha nas cartas da incerteza
Cheiros e sabores relembra a mesa
À tarde o cansaço
Na rédea do baião
Na fita com laço doce
Embrulha o presente
A noite pede passagem
O sol já está distante
É a calma em calmaria
Descansar do ardo dia
No escuro o sono chega
A alma que benfazejas
São rios de belezas
Dos tropeços e proezas
Élcio José Martins
Élcio José Martins
ALÔ NATUREZA
Acorde, levante, abra a janela
E dê bom dia ao sol.
Este, sempre bate a sua porta.
É só deixa-lo entrar.
Iluminará sua alma,
Aquecerá seu coração.
Se não vier o sol, virá a chuva em canção,
trazendo a água benta da chegada do verão.
Lava a alma das nódoas dá vida atribulada,
Transforma a tristeza no perfume da relva molhada.
Saúda a beleza da manhã mais esperada,
Faz cantar alto os passarinhos na palhada.
A natureza tem seus encantos,
De brilhos, cores e pirilampos.
Ungida pelo sagrado sacrossanto,
Rega a vida e lava o pranto.
Alô Natureza!
Traga sua beleza,
Alegra quem tem tristeza,
Levanta quem tem moleza.
Deus criou os animais,
O Universo, as flores e os matagais.
Nos criou como os mais iguais,
Pediu que nos amemos sempre mais.
Acorde, levante, abra a janela
E dê bom dia ao sol.
Se não vier o sol, virá a chuva em canção,
trazendo a água benta da chegada do verão.
Alegra a alma irrigando o coração.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O MILAGRE ENVERNHONHADO
No discurso venceu batalhas,
Venceu exércitos, escudos e muralhas.
Prometeu cortar com lâminas e navalhas,
Disfarçadamente transformou liberdades em cangalhas.
A contra ditadura,
Sempre cuspiu doçura.
Jogou fora a formosura,
Feriu a história da postura.
O recado que era dado,
Da lamúria e do humilhado,
Escondeu que tinha lado,
Quando o poder foi conquistado.
A nação pediu clemência,
Pediu o banho da decência.
O contra ponto é a inocência,
Dos que defendem a violência.
Jogou fora a oportunidade,
De ficar bem na posteridade.
Destruiu a propriedade,
Todo bem da sociedade.
Descarrilou o bonde da história,
Na algibeira o dinheiro da memória.
O tempo da meia volta,
Mais uma vez, sofre o filho da derrota.
Nas linhas em branco foram escritas,
Frases de efeito, ditas e reditas.
Falam os verbos nos discursos que palpitas,
Defender o caos soam coisas esquisitas.
A verdade se consome na mentira,
A aceitação se transforma em ira.
No balão o cidadão ainda respira,
A gastrite da nação bebe chá de sucupira.
Hoje o enredo só mete medo,
São Thomé não acredita no que é segredo.
Somos filhos de um passado de degredo,
Foram fortes as palavras de Figueiredo.
Envenenou o rio das ilusões,
Tropeçou no trotar dos alazões.
Vendeu caro as promessas nos fundões,
A mudança se dará bem distante dos canhões.
A mudança não tardará,
A fome da certeza acabará.
A banda novamente vai tocar,
O hino da vitória numa noite de luar.
A alegria da cantiga se ouvirá,
O coração tristonho alegrará.
O sorriso ainda mais se abrirá,
Desistir jamais. Temos um Brasil pra reconquistar.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
DESEJO DA MULHER
Ah! Se soubesse os desejos da mulher,
Embebedaria de seu licor e comeria com colher.
Amaria todas, não sobraria uma sequer,
Daria a rosa mais bonita, não seria uma rosa qualquer.
Dom Juan não quis ensinar,
Como fez pra conquistar.
Amou as mulheres mais belas,
E como foi amado por elas!
Será que era o traje que usava?
Ou será que era o chapéu que portava?
Será que era o dinheiro na poupança?
Ou será que eram seu charme e sua elegância?
O que a mulher deseja talvez seja pouco,
Um punhado de carinho e um beijo rouco.
