Alguém tem medo do ridículo? Nem sabia... Arcise Câmara

Alguém tem medo do ridículo?

Nem sabia do meu sentimento por ele, não sabia ser portadora de uma paixão, uma fé, uma esperança, um amor, uma certeza da legitimidade desse sentimento. Ainda alimentava a raiva e a mágoa pelo outro, pelo primeiro, pelo pai da minha filha.
Estava zonza, imaginando coisas, vivendo momentos de mulher, sonhos, cores, flores, felicidade. Eu estava atraindo o que estava transmitindo aos quatro ventos do universo.
Saí de um relacionamento em que tinha que fazer tudo o que o meu marido dizia e entrei no mundo em que eu era paparicada e tinha minhas vontades atendidas sem questionamentos.
No primeiro momento estava com pé e mão nos freios, eu não sai correndo atrás dele como meu coração desejava, eu estava sozinha há três meses, tinha superado um sofrimento em tempo recorde, mas não saia da minha cabeça a ideia de que estávamos destinados um ao outro, que tinha chegado a minha vez, que eu não deveria ter subestimado o amor de Deus.
Eu era o passado vivendo no presente, tive um ano difícil, mas provavelmente vivi muitas coisas perfeitas pelo mundo, sem nenhuma justificativa intelectual e psicológica, coisas que continuarão registradas no meu currículo, na minha vida.
Encontrei um Homem cada vez mais raro, gentil, educado, moderno, fofo, lindo, com exageros a parte e com sentimentos serenos, ternos, fraternos, maduros, uma verdade eterna em sentimentos descomplicados.
Foi difícil entender que meu marido amava outra pessoa, que o pai da minha filha sempre amou outra e quis se unir a mim para não ficar distante da filha apaixonante, abraçando o pesado fardo de uma gravidez indesejada com um serzinho desejado dentro da barriga.
É isso que se faz por alguém que se ama, pensava eu comparando os relacionamentos, fiquei chateada com as comparações que fazia, mas parecia inevitável, pareci que eu queria provar para mim mesma as escolhas erradas do passado e apostar todas as fichas no valioso, belo, flexível Homem Atual.
Amigos, vocês podem acreditar, comparar fez com que eu ficasse segura, feliz, centrada, me sentisse amada, mesmo em situações ou circunstâncias adversas a maneira como ele se manifestava me apaixonava e foi por ele e por amor a ele que aceitei o fim do meu relacionamento anterior.
Nos conhecemos pela internet, que foi para mim a mais nova lâmpada de Aladim, eu não acreditava em internet, nunca me animei para isso, mas segui os impulsos da harmonia, deixei a guerra da tristeza fora e cheguei ao denominador comum de tentar e assim a vida me presenteou.