Frases com a palavra Livro
Panfletos que se perdem na virada do tempo
A mistura de seres sempre desesperados
Quando os vossos lamentos e cânticos se abafam
E todo mundo se encontra as escuras.
Gritais e não há entre vós um só que vos escute,
Bolívar não esta mais entre vós outros,
Ché foi morto por todos aqueles que se diziam
Protetores.
"Algumas posições na vida são bem peculiares, requerendo uma medida completamente antagônica. Se não quiser entrar em definitivo naufrágio psicoemocional. Ou seja, quando a pessoa está no fundo do poço a única conduta apropriada é se levantar e sair deste buraco, independentemente da psicogêneses que colocou a pessoa lá"
Paginas de mim
Quietinho, todo empoeirado
sou o seu livrinho
que arquiva o passado
Na estante do teu quarto
mudo, sereno, parado
Sinto-me abandonado
Suas mãos
a me folhear
Os seus olhos
a me percorrer
Um riso no canto da boa
percebo nascer
É a saudade que tinha de me ler.
Enide Santos 01/12/13
Eu o beijo, feliz por ter ele ao meu lado. Depois apoio a cabeça sob suas pernas e fico olhando os olhos dele. Tão verdes, tão distantes. Será no que ele está pensando agora? Ele abaixa os olhos e sorri pra mim! Sorriso esse que me faz estremecer por dentro. E me faz lembrar do dia em que nos conhecemos...
De que lugar
Onde anda você?
Em que parágrafo você acorda?
Em que capítulo você se despe?
Com que asas você voa?
Em que céus devo te procurar?
Em que estação você floresce?
Em que águas devo te recolher?
Qual o recado que vai enviar?
Em que nuvem vai escrever.....
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Não escrevo livros para ganhar a vida, menos ainda para viver disso. Escrevo porque minha alma deseja disseminar uma parte de mim a quem virá depois. É quase como plantar uma semente sem a pretensão de comer do seu fruto, mas sim, pelo prazer de saber que mais adiante, outros irmãos de humanidade poderão usufruir daquela árvore.
PÉROLAS TELÚRICAS
Oh, pérolas!
Por que, e por quem me fez sangrar?
Oh, areia! Que construiu meu deserto
onde tive que passar, e as mais lindas pérolas
de ti transformar?
Com dores de parto, suportar...
Suportar o frio da alma desnuda
e o calor desértico de um sofrer
para um morrer e só então ressuscitar!?
AMOR NO PORÃO
Se bem te conhecesse
antes de te conhecer
Minha liberdade já estaria
Presa no porão junto a ti.
E tão logo adormecesses,
Eu também estaria ali
a te envolver
E a envolver no sangue
que te fiz sorver.
Pagaria pela vida
Mas não na vida.
Ao amor que não me deu
E que só te ofereci eu.
POR TI
Por ti quase morri.
Não sei mais viver sem ti
As miseráveis noites eufóricas e metafóricas
que a vida transformou
em dilemas, rimas
e poemas.
E eu as escrevi,
sentindo os açoites da madrugada,
enquanto dormias, em sua alcova perfumada.
ouvindo o vento lá fora ditando-me palavras,
Dos dilemas nos poemas!
Por ti, por amor, sobrevivi.
achar que perder a pagina,
faz com que tudo que foi lido anteriormente seja esquecido?
não é assim,
sempre tem um marcador
para lembrar do ultimo local
que você parou;
invocador
da realidade escondida,
sacrificador
das suas verdadeiras emoções.
feche o livro novamente
ou finja inconscientemente,
miseravelmente, tente.
livro aberto
ULTIMAMENTE
E tudo está assim ultimamente...
Até as janelas vestiram-se de bege
não há cores para mostrar
mas para que?
Não há mais rostos
Só ficaram antigos bordados e os matelassês
enfeitados nas bordas da madeira
feito vitrais que há muito não existem mais.
E tudo está assim ultimamente:
uma cor bege!
Ultimamente.
As Serras de “Trem”
Nos altos e nos baixos
Nos vales e nos picos
Ondulando caminhos
Caminhos de Minas
as curvas não encurtam
Caminhos tortos,
Caminhos de Minas.
Nos caminhos
Os trilhos
Os trens
O trem
O que é que tem
Vamos esperar
Aí vem
Um café
Que está um trem.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Sonhos
Todo sonho
De quem sonhou
Velho ou novo
Não se realizou
Vira assombração
Fica assustando os outros
Mandando avisos
Indecifráveis
Para terminarem
Os sonhos
Que Sonharam
Dá um trabalho enorme
Decodificar sonhos
Não realizados
Para edificar
Sonhos sonhados.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Saudades em poesia
Seu cheiro derramado em poesias
Seu cheiro arrastado nos versos
Cheiro espairado
Repartido
Cheirando espalho
Vetado
Revive em mim seu corpo em perfume
Flui
Esparrama a sua vontade
Somos mistura
Dos céus e dos ares
Somos nós e nó
Você existiu
Para... sempre...
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
E talvez porque ela tenha nascido para contar histórias e não para ter necessariamente um Happy End , como tantas mortais que sorriem sempre felizes com aqueles corpos esculpidos diariamente na academia e com impecáveis cabelos esvoaçantes que balançam igual propaganda de shampoo, até mesmo quando sorriem!
PARA ONDE FOI O PRÍNCIPE?
Uma canção para a menina
que foi embora.
Linda menina que brincava
comigo no meu jardim...
E sonhava com seu príncipe!
Vestida, sempre, de chita, saia balonê
e tiara de pedrarias nos cabelos de princesa,
a coroa de sempre dessa menina!
O príncipe...
Ah, o príncipe?
Foi só uma história!
APRENDIZ DE SOLIDÃO
Aprendi a ser só
Aprendi seguir e ousar!
Percebi que para voar
é deixar-me ser levado...
Planar nos ventos sem suas asas.
Vi o quanto posso...
Eu, pássaro de rapina!
Não perco na noite imensa ou curta.
Aprendi a usar minha retina
tal qual a azul luz da mira de um fuzil.
Fale
Se você não quer falar comigo
Não tem problema
Eu falo por você
Nesta hora sua mudez
Vira conto.
Verso,
Metáfora
Aí tenho as rédeas
Sou dono de suas palavras
Impero e domino seus movimentos
Eu olho para você
Você olha em mim
E em versos
Dialogamos
E nos amamos para sempre.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Aliás, me incomoda até, e muito, que a literatura seja tema da literatura, que o protagonista de uma obra seja o escritor, levando a maior parte do tempo uma vida tão solitária e mortificante, escrevendo a duras penas um livro sempre na iminência do fracasso, num processo contínuo de autoflagelação.
Quando se escreve
Fica-se nu.
Nu perante seus inimigos.
Nu perante as críticas.
Somente as letras nos vestem.
E os críticos
Céticos
Arrancam nossas vírgulas
Pontuam nossas angústias
E você fica nu
Indefeso
Sem alma
Sem arma
Somente exclamação
Com ponto de interrogação
Por que escrevi?
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