Um abraço apertado e um sussurro louco,
Nada é demais, que não seja tão pouco.
Presentinhos quando ela menos espera,
Elogiar sempre é a pimenta que tempera.
Ao acordar sentir o cheiro do café na cama,
Feito de forma especial por quem à ama.
Escrever nas estrelas que ela é a mais brilhante,
Que entre as pedras preciosas, ela é o diamante.
Enche-la de joias, pérolas e ouro,
Gritar ao mundo que essa mulher é o seu maior tesouro.
Magra, corpo violão,
Cortejada de montão.
Deixa babando o marmanjão,
Que não aprendeu como amar um mulherão.
Casa na praia,
Cavalo na raia,
Barco no mar,
Ainda sobra tempo para amar.
Viagem à Europa no dia do aniversário,
Jantar a luz de velas e show universitário.
Colar de brilhantes e brinco de esmeralda,
Curtir o luar na madrugada, sentados na calçada.
Nada disso tem valor se faltar o amor,
Falta de amor rima com rancor e dor.
Dê à sua mulher o seu devido valor,
Seja seu poeta, seu músico, seu cantor e seu maior admirador.
Conquiste-a de noite e de dia,
De manhã ao raiar do dia.
Seja seu brilho, seja sua luminosa luz,
Seja espelho, seja sua brisa, seja o seu cristal que reluz.
Ame as mulheres, a família depende delas,
Lute por seus direitos e faça tudo por elas.
Não importa se são bonitas ou se são belas,
Sempre alegrarão todas as cores em aquarelas.
A mulher não quer muito, quer apenas o seu amor,
Dê a ela seu jardim e a mais bela flor.
Nada que ela faz, pede algo em pagamento,
Faz tudo pelo amor e por seu contentamento.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O PARAÍSO ENVERGONHADO
De tanto ver seu nome no lamaçal da corrupção,
Nosso País esconde a face com vergonha de ser Nação.
As lágrimas derramadas escorrem pelas calçadas sem fama,
Lubrificam as engrenagens da justiça sob os auspícios de Dalai-Lama.
As turbulências não são passageiras não,
Viajam em nosso País desde o reinado de Dom João.
Cada dia uma nova decepção,
Cada estrume de vaca que se vira, tem alguém metendo a mão.
Políticos desonestos camuflam nas folhas da impunidade,
Fazem Leis que escancaram a desonestidade.
Não envergonham se massacram a sociedade,
São sem limites, perderam o brio e a dignidade.
Os bandidos com e sem colarinhos diferenciam-se nos ninhos,
Por necessidade ou opção seguem os desvios dos caminhos.
Os eleitos pela sociedade massacram e matam de mansinho,
Desrespeitam os cidadãos tratam todos por povinho.
Envergonhamos frente ao mundo da ética,
Pela exposição dessa classe doente e patética.
Não importam as enormes filas nos hospitais,
Não importam as crianças famintas nas capas dos jornais.
O tempero tá sem sal,
Já nem se sabe o que bem e o que é mal.
O Paraíso envergonhado pede perdão,
De fazer seu povo como escudo e paredão.
A Justiça como grãos de milho no galinheiro,
Apena um ou outro, busca agulha no palheiro.
As Leis covardes e protetoras,
Tiram o mel e o favo das classes trabalhadoras.
Com seus direitos surreais e especiais,
Surrupiam do cidadão o pão, a dignidade, seus bens materiais e emocionais.
A população ta triste, mas espera solução,
Só não sabemos quem poderá nos salvar da atual situação.
A sociedade repele a corrupção, mas comete os mesmos deslizes,
Precisa ser vigiada para não mostrar suas raízes.
Surrupiar os bens alheios saqueando o que é de outro,
Não pode ser normal numa sociedade que pede decoro
A desonestidade está alinhada ao outro, sem semelhança,
Mas o que difere é a oportunidade e a vigilância.
Não percamos a esperança, vale à pena acreditar,
Ensinar a criança é o caminho para o futuro melhorar.
O verde da floresta carioca pede respostas,
O Cristo Redentor se pudesse ficaria de costas.
Brasília nem a amarela dá aquarela,
Nossa Minas do ouro e pedras preciosas, tão bela ficou ridicurela.
O norte e nordeste do povo sofrido e esmarrido,
Sempre foi cabo eleitoral do candidato de nariz comprido.
Mas a fé em oração faz esse povo sabido, muito unido,
Não há desgraça que destrua esse amor construído
Da tapioca ao queijo mineiro,
Do arado, do jegue e do carreiro,
Das mansões, dos casebres e dos veleiros,
Não importa crenças e diferenças, ainda somos brasileiros.
Precisamos de coragem e decisão,
Levar a Bandeira verde e amarela numa só direção.
Arregaçar as mangas e gritar bem alto com a voz do coração,
Somos donos desse país e não vamos tolerar enganação.
Como brasileiro estou morrendo de vergonha,
Para o mundo somos frouxos acreditando na cegonha.
São promessas de ressacas num dia de curtição,
Somos sugados, sem dó, até sangrar o coração.
Logo chegará a hora da eleição,
Na telinha da TV pra tudo tem solução.
O discurso é o mesmo, mas com muita embromação,
Pra conquistar o voto na época de eleição,
O candidato é travestido de bondade, amor e compaixão.
Se os partidos fossem bons não seriam fatiados,
Como são partidos nunca serão inteiros e apropriados.
Ainda temos voto, a maior arma que temos,
Façamos dele o justo, o perfeito e tudo que queremos.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
GLADIADORES URBANOS
É madrugada, hora de acordar,
Ainda tenho sono, tenho que levantar.
Viro para o canto e durmo novamente,
Acordo assustado ao toque do despertador gritante.
Com um pulo saio da cama,
Recordo a noite de um sonho bacana.
A secretária já chegou e a mesa arrumou,
Pão com manteiga, frutas, queijo e o café já preparou.
Ainda de pijama, preparo-me para o banho,
Ligo o chuveiro e logo me assanho.
Escovo os dentes, sorriso brilhante,
Fico bonito, fico meigo, fico galante.
No quarto minha roupa me espera ansiosa,
Camisa branca, calça preta e gravata verde e rosa.
Ouço o samba da mangueira com a rima, verso e prosa,
Com o seu samba na avenida sempre foi a mais formosa.
Como os grandes gladiadores, me preparo para a batalha,
Minha barba, serrada, faço ela com navalha.
É hora de juntar meus pertences e minha tralha,
Vou exercer a cidadania do homem que trabalha.
Sapato, meia, calça, gravata, cinto e paletó,
Tudo isto pra vestir um homem só.
No criado-mudo aguardam os apetrechos,
Pareço um carnavalesco preparando sua fantasia e seus adereços.
Coloco a caneta no bolso,
A correntinha no pescoço.
Relógio no pulso para não esquecer a hora do almoço,
Carteira com documentos para alguém me chamar de moço.
O celular, utilitário que não pode faltar,
A aliança no dedo para lembrar as juras no altar.
Chave do carro e o cartão para estacionar,
Dinheiro no bolso para o almoço pagar.
Fecho a porta, entro no carro e ligo o motor,
Ligo o ar pra diminuir o calor.
Vejo se o documento está no porta-luvas,
Dirijo com cuidado pela avenida sapetubas.
Rezo no carro minha predileta oração,
Agradeço pelo trabalho que traz paz ao coração.
O trabalho é árduo, mas é sempre gratificante,
É uma luta solitária onde sou desafiante.
A tarefa tá apertada cumpra o prazo e não atrasas,
É um voo as cegas de um pombo sem asas.
Sou batalhador e cumpro minha obrigação,
Minha empresa é minha casa e meu sustento, a ela tenho muita gratidão.
Volto pra casa com o dever cumprido,
Fiz meu dever como o sempre prometido.
Desfaço de minha armadura,
Curto a família com afeto e ternura.
Nessa luta sempre fui um vencedor,
Nada fiz por obrigação, tudo aconteceu com muito amor.
