Fui
Às vezes usei.
Outrora, sinto que fui usado.
Magoei e também fui magoado.
Desprezei e fui desprezado.
Causei dor e ocasionei feridas que talvez nunca cicatrizem.
Mas, também abriram feridas em mim.
Fui imaturo, infiel, pouco desonesto, hipócrita e às vezes soberbo.
Fui moleque, infantil e desprezível.
Porem, sinto que vivi tudo isso de volta!
Sinto-me muitas vezes culpado, triste e amargurado.
Então! Lembro-me de algo chamado retorno, lembro tudo que vai, volta.
Entendo que tudo que um dia eu fiz, hoje fizeram ou irão fazer a mim.
Sendo assim, livro-me da culpa e sigo em paz!
Nem quando fui culpado dos meus erros passados que cometi.
Doeu mais que ser julgado por algo que não fiz, tudo que era minha paz, virou uma guerra interna que não me dá trégua!
Ser jovem é sentir saudades da pessoa que serei, e aversão à pessoa que outrora fui. É querer alçar voo sem asas; desconhecer a desesperança. É encantar-me desencantando-me com a poesia da vida; é fazer dos amores e das melodias meu fôlego. É ter a doçura da imaturidade e o frescor da ousadia. É saber que a juventude há de acabar, mas viver como se não soubesse.
Quem sou eu? Desde que me perdi, já não reconheço quem fui e o que me trouxe até aqui. Não faço ideia do que serei, nem pra que serei. Apenas sobrevivo lutando contra algo que nem sei o que é, para me manter sendo o que nem sei que sou. Automático ligado, dias bons dias ruins, e quem dirá que não foram. Que lugar vazio, onde nada fica pairando sobre tudo, a mistura de tudo se transformando em nada, para que daqui a pouco seja o fim, de um mundo que apenas sobreviveu na esperança de se permanecer de pé, mas que nunca pertenceu a qualquer lugar, a lugar nenhum...
CORDELZINHO DA NATUREZA
Andei cedo pelos campos
Levei lápis e papel
Sentei numa sombra
Fui rabiscar um cordel
Queria numa tela pintar
Faltou tinta e pincel.
Levantei seguir andando
Quando vi dois passarinhos
Pousados no meio das flores
Sem furar os seus pezinhos
Aquelas flores tão belas
Eram cheias de espinhos.
O Sol estava sumindo
Levando a tarde embora
Estava tão entretida
Nem percebi a hora
Quando no caminho surgia
Uma bondosa senhora.
Seguimos juntas para casa
Começando uma boa prosa
Ela agachada colheu
Uma linda flor cheirosa
Perguntei que flor é essa
Ela disse, pra você é uma rosa.
Recebi das mãos bondosas
Com tanta delicadeza
No olhar ela transmitia
Toda a sua grandeza
De repente como fumaça
Sumiu no meio da natureza.
Até hoje me pergunto
Fico tão emocionada
Quem foi aquela mulher
Surgiu assim do nada
Parecia um anjo enviado
Doce e tão amada.
Autoria Irá Rodrigues.
Eu entrego água para os que estão com sede, e esqueço a mim mesma... Quando fui olhar, percebi que não havia mais nada.
Porém, quando recebo mais, esqueço a mim Novamente, por que?
Pois, a atenção deles de alguma forma faz eu me sentir amada ... Por poucos minutos, que viram segundos e acabam.
Substitua "água" por amor
SENTIMENTO ARCO-ÍRIS
nunca fui uma cor só , sempre tive um pouco de
preto , sozinha na esperança de encontrar um corajoso que
mergulho na escuridão dos meus sentimentos e me faça brilhar
novamente , um pouco de vermelho , com uma paixão intensa
pronta para viver os momentos mais cliches , um pouco de azul , calma mesmo com os sentimentos a flor-da-pele ,provavelmente com um pouco de roxo , confusa mesmo sabendo exatamente o que quer , um pouco de verde esperançosa com seus sonhos mesmo que digam ser impossíveis , também com um pouco de marrom , com medo de sentir algo por alguém e essa pessoa não saber lidar com o arco-íris de sentimentos que percorrem seu corpo inteiro
Não fui feita para ser guardada para depois. Eu fui feita para o agora. Me deixar guardada para mais tarde, outro dia, outra hora, é garantir que eu não estarei mais aqui. Não sou para o ocasionalmente ou casualmente, sou do frequentemente e esperado. Sou do continuamente e aguardado. E para ser honesta, é impossível guardar para depois quem já é o próprio presente. Presente recebido é para ser aberto na hora, guardar para depois é deixar o presente virar passado.
