Frases de Lygia Bojunga

Cerca de 11 frases de Lygia Bojunga

Às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. Mas aí o tempo passa. E o tempo é o tipo do sujeito que adora mudar tudo.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.

Mas ela achava que ser bonitinha só, era muito pouco: se de repente ela desbotasse, ela deixava de ser bonitinha; aí ela não ia servir para mais nada, porque a única coisa que ela era, ela deixava de ser.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.

Tudo quanto é música que acaba, vai ficando mais devagar, mais isso, mais aquilo, e a gente vê que ela tá chegando ao fim.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.
Inserida por corafurer

Ela contou que eu continuava a maior inventadeira do mundo. Aí foi aquela crise: o pessoal todo ficou contra mim. Fui dormir na maior fossa de ser criança podendo tão bem ser gente grande. Não era pra eu ter inventado nada; saiu sem querer. Sai sempre sem querer, o que é que eu posso fazer?

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.
Inserida por pensador

Fiquei uma porção de dias pensando no meu pessoal pra ver se entendia por que é que eles zangavam tanto comigo. Acabei desistindo também: gente grande é uma turma muito difícil de entender.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.
Inserida por pensador

– Você não vai mais esconder as vontades dentro da bolsa amarela?
– Não. Elas viram que eu tava perdendo a vontade delas, então perguntaram se podiam ir embora. Eu falei que sim. Elas quiseram saber se podiam ir que nem pipa e eu disse “claro, ué”.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.
Inserida por pensador

Eu não sei se eu já nasci desse jeito ou se eu fui ficando assim por causa do meu amigo pintor, mas quando eu olho pra uma coisa eu me ligo logo é na cor.

Lygia Bojunga
O meu amigo pintor. São Paulo: José Olympio, 1987.
Inserida por pensador

O meu amigo me disse que quanto mais a gente prestava atenção numa cor, mais coisa saía de dentro dela.

Lygia Bojunga
O meu amigo pintor. São Paulo: José Olympio, 1987.
Inserida por pensador

Os livros que eu li e amei estão sempre por perto. Não só pra, volta e meia, dar uma namorada de olho com eles, alisar um bocadinho a lombada, fazer uma festa na capa, mas também pra, de vez em quando, convidar, vamos de novo? e lá ficarmos os dois, outra vez esquecidos do mundo, nessa tal de amarração de quem escreve e de quem lê.

Se o pessoal vê as minhas três vontades engordando desse jeito e crescendo que nem balão, eles vão rir, aposto. Eles não entendem essas coisas, acham que é infantil, não levam a sério. Eu tenho que achar depressa um lugar pra esconder as três: se tem coisa que eu não quero mais é ver gente grande rindo de mim.

Lygia Bojunga
A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Agir, 1993.
Inserida por pensador

Toda a vida eu gostei do meu Amigo assim… assim bem grande; mas eu sempre pensei que ele gostava menor de mim. Não sei se porque eu era criança e ele não; ou se porque ele era um artista e eu não; só sei que quando ele falou de amor o meu coração pulou daquele jeito: será que então a gente se gostava igual?

Lygia Bojunga
O meu amigo pintor. São Paulo: José Olympio, 1987.
Inserida por pensador