Fragmentos
O que eu deixei para trás foi apenas a figura das ondas que quebram na praia. O mar, esse desenho de cores múltiplