Fui
"Toda as vezes em que eu me pus a sonhar, fui violentamente transportado a minha realidade. Se eu encarar a minha realidade, serei transportado para meus sonhos?"
Ao longo da vida fui aprendendo que o que me deixava mais forte, e cada vez mais confiante frente aos desafios que ainda estavam por vir, não eram as batalhas que vencia, mas enfrentar perdas cada vez menos significativas por me descobrir no final o grande vencedor da guerra contra mim mesmo!
I N V E N Ç Ã O
Fui eu que inventei o amor,
Mesmo sem saber se era dor
Aquele ardor que se sente
Logo que se pronuncia
A palavra amor.
Senti-lo, é bem pior
Do que praticá-lo?
Eu sei lá!
Só sei que o amor
É uma coisa
Que quase deixaram
De pronunciar
Com medo do bicho amor.
Afinal, não fui eu
Que inventei o amor
E jamais
O inventarei.
(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 01-09-2022)
MULHER PÃO
Tudo o que é mulher me fascina.
Pobre amante que fui na rota ida,
Assaltam-me agora ilusões à partida
Como se fosse o pão da vida,
Tornado alimento único desta sina.
Porque professo tão incerta doutrina?
Quero apenas e tão breve confessar
Que se não houvesse mulheres de amar
Na verdadeira entrega de par em par,
Eu teria já morrido à fome na rotina.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 25-01-2023)
JOGUETE
Fui-o.
Nas tuas mãos pouco macias
Perfumadas das bruxarias
E senti-o.
Foste lançando o feitiço
Como bruxa que lança em derriço
Incenso aos lanços nas brasas
Que fazem faíscas
Ariscas, com que arrasas
A vontade de dizer, não!
E sem mais contemplação
De outro piedoso pensar,
Louca mulher, sem paixão
Nem vontade de se amar.
(Carlos Vieira De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 01-06-2023)
NÃO
Não fui eu que me inventei.
Nem projeto,
Nem desenho,
Apenas mais um da grei,
Pelo que sei,
Um ser de certo dialeto
E, já agora, convenho:
Simples, fiel, muito reto.
Fui na pobreza criado
E nunca algoz de ninguém
E muito menos bastardo,
Quer de pai ou de uma mãe.
Sou apenas o resultado
De um amor de vida a dois.
Com a minha voz se canta o fado,
Com a minha vara eu toco os bois.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-11-2023)
Tantas estrelas no céu e fui me apaixonar justo por uma estrela cadente. Que, por uma fração de segundos, iluminou meu escuro céu, encantou-me e teve toda minha atenção. Mas, como toda estrela cadente, essa também teve que partir, fazendo voltar a escuridão do meu mundo e deixando apenas um pequeno rastro de luz que também logo desapareceu, restando apenas meu encanto e minha rápida memória.
Fui conversar com as estrelas
Tentando me orientar
Com um desejo de vê - la
De poder sua pele tocar
Essa vontade incontrolável
É por que sei que sou o responsável
Por fazer você sonhar
Transfiguração das Cores
Sempre fui fiel às primárias,
à urgência do vermelho,
ao azul que carrega o silêncio,
ao amarelo que arde sem pedir licença.
Cor pura, sem concessão.
Cor como grito inaugural.
Fugia das misturas —
como quem foge do engano.
Preto e branco?
Nem isso.
Ausências demais.
Um, silêncio sem fundo.
Outro, claridade que cega.
Preferia o mundo onde tudo começa:
a cor em estado bruto.
Mas algo mudou.
Veio um verde que cheira a memória,
um lilás que murmura coisas que não sei.
Um rosa — que nunca convidei —
se assentou na borda da tela.
Será que estou virando romântica?
Será isso… ou será que a cor
também sabe onde ferve o inconsciente?
Não sei se é hora de confiar.
Quem pinta com tons que não conhece
não caminha, atravessa.
E o que vem por aí —
não vem calmo.
Vem pirando tudo.
Porque criar
é deixar que a ausência fale,
que o excesso se cale,
e que a cor — enfim —
nos revele
onde estamos por dentro.
Hoje sou frio, sim... admito! Em troca sou verdadeiro e não espirro mentiras! Já fui amoroso e ainda sou, apenas aprendi a bloquear meu sentimento para o mundo exterior. Minha frieza é a minha proteção!
Certamente não fui teu amor
Mas eu sim te dei valor
Me apaixonei, cuidei e senti dor
E ainda sim, não pude ser seu amor
Na realidade da vida seja ela
Acreditei no nosso romance
Num romance tipo novela
Num romance sem chance
No romance que havia uma donzela
Apenas uma menina encantada
Que sentia minha alma e minha aura
Sentia tudo, menos meu amor e minha raiva.
Já fui pessoa muito forte, a ponto de não me importar até com quem me machucava, perdoava naturalmente.
Estes últimos anos, não sei se por conta da idade ou da fragilidade do momento, já não me sinto a vontade com esse tal de perdão…Não desejo mal a ninguém, mas prefiro que algumas pessoas não façam mais parte da minha vida, e permaneçam distante
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp