Fui
Àqueles "nãos" pareciam ser dados para me proteger, mas proteção era o único efeito que não me era causado.
Àqueles "nãos" me causava fúria e revolta, pois eu precisava de "sims" e não de "nãos"!
Àqueles "nãos" fazia eu me desmoralizar diante meus superiores e desobedecê-los, mas ao escolher obedecê-los ou ser feliz, eu escolhia ser feliz... Feliz porque felicidade era o que eu sentia ao fazer o que queria e escolher o que eu seria!
- Não esquece quem eu sou, sabe, quem eu fui com você, ta?
- Ta bom!
- Promete?
- Prometo. Mas porque tudo isso?
- Por que ela ta morrendo dentro de mim.
POETA FUI
Poeta fui e do causar ferino
Me acariciou a carícia dura
Versei mais dor que ventura
Andei sonhador e peregrino
No devaneio, vivi o desatino
Amando o que pouco dura
Gozando da decepção dura
Poeta sem charme no destino
Porém, a cada verso, tentei
Ter o acaso e a doce poesia
Não agonia que não sonhei
Entendo, que versar alegria
Tem de tê-la. Pouco cantei
Se cantei foi porque sofria
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2020, 08’06” – Triângulo Mineiro
paráfrase José de Abreu Albano
Fui ferido naquela guerra, infelizmente tive que me ausentar para cuidar das minhas feridas, mais, com sua permissão Senhor, retornarei em breve!!
Continência
Hoje estou bem, mas já fui desespero.
Fui jardim sem flor.
Fui fonte suja.
Mergulhado na dor.
Alma cuja não conhecia o amor.
A cegueira e a ignorância me tomou.
A lama imunda.
Sufocado na água que inunda.
Tinha eu cheiro de morte.
Violei a sorte.
Quando um vento soprou.
Uma cruz que fala.
Uma coroa de espinhos que louva.
Um amor que não se pode explicar.
Fui um pouco de lixo.
Uma pedra desprezada.
Um vaso sem forma.
Um aroma de carnificina.
Uma mente má demandando oficina.
Mas o resgate é real.
Uma vez a luz.
A cruz seduz.
Cessa todo mau.
Ainda no ventre do senhor.
Sou eu que peço pra sair.
Com a misericórdia do amor.
Uma vida a conduzir.
Voltei a existir.
Eu sabia, sempre alguém zelou por mim.
Meu pai, minha mãe, meus irmãos.
Meu senhor me ungiu e consagrou assim.
Giovane Silva Santos
Ontem fui o pecado, hoje sou perdoado.
Fui Jacó quando trapaceou.
Fui Zaqueu cobrador de juros.
Também Jonas que na desobediência viajou.
Uma parede de pecado, enfrentei um grande muro.
Fui um Judas traidor.
Fui Labão quando enganou.
Uma ovelha perdida.
A contramão da verdade.
Um corpo com feridas.
Fui Pedro negando o salvador.
Fui Paulo perseguidor.
Uma viagem no deserto.
Sem ver a verdade de perto.
A oferta que Deus não agradou.
O pecado me apossou.
Foi uma fase dolorida.
Hoje orando estou.
Curar enfermidade e ferida.
Ver a vida colorida.
Colocar a vida, um belo sabor.
Quando percebo a cruz.
A raiz forte da redenção.
Permitir que a palavra seduz.
Vencer o engano do coração.
É vida, é ânimo, é fé.
Disposição para verdade.
Impor a coragem.
Viver Vitória de pé.
É a honra dada ao senhor.
A obediência e fidelidade.
É a intenção.
É ter o espírito que tenho vontade.
Ser puro.
Ser perseverante.
Caminho seguro.
O senhor que tira o apuro.
Sara, direciona quem foi errante.
Giovane Silva Santos
Mas não fui pra você...
Me senti pequeno ao saber que tudo que eu fiz não teve o devido valor.
Mas deixar você me diminuir aí já é outra história...
O travesseiro ainda contém seu perfume.
Todas as noites fico juntinho a ele, acariciando-o, beijando-o, desejando-o, como se fosse você.
Um dia, estivestes junto a mim, e no outro, muito longe, distante.
Porque fui deixá-la ir, porque não fiz tua vontade, esquecendo a minha.
Porque estamos longe, se ainda resta carinho e desejo entre a gente.
Porque não esquecer essas divergências e um de nós ceder a intransigência, porque?
Porque fazemos isto, se sabemos que um dia iremos nos arrepender amargamente e poderá não ter mais volta.
Quando este dia chegar, iremos chorar da estupidez que cometemos, pelo simples fato de não termos humildade suficiente, para pedir perdão.
A MENINA QUE UM DIA EU FUI
A menina, que fui, era sábia, vivia a se encantar com as
belas histórias e a vida se alegrava na sua voz de criança...
A menina que, um dia, eu fui, entretanto, ficou adormecida,
cerrou os olhinhos, abraçada ao tempo, que lhe fora de
sonhos e canções... Fechou seu livro de histórias e calou-se na
quietude do tempo. Mas ainda brilha, em sua essência, esperando
que a vida lhe traga doçura e lhe devolva, simplesmente,
o seu bem maior, sua condição de menina.
A menina, que, um dia, eu fui, sorri para mim e me ensina
que a vida é fácil, os obstáculos podemos vencer... É só
deixar a alma falar... Como o dom da escrita, como o vento
que embala a flor...
A menina, que, um dia, eu fui, caminha agora comigo, e
é, de novo, o meu alento, minha melhor forma de expressão...
minha fé de continuar a sonhar com histórias de príncipes e
princesas!
A fé dessa menina, que, um dia, eu fui, me contagia!
Sigo de mãos dadas com ela e, em mim, sinto sua melodia,
a sua alegria, minha melhor forma de expressão...
E é, na sua alegria, que continuo a ser aquela menina...
Agora ela caminha junto a mim e nela repouso as minhas
recordações.
Marilina Baccarat, escritora brasileira, no livro "Caminhos do Viver" ISBN 976-85-366-3227-4
Não estou!
Se me procurar mando dizer que já fui.
As vezes vale a pena deixar pra trás,
o melhor é simplesmente seguir.
Entenda, com ou sem você tanto faz,
foi você que me fez desistir.
Nunca fui de gaiola...e também nunca tive amores engaiolados
Pois aprendi que a liberdade que dava ao outro era o que me libertava...
E por ser assim ,pássaro livre é o que encantava...
E para o aconchego do ninho ele sempre voltava!
Eu nem vi
Quando da poeira vim
da poeira à vida
a vida feito de nadas
da sombra ávida
vim, eu nem vi
quando porvir
fui e nem
vi.