Agradeço a Deus pela família e os amigos que me deu,
Agora é hora de dormir porque o sono me venceu.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
A MENTE DA GENTE
A mente que mente não é da gente,
É da gente a mente que não mente.
Mas mente solenemente, a mente,
A mente que é da gente, mente que não mente.
Mente elegantemente,
A mente que não é da gente.
Da gente, e puramente,
A mente engana distraidamente.
Mente sem saber que mente?
Por que mente?
É distração da mente?
Ou mente educadamente?
A mente sente,
Mesmo ausente.
Disfarça constantemente,
Do fogo de aguardente.
Somente e raramente,
A dama contente,
Enche o coração carente,
De amor e de paixão ardente.
No rio caminha a enchente,
No entardecer, o brilho do sol poente.
No seu olhar o amor caliente,
O cio da terra flerta com a semente.
A vida pede somente,
Um doce amor contente.
É nobre e decente,
O desejo adolescente.
A mente esconde o que sente,
Traz enganos inconscientes.
À luz de velas incandescentes,
Reluz o que o homem tem na mente.
Do nascer faz vida um ente,
Se não chorou ficou contente.
Primeira vitória foi valente,
Só não sabe o que vem pra frente.
Cresceu entre curvas e vertentes,
Entre perdas e amores incipientes.
Num mundo de posturas divergentes,
Fez o rio para amar seus afluentes.
A mente traz a semente,
A rosa, o fruto e a água quente.
A vida é um presente,
De Jesus e de Deus onipotente.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
SIMPLESMENTE MULHER
Mãe, tia, avó,
Dama, esposa, bisavó.
Amásia, amante, trisavó,
Filha, neta, bisneta e outra que vier,
Seu nome, simplesmente, MULHER.
Oito de março,
Dia de festa, de beijo e abraço.
Hoje é seu dia, o ontem também foi,
O amanhã também será.
Não há dia, não há data que a ela não caberá.
É origem, é meio, é final,
É tempero, pitadas de sal.
É razão, é paixão e emoção,
Sexto sentido, escuta com o coração.
Destemidas e decididas,
Já foram perseguidas.
Ganharam o primeiro round,
Ninguém a conhece mais do que Drummond.
Abriram novos caminhos,
Eram sucos tornaram vinhos.
Buscaram a maioridade,
Ganharam a igualdade.
As mulheres são cheias de graça,
Tanto na terra quanto no céu.
Salve Maria, Santa e fiel,
Manto sagrado coberta do véu.
Deus iniciou a construção,
Criou primeiro, Eva e Adão.
Deu às mulheres o poder da criação,
Deu ao mundo uma nova geração.
Às fêmeas, Deus fez a diferença,
Crescei e multiplicai essa é a sentença.
És tu o cimento e a cal da esperança,
Da construção do ser e da sua semelhança.
Cada um tem uma especial,
A mãe, a esposa, outras tal.
Quem não ama a mulher,
Não reconhece a mãe sequer.
Mulher, doce encantamento,
Brilho no olhar, contentamento.
Aliança no dedo, comprometimento,
Véu e grinalda o grande acontecimento.
As estradas são longas e estreitas,
Na condução da vida são perfeitas.
Nas curvas da virtude, caminham sem suspeitas,
Perfumadas e sempre belas, escondem as receitas.
Sobre o salto equilibram com elegância,
Na luta nunca fogem da militância.
Cuidam dá casa com grande maestria,
Doam charme, inquietude e simpatia.
Dos filhos cuidam de dia,
À noite fazem do amor, eterna melodia.
No trabalho já buscam ousadia,
Ainda sofrem preconceitos, uma grande covardia.
Virtuosas e vencedoras,
Por Deus são protetoras.
Amam pelo destino de amar,
Estão na terra para o GADU representar.
O mundo gira a seus pés,
Não há desânimo mesmo ao revés.
Não há lar sem seu olhar,
Nem tristeza que a faz parar.
É segura e sonhadora,
Justa, honesta e trabalhadora.
Nas indústrias, nas letras ou nas lavouras,
Veio uma, vieram duas e muitas seguidoras.
