Bianca Garcia

Percebi, talvez cedo demais, que não dá pra sermos protegidos sempre ou sermos poupados de tudo. O sofrimento faz parte da mudança. Mas, infelizmente, tem gente que não muda nunca.

Gosto da verdade e do sincero neste mundo em que quase não existe.

Nem todo mundo enxerga motivos para procurar essa tal de felicidade que a gente finge que existe.

Não poder voar é, no mínimo, uma péssima coisa.

Precisamos de algo mais inteligente. De uma televisão mais inteligente, de uma população mais inteligente. De uma mídia que seja motor de transformação social e não uma fórmula eficaz de alienação. Precisamos de uma mídia com cara limpa, sem sujeira por trás das câmeras e acordos por baixo dos panos. De uma mídia onde o jornal seja livre para noticiar o que é notícia sem pensar nas perdas do governo e do empresário. De uma mídia livre para criticá-los quando necessário.

Parece que a tendência do descartável e do inútil ainda não chegou ao fim.

Os olhares atentos a tudo me intrigaram.

O jornalista é por si só um curioso.

Não sei bem dessa “naturalidade” das pessoas que vivem para dizer (na rede) o que vive, ao invés de viver propriamente. Que agonia viver numa realidade, assim, inventada.

Estranho isso. Mas tenho a sensação de que algumas pessoas esqueceram de viver.

E por falar nesse lindo gigante, é uma lástima que tenha tanto problema: temos uma educação que não funciona, uma saúde que não funciona, um transporte que não funciona. Temos uma política que não funciona!

Você entende, então, desse negócio de chegar num lugar e ter tempo pra ficar que há anos chamam-no de vida? Eu não.

Somos, hoje, um estranho diferente do estranho que fomos ontem.

A saudade tem nome e é nome de gente.

Mas a vida não é esse pote de ouro que se resume em felicidade tão facilmente assim.

Gosto de desafios. Do contrário, do diferente, do que facilmente não se entende. Gosto da verdade e do sincero neste mundo em que quase não existe.

Daqui algum tempo

daqui algum tempo
vou arrumar as malas
e vou sair daqui
é disso que preciso


não dá para ficar
no meio dessa gente
que maluca vai estar


no meio dessa gente
que só pensa em dinheiro
não dá pra ficar


daqui algum tempo
eu vou ter que sair
do meio dessa gente

A euforia e a superexcitação são as máscaras da infelicidade.

Amar é carregar um pouco do outro e dar um pouco de si.

Tenho vontade que as pessoas amem sóbrias.

Agora a cidade dormira. Parece que dormiu pra sempre. Um dia ela acorda.

Em meio ao movimento desse bairro burguês, uma classe sem nome preenche as calçadas sob claros olhos que não os querem enxergar.

Séria não pode ser essa polícia. Sério não pode ser o estado dessa polícia. Sério não pode ser o Estado com essa Polícia.

O céu tem dessas coisas misteriosas.

As mentiras são mais desreipeitosas que a ausência de respostas.