Frases de Florbela Espanca

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A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente.

A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento.

Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente.

Se penetrássemos o sentido da vida seríamos menos miseráveis.

É pensando nos homens que eu perdoo aos tigres as garras que dilaceram.

Eu não sou boa nem quero sê-lo, contento-me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar raros e amar um.

Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver
E que nunca na vida me encontrou

Li um dia, não sei onde

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.

Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado...
Diga prá mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?...

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura.

Não és sequer a razão de meu viver, pois que tu és já toda a minha vida.

Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder, para me encontrar.

Amo-te tanto.
E nunca te beijei...
E nesse beijo, amor, que eu não te dei, guardo os versos mais lindos que te fiz.

Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive.

Tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para exprimir a mentira e a verdade

Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados...

Eu quero amar, amar perdidamente. Amar só por amar.

Florbela Espanca

Nota: Trecho do poema do livro "Sonetos de Florbela Espanca", de Florbela Espanca. Link

Gosto da noite imensa,
triste,preta,como esta estranha borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões.

"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar...