Frases de João Guimarães Rosa

A culpa minha, maior, é meu costume de curiosidade
de coração. Isso de estimar os outros, muito ligeiro,
defeito esse que me entorpece

Ah, mas a fé nem vê a desordem ao redor.

A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.

Viver é um descuido prosseguido.

O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.

Inútil fugir, inútil resistir, inútil tudo.

As pessoas não morrem, ficam encantadas!

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.

Viver – não é? – é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver mesmo.

Viver é uma questão de rasgar-se e remendar-se.

Merece de a gente aproveitar
o que vem e que se pode,
o bom da vida é só de chuvisco.

Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso...

O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.

Vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro.

Fino, estranho, inacabado, é sempre o destino da gente.

O de hoje é um dia que comprei fiado.

A gente cresce sempre, sem saber para onde.

(Nenhum, nenhuma)

Viver de graça é mais barato.

Alegre, embora física e metafisicamente só, sentia o universo. Chovia-se-lhe.

A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.