Protegem a quem amam,
Suor e lágrimas são fluidos que acalmam.
Não há dor e nem noites sem dormir,
Que a façam desacreditar e desistir.
No céu como na terra,
A luz do sol a lua descerra.
Mãe Maria junto aos anjos descansa,
Esposa Regina a luz, a energia, a paz e a esperança.
Gratidão não é palavrão,
Não é raio e nem trovão.
Obrigado mulheres da minha vida em comunhão,
Fostes vós o sentido, o caminhar e a razão.
Parabéns!...
Élcio José Martins
Élcio José Martins
GUARANÉSIA
Essa cidade já foi contada em verso, prosa e canção,
Sua semente já colheu muitos frutos pra nação.
Sempre foi um marco na cultura e educação,
Tem teatro de alto nível e carnaval para o povão.
O rio canoas beijou a sua face,
Pássaro da ilha disse me abrace.
Sua história é rica como ouro,
Seus filhos a beleza do beija-flor-besouro.
Rio canoas já foi capivaras,
Tinham pássaros em revoadas, sabiás, canarinhos e araras.
Animais os mais diversos e espécimes raras,
Todos vivendo livremente, sem gaiolas, sem currais, quem dera haras.
O seu primeiro nome que até hoje ecoa,
Tem referência ao emigrante José Maria Ulhoa.
À margem do Rio canoas seu nome entoas,
Batizado em suas águas como Santa Bárbara das Canoas.
Próximo à sua moradia uma capela construiu,
Por devoção à Santa Bárbara seu nome atribuiu.
Por desígnios da divina providência um fato ocorreu,
Um milagre de Santa Bárbara um homem protegeu.
Na derrubada da mata um grande tronco cairia,
Um pobre homem que ali estava certamente atingiria.
Santa Bárbara protetora esse homem salvaria,
As raízes de uma árvore desse tronco, livraria,
Seus companheiros murmuraram Milagre! Milagre! Milagre!...,
Santa Bárbara o salvou. Isso foi Milagre!...,
Num instante tudo silenciou, e, trêmulos de emoção,
Escolheram Santa Bárbara como a Santa do coração.
José Martins e Manoel Fernandes Varanda, impressionados, resolveram doar,
O terreno à capela para nele um povoado edificar.
Viajantes e mascates eram seus visitantes,
De joias a escravos eram eles comerciantes.
Em 1838, como prêmio, distrito se tornou,
Distrito de Paz de Santa Bárbara das Canoas denominou.
Subordinou-se ao termo de São Carlos de Jacui,
Foi jurisdicionado à comarca de Sapucaí.
Em 16 de setembro de 1901 o município foi criado,
Denominado Guaranésia pra criar o seu legado.
Significa pássaro da ilha um pássaro encantado,
Da tríade de escolha ele foi o selecionado.
Gardênia e Tavarésia foram os outros relacionados,
São nomes especiais que até hoje são lembrados.
Santa Bárbara das Canoas, Gardênia e Tavarésia,
Marcaram a linda história da querida Guaranésia.
Já foi estrada real, já teve trem de ferro e até avião,
Tinha casa bancária, comércio de arroz, milho e feijão.
Chora a velha estação sem locomotiva e sem vagão,
Que embarcou amores e riquezas para toda região.
Cidade de famílias nobres de muita tradição,
Grandes comerciantes desde a sua criação.
Professores renomados percorreram a nação,
Levando conhecimentos na cidade e no sertão.
Tem a cana, o álcool e o algodão,
Café é a maior exploração.
Tem panos de prato, cabines e mangueiras,
Secos e molhados, tijolos e madeiras.
Santa Margarida marca a história da cidade,
Fez parte do progresso desde a sua mocidade.
Foi a mãe da indústria têxtil tecendo a humildade,
Teceu o cidadão, deu guarida, deu o pão e muita dignidade.
As casas bancárias se multiplicaram,
As indústrias se transformaram.
As escolas recebem o reconhecimento,
Pelo alimento do intelecto e a costura do conhecimento.
