Amos nos Divertir? Não é para montar... Arcise Câmara

amos nos Divertir?

Não é para montar uma linha de produção, catalogar pequenos defeitos, retornar para a esteira. Não leve a vida tão à sério, estou falando de diversão. Tem gente que mesmo numa programação leve e de curtição, se zanga, se aborrece, se irrita e quer transformar os momentos de lazer nos piores momentos corporativos, cheios de sisos. Não esforça para perdoar uma freada brusca do cônjuge, uma intolerância do motorista ao lado. Não se esforça para retornar a harmonia rapidamente. Tudo irrita, tudo magoa, nada se apaga, nada se releva. Era para ser uma noite prazerosa, mas foi inevitável a guerra, pois até você ficar quietinha, irritava e se você fala, irrita ainda mais. A confiança vira xeque no relacionamento. E quando você tenta explicar que tudo foi excesso, o famoso tempestade em copo de requeijão, ele já entende que você quer doutriná-lo a aprender a viver a vida, confundindo o meio do capítulo com o final da história. Nada pode ser mais superficial, artificial do que perder o foco do que era "saímos para nos divertir". A exclusiva briga e a permanente discussão vira algo mais relevante do que o propósito de sair para passear. Nunca tinha pensado dessa forma? Eu também, não.