Gente Doida
O louco
Incoerente com o que se espera
Sou aquilo que desagrada
Desafeto do que acham certo
Sou um pouco louco,
Uma loucura ou duas de cada
De tantos, sou o que sobra
O que muitos não querem
O que poucos conseguem
A loucura da forma de amar
Aquela que ama o que não se consegue amar
Ou diria, o que o orgulho os impede de amar
(Paulo Seixas)
Eu acredito em gente louca!
Gente louca não mente, não faz tipo, não tenta ser o que não é, não te puxa o tapete, não fala mal de você pelas costas, não diz não quando você pensa em também fazer loucuras.
Gente louca, te apoia em tudo. Loucura isso, né?
Gente louca te encontra na rua, e antes que você pense em se camuflar pra não ser visto, ela já tá vindo em sua direção, dando cambalhotas, berrando seu nome, dando gritinhos histéricos, com um sorrisão de propaganda de pasta de dente e quando chega perto, em vez de abraço ela te dá uma sarrada!
Gente louca é pura, é linda, é autentica, é estranha...mas, quem não é , né?
Gente louca leva a gente pra onde a gente nunca pensou em ir. Gente louca se mete em qualquer lugar, curte qualquer balada, bebe qualquer bebida, faz amizade com qualquer pessoa e o melhor: gente louca tá sempre feliz! Sempre!
Porque loucos não se importam com regras e etiquetas, essas coisas todas - tolas - que inventaram pra nos manter sãos e curados por uma vida toda. Uma vida toda, já pensou, que tristeza?
E gente feliz, você já sabe: se não é louco é quase!
Você diz "amor" e eu respondo "amor" e isso basta por um tempo, no final do silêncio fica a solicitação de estarmos perto por alguns instantes e longe por muito tempo...sem limites e loucos!
Alimentamos tanto nossos sentimentos
com desejos insanos;
Que por loucas razões, queremos sentir
grandemente o real sentimento.
Fungos são iguais as pessoas: uns são bons pra saúde, outros são alucinógeno e outras são venenosas.
Sou um simples observador deste mundo. Não sei como as pessoas conseguem viver em seus devaneios de aparência. Nesta sociedade, você vale pelo que veste, pelo que finge ter na conta bancária, e pela forma como se locomove — como se tudo isso realmente dissesse algo sobre sua dignidade. Mesmo sendo uma fantasia, essa ilusão social ainda rege relações.
Por não vestir roupas de marca, não ter dinheiro ou andar a pé — e, muitas vezes, por tentar expressar meus posicionamentos sociais e políticos, arrastando comigo uma pseudo-filosofia voltada aos que estão à margem —, acabo sendo visto como louco pelos que se acham no topo da pirâmide social.
Mas eu amo essa visão que criam de mim: um pobre coitado, sem estudo, dinheiro ou status.
Quero viver com os loucos, moribundos e desvalidos — porque é neles que encontro mais sabedoria e conhecimento do que naqueles que vivem mergulhados nas loucuras sociais.
Dois Completos
Ela era riso, era vento, era grito, ninguém via além do jeito esquisito.
Menina sonhadora, alma exagerada, feia diziam... só mais uma engraçada.
Vivendo entre tentativas e rejeição, adolescente em busca de aceitação.
Até que um dia, como quem não quer, ele apareceu... em frente à casa, de bicicleta.
Não disse nada, só um sorriso calado, os dias passaram, o silêncio, aliado.
Ela esperava, o coração em festa, mas ele, quieto, "tímido" e como quem ainda não correspondia nada.
Foi na sala, com Djavan no ar, que ela tentou o amor declarar; 1⁰ ela colocou "Oceano", mas ele não entendeu, coitado, ela pôs " Fato consumado", queria apenas ser beijada.
Ela o beijou, ele saiu, e em palavras desdenhou: "Era isso que você queria me falar ?" Ele se foi... ela sem ação, foi a procura dele no mesmo instante...
...Uma pedra jogada, num gesto sem nexo dela , e ele? Seguiu ainda mais perplexo, sem entender.
Mas o coração é bicho sem juízo, ele apaixonou-se assim, sem aviso.
Dois loucos, crescendo em confusão, mas firmes, de mãos dadas na contramão.
O tempo passou, fez deles maduros, superaram medos, encararam futuros.
Os filhos não vieram, mas o amor ficou, e como família, a vida os moldou.
São dois, mas vivem como um só ser, completos, imperfeitos, só pra se entender.
Entre lágrimas, risos, noites em claro, apoiam-se no tudo, até no raro.
Não são metades, são inteiros, sim, amam-se no caos, no começo, no meio e no fim.
Ela: " A boneca doida"
Ele: " O boboyo" Eternos apaixonados.
Porque o amor, quando é de verdade, não precisa de molde ou de metade.
Basta ser dois, com alma e defeitos, dois corações batendo do jeito perfeito de cada um , em prol de um amor que não idealiza, mas é realista.
Se não há o reconhecimento em nós dessa pitada de "Loucura" não seremos felizes é, nunca!
Solte as suas mãos da sanidade pelo menos de vez e sempre!
Ser louco de vez em quando é saudável...