Aqui se faz justiça, abre caminho,
Nossos velhinhos afeto e carinho,
Os especiais sonhos e esperança,
Nossas crianças cidadania e confiança.
Esta cidade tem portas abertas,
Não tem demandas, exagera nas ofertas.
Recebe seus novos cidadãos com a alma e o coração,
Aqui não tem origem, não tem cor, não tem separação.
Guaranésia tem sua história,
Seu povo boa memória.
Não perde o trem da saudade, pois sabe quem faz a hora,
Já foi mocinha hoje é uma grande e bela senhora.
Viva Guaranésia das manhãs orvalhadas,
De estradas de terra que hoje foram asfaltadas.
Do menino de pé no chão, sem agasalho e sem tostão,
Do cinema, do jardim, e do namoro, pegar na mão.
Do Lions Clube a Fernando Osório,
Da igreja, Monsenhor Grella e o santuário.
Santa Casa a equipe de prontidão,
Dos atletas campeões da famosa geração.
Fica um pouco de saudade,
Mas firme na realidade.
Nossa cidade se tornou,
Tudo aquilo que seu povo um dia semeou.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
CONSTRUTOR DO AMOR
Sou o amor em cada pétala de flor
Sou o amor naquele que dá amor.
Sou o amor que traz a esperança,
Sou o amor no sorriso de uma criança.
Sou o amor no orvalho da manhã,
Sou o amor que enobrece a campeã.
Sou o amor na rima e na canção,
Sou o amor que dá luz ao coração.
Sou o amor nos poemas de verão,
Sou o amor na mão de quem dá o pão.
Sou o amor de Jesus anfitrião,
Sou o amor na igreja, no casebre e na mansão.
Sou o amor que caminha ao seu lado,
Sou o amor combatendo o pecado.
Sou o amor em cada refeição,
Sou o amor em toda ocasião.
Sou amor que abre a porta e a janela,
Sou o amor na cidade e na favela.
Sou o amor da bíblia e do alcorão,
Sou o amor em toda religião.
Sou o amor no verde da floresta,
Sou o amor nas noites de seresta.
Sou o amor no leito dos hospitais,
Sou o amor das pessoas especiais.
Sou o amor no mar a navegar,
Sou o amor no avião a decolar.
Sou o amor no plantio e na colheita,
Sou o amor até em quem não me aceita.
Sou o amor naquele que me procura,
Sou o amor na mão que cura.
Sou o amor em cada coração,
Sou o amor que traz a inspiração.
Sou o amor na busca do perdão,
Sou o amor no amor e na paixão,
Sou o amor da família e do irmão,
Sou o amor na razão e na emoção.
Sou o amor no lar dos idosos,
Sou o amor dos cuidadores generosos,
Sou a amor em cada decisão,
Sou o amor na oração e comunhão.
Sou o amor que pede proteção,
Sou o amor que pede união,
Sou o amor que pede compaixão,
Sou o amor que pede compreensão.
Sou o amor dos santos,
Sou o amor dos encantos.
Sou o amor dos sonhos,
Sou o amor dos risonhos.
Sou o amor da liberdade, igualdade e fraternidade,
Sou o amor da bondade e da caridade.
Sou o amor da justiça e da lealdade,
Sou o amor pra salvar a humanidade.
Sou o amor na rima do compositor,
Sou o amor na voz do cantor.
Sou o amor na oração do padre e do pastor,
EU SOU O CONSTRUTOR DO AMOR.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
Era uma vez um BANQUINHO
Era pequeno, hoje é grande,
Era mero coadjuvante.
Nasceu e prosperou,
Cresceu e multiplicou.
Muitos por lá passaram,
Suas marcas deixaram.
De uma promessa distante,
Fizeram dele um gigante.
Na terra fértil foi semeado,
Desde cedo foi muito amado.
Colheu o fruto dourado,
Na ordenha e no roçado.
Dizem que um certo Roberto,
Com um grupo forte por perto,
Transformou o que era incerto,
Fez acontecer, deu certo.
Com a bússola do futuro,
Fez do verde, fruto maduro.
Adquiriu maioridade,
É o orgulho da cidade.