*As complexidades do amor*
Já fui mais você do que eu,
Como um origâmi,
me dobrei e desdobrei para te agradar,
Buscando uma forma de você me aceitar.
Não é curioso?
A certeza que temos de que,
de alguma forma,
Aquela pessoa irá nos amar?
Não beira a irracionalidade sabermos que,
o amor é leveza e sutileza,
Um ato de doar e somar.
Mas na busca de senti-lo,
de tê-lo e recebê-lo,
Nos dispomos a dar mais do que receber?
A perder partes de nós no processo,
a ter nossas feridas expostas,
Enquanto o outro parece não perceber,
Seguindo adiante sem se importar
pois a expectativa da reciprocidade não é dele,
Não o pertence.
Ah, como dói!
Dói quando nos damos conta
que amar também é deixar ir,
deixar partir.
O amor é livre,
É um pássaro que clama liberdade
para alçar os mais belos voos.
Antes de amar o outro
Ame primeiro a si
Se amar é entender
que não devemos aceitar menos do que merecemos,
De forma clara e consciente.
Saber quem deve ocupar os lugares vagos à nossa mesa
para saborear e desfrutar
de cada segundo ao nosso lado!
E a vida passou, os sonhos ficaram guardados, e tudo mudou.
Me pego a questionar o quanto fui importante em algum momento na vida de alguém.
O vazio as vezes me invade e me assusta.
Estar livre seria uma paz, porém me submete ao medo de enfrentar a minha própria história.
Muitos de distanciaram da minha vida e eu nem sei o motivo, outros se foram para nunca mais voltar e eu não tive tempo de dizer-lhes adeus.
Hoje tudo está diferente, já não tenho mais o mesmo entusiasmo que tinha, tão pouco consigo traduzir em palavras ou em poemas o que antes me era tão espontâneo.
Estranhamente olho as pessoas que hoje estão a minha volta e tenho a sensação de estar vivendo em época diferente delas, me entristeço e me sinto estranha.
Quando foi que me perdi de mim? Não consigo enxergar onde deixei de ser o que eu era e só o que vejo é uma pessoa cansada, medrosa e com o coração confuso.
Não sou mais eu, penso que sou apenas uma pessoa que em algum momento se distanciou de si mesma e não encontra caminho de volta...
Vi pessoas que eu amei dentro de um caixão, e eu nunca mais fui a mesma pessoa, pois estava naquele caixão junto com elas
"SEJA PRUDENTE, fui no hospital (emergência) em busca de atendimento; lá chegou uma senhora GRITANDO DE DOR, ao invés de usar a escada para trocar a lâmpada, utilizou a cadeira que estava mais próxima. A mesma escorregou e caiu no chão acarretando diversas fraturas. É só um exemplo do que pode ocorrer conosco por falta de prudência"
Eu dancei na chuva, fui até a borda do mundo, e decidi continuar.
Corri, e fui tão longe que nenhum outro alguém poderia me encontrar.
Me perdera, e não me encontraria novamenete.
Percebi iso quando os céus se fecharam, e não existia nada além do mais profundo silêncio.
Não existia nada que me lembrasse de quem eu era, do futuro que algum dia teve a esperança de me encontrar.
Dancei até o chão sumir, a luz se apagar, o sofrimeneto se dissipar.
Caí no mais profundo e confortável sono.
Despenquei até que meu corpo cedesse, minha mente desligasse, até que eu aprendesse a aceitar.
Dormi debaixo da chuva, caindo da borda do mundo, reconheci a minha escassez de futuro, e enfim encontrei meu lar.
Desisti das minhas ambições, do medo, e abri mão do meu coração.
Deixei tudo acabar, e finalmente, me permiti encontrar.
A MORTE CHEGOU DE BRANCO
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.
Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...
Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.
Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Desde sua chegada, a minha vida
não foi mais a mesma
Fui presenteada com sua vinda!
E abençoada com a presença
E grata até por sua partida
Me sinto culpado, por não estar do seu lado. Porém, sabemos que, de fato, não fui o autor dos atos.
Quando era mais jovem, gostaria de ser médico, e consegui, só não fui médico, mas continuo sendo o garoto que gostaria de ser um médico.
