Fúria
Todos os dias devemos
Entender com sabedoria
Nossas vitórias e derrotas.
Teremos dias de fúrias
A mente valoriza aquilo em que focamos.
Riqueza é ter um interior em paz.
Fúria avassaladora, eu sei quem és
Sei da onde vens e para onde vais
Sei o que queres e o que abomina
Sei da tua coragem e do teu medo
Sei da vontade de chorar nas tardes de chuva
Sei da impotência quanto à infância infeliz
Sei das lembranças dolorosas que insistem em te acordar
Sei do teu início e tremo em pensar qual será teu fim
Sei que nada posso fazer, mas mesmo assim tento
Tento afagar teus cabelos, empastados com o desespero
Tento enxugar tuas lágrimas, já vermelhas
Tento acariciar-lhe o rosto, ainda suado do último pesadelo
Tento abraçar-te, assombrado por teu tamanho
Tento virar tua face, tirando-a do passado
Tento um sorriso e me amedronto com a dureza desta cerviz
Tento, por fim, chorar. Um choro manso, miúdo, sorrateiro,
insistente. Choro de quem gosta, quem procura a felicidade.
Calmo, sereno, ainda que passional.
Assim, pacientemente, espero penetrar no vórtice e dissipar,
antes que seja tarde, teu furacão.
Ah, mas se por um instante eu entender que a fúria é contra os meus erros e não contra os dos outros, então esta cólera se transformará nas minhas mãos em flores, em flores, em coisas leves, em amor.
Jaz o Amor
O amor em ausência é a pior dor
Um aperto no peito congelante
que nem a fúria de ventos cortantes
Que levam abaixo as mais sólidas construções
Que respondem com incoerência as mais belas indagações
Quando em ausência, corrói o sorriso da face
sendo deixado de lado sem verdade
E de repente, o amor jaz e o que era beleza se enterra em absoluta tristeza.
Mulher preta
Preta mulher
Trás com ela um Black
Com a beleza de Oxum
E a fúria de Oyá
Mulher preta
Preta Mulher
A insanidade do ser humano chegou num ponto que só resetando... talvez isso explique a fúria da natureza tentando limpar o planeta.
#bysissym
com nossa fúria
incontrolável,
das intempéries
ao grotesco interminável,
aqui, nos tornamos
a tempestade.
O Cartão de Visita
[Verso]
Eu danço na linha da minha sanidade
Canto com a fúria da minha liberdade
Minhas falhas são minha faculdade
Minha coragem é minha realidade
[Verso 2]
Veja o mundo com lentes coloridas
Sinto o vento nos cabelos soltos
Meus sonhos são as marcas da vida
Minha loucura é o que os faz belos
[Refrão]
Minha raridade e loucura
São minha carta de apresentação
O brilho nos olhos reflete a bravura
E na maluquice encontro redenção
[Verso 3]
Deixo pegadas em trilhas incertas
Corro longe sem olhar pra trás
Sigo firme nas rotas desertas
Nos destroços encontro paz
[Verso 4]
Minha visão é a de quem não teme
Desafios são minha canção
Na solidão minha alma treme
Mas na coragem encontro razão
[Ponte]
Sou tempestade em tarde calma
Sou a chuva que lava a dor
No caos encontro minha alma
Na melodia do amor
NATUREZA EM FÚRIA
As frias folhas das arvores
Em noites de vendavais
Voam para outros ares
E ao tempo se perfaz.
Sob o rígido bico do pássaro
Erguem-se noutros patamares
E na busca de seu compasso
A natureza fria finda os mares
As flores furtam as cores
As águas não vertem mais
As aves em dissabores
Perdem ninhos e portais
E o núcleo da terra em fúria
“Mata” feito canibais.
Nicola Vital
Série: Minicontos
NECROPOLITICA
Petrópolis sepulta sonhos e realizações. Não é a fúria da natureza.
- Imprudência da sociedade?
- Também não!
De certo, propósito neoliberal...
O silêncio diz muito nos momentos de fúria, diz pouco nos momentos felizes e diz tudo quando se ama.
Com as mãos livres, o homem poderá chegar ao ponto alto do seu próprio estado de fúria ou de inquietação. Neste estado, ele tem total capacidade de ocupar suas mãos com armas ou com livros, e sua mente construindo armadilhas ou escrevendo poemas, versos e romances diversos. Quando o homem abaixa as armas, até mesmo um galho seco pode ser um meio de riscar ao chão e de materializar os sentidos dos seus próprios pensamentos, medos ou frustrações.
A pulsão é a mesma, cabe a cada ser saber utilizá-la da melhor forma.
Sinto o mar revolto, vejo a furia das ondas...as águas também se revoltam contra a tolice dos homens.
Tempo ao Tempo.
Monotonia atroz.
Sem a calmaria dos ventos e a fúria dos vendavais navegar seria uma monotonia atroz.