Vislumbraram naquele tempo
Que ele era a solução.
Na chuva ou no relento,
Deu vida a produção.
Mas sempre namorou
Uma moça nova apaixonou.
Do casamento que realizou
Muitos filhos com ela gerou.
Ruralcredi iniciou,
Sicoob se transformou;
Credinter se tornou,
O futuro? Já sei quem sou.
Hoje tem casa e tem morada,
Não precisa mais de mesada.
Cresceu forte com postura
Do relento à cobertura.
As cifras multiplicaram,
Dividendos somaram.
Deu luz aos que sonharam,
O que hoje conquistaram.
Hoje é realidade,
No campo e na cidade.
Deu guarida à mocidade,
Melhorando a sociedade.
Rogo aos Padres e Pastores,
Peço aos Santos protetores,
Que dê vida aos seus gestores.
Esses árduos lutadores.
Santa Bárbara abençoou,
O canoas batizou.
Pássaro da Ilha encantou,
Com as sementes que semeou.
Cresceu e fortificou,
Trabalhou e acreditou.
O que era sonho realizou,
Toda luta justificou.
O limite o céu alcança,
A todos trouxe esperança.
Desta casa de fomento,
Levar à mesa o alimento.
Nesta manhã que irradia
Cumprimento colaboradores e diretoria.
Comemorando 25 anos de história
Merecem os rojões da vitória.
Parabéns!....
Élcio José Martins
Élcio José Martins
ESTAMOS EM VIAGEM
Estamos em viagem. Estamos no trem. Entra passageiro, sai passageiro. O maquinista é exigente. O bilheteiro é chato. O gerente é bravo e pouco cortês. A viagem continua... Novos passageiros, novos gerentes, novos instrutores. Os guardas de plantão não perdoam. A equipe ta tensa, mas a viagem tem que continuar. O preço tá alto. A comida tá cara, quem sabe vai um por fora. Tudo caro e o retorno ruim. O maquinista tá louco da mente, mente. A locomotiva falha, o trem balança, os passageiros se atormentam. Os trilhos velhos, usados, viciados, direcionam a locomotiva por caminhos tortuosos. Sem freio, caminha na direção do caos. Ninguém sabe onde vai parar. Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Será? Há luz no fim do túnel. Cadê o túnel, não está ao alcance ainda. Pode haver esperança. À frente o clima pode mudar. Ai, tudo muda, tudo pode se encaixar novamente. Ávidos da felicidade, esperamos um amanhã sem dor e sem vela. A estação pode florir novamente. A ajuda mútua se faz necessária. Com o frio há a necessidade de um aquecer o outro. No calor há a necessidade do distanciamento e da roupa fresca, do banho frio e da bebida gelada. A alegria voltará. Cantaremos novamente. Acreditaremos novamente. Voltará o direito de, quando anoitecer, curtir a beleza das estrelas, dos poemas ao luar e da poesia dos amantes. E a viagem caminha para um destino desconhecido. Que ela seja bela, doce, florida e Calorosa. Cada um viaja na estação de sua preferência. Boa viagem...
Élcio José Martins
José SONHOU.
O Padeiro SONHOU.
O copeiro SONHOU.
Até faraó SONHOU.
E porque os irmãos de José não sonharam?
Porque quem está ocupado em matar os sonhos dos outros, não tem tempo para viver seus próprios SONHOS.
Você diz: eu não posso.
Você diz: eu não aguento.
Diz: “meus SONHOS estão perdidos
O que passou não volta mais
Mas Deus está dizendo:
Eu ainda realizo os sonhos
Volte a SONHAR, volte a SONHAR
Deus ainda realiza SONHOS.
PREVISÃO DO FUTURO – O genro
Seu José, ainda jovem, com todo vigor, gostava de sair aos finais de semanas para tomar uma gelada com a família, e nas férias adorava ir à praia, tinha apenas a filha Mariinha, moça bonita e atraente, que começou a namorar cedo.
Um certo dia, seu José parou para pensar e refletir:
- Assim não dá, todo final de semana saio com a esposa para distrair e tomar uma gelada. Quem sempre chega, a sua filha Mariinha com o seu namorado possível futuro genro, que bebi, come e diverte, e como sempre sai de fininho e nem ao menos agradece, e quem paga a conta?
- Claro, que sou eu afirma, Seu José.
Seu José tomou uma decisão como gosta de sair final de ano, nas férias para passear, não vai mais sair nos finais de semanas, assim não precisa bancar a farra do quase futuro genro, e ainda economiza para o passeio de no mínimo sete dias.
Todavia voltou a refletir e sussurra baixinho:
- Não podemos viajar e deixar a Mariinha, e levando ela, quem vai junto, o queridinho genro. E quem vai bancar essa viagem?
- Acertou de novo, sou eu, exclamou Seu José.
- Vai precisar de dois quartos, que por outro lado é um problema, pois a Mariinha e o seu namorado vão dormir juntos, bancados por quem, Seu José irrita só de imaginar.
- E mais ainda, se o possível futuro genro está acostumado a não ajudar a pagar a conta aos finais de semanas. Quem vai bancar o almoço, o jantar, e os bares nessa viagem?
Seu José, cabisbaixo parou e resmungou:
- Vou mostrar para todos, também não vou passear. Mas, vou deixar de viver por isso?
- Assim é melhor morrer, murmurou seu José baixinho.
E imaginou: Quem vai tá ao lado do seu caixão, rezando para ele, claro seu genro, mais ou menos assim:
- Aleluia, Aleluia, Aleluia (Bis);
- Graças a Deus!!!
Está obra é apenas ficção, qualquer semelhança é mera coincidência.
José e Maria passaram 7 dias com Jesus no templo, quando vieram embora deixaram Jesus pra trás sem perceber, quando eles notaram começou a procurar Jesus no meio dos amigos mas não encontrou.
O maior problemas das pessoas é procurar Jesus em lugares que Ele não está!
Volte, Ele está no mesmo lugar em que você o deixou.
Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso? Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse: — Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa. Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.
Tiradentes
O líder da Inconfidência Mineira,
Foi Joaquim José da Silva Xavier.
Lutou em favor da Nação Brasileira,
Tiradentes não é um apelido qualquer!
Não aceitava a escravidão tributária,
Portugal crescia as custa do povo tupiniquim.
Hoje é muito comum o político praticá-la,
Trazendo vergonha ao seu grande feito!
Com o fortalecimento de suas idéias,
Buscava autonomia nesta grande província.
Tentaram derrubar o governo de Portugal,
E para defender seus amigos, tudo assumiu!
O governo em represália fez questão de mostrar,
Em praça pública o sofrimento de Tiradentes.
Ele percorreu o trajeto desde a cadeia publica,
Sendo enforcado após a leitura da sentença!
SUSPIRO VOCÊ
POR: José Luiz Mak
Todas as aflições geradas por meu vício em ti perturbam a minha mente, tento ficar, tento ir, mas os momentos de lucidez apagam o caminho em sua direção.
Toco em rosas, sua cor em tom pastel e suas pétalas aveludadas lembram sua péle, meu corpo arremessado ao jardim já cansado pede ar em meus pulmões.
Raios solares por todos os lados, calafrio, calor, suspiros ao ver a cortina do seu quarto pela janela entreaberta, espero ver silhueta do seu corpo a me observar, preciso ver seu largo sorriso, você deveria estar ali.
Cai a tarde, um clima mais ameno toma por todo o jardim, nuvens desaparecem, a brisa começa a tomar conta do meu rosto, lágrimas ensaiando florescer dos meus olhos, nó na garganta, aflição e novamente suspiros, esses já mais profundos.
É no silêncio da noite que percebemos o romantismo da Lua e o brilho das Estrelas, no passar das horas percebo que mais uma noite vazia, vontade de você, quero que esteja aqui, te quero só para mim.
Preciso ter você aqui, preciso do teu corpo, do teu sorriso, aquela vontade de te amar pela primeira vez, vontade do teu desejo, preciso dos teus lábios macios colados aos meus, quero teu coração, quero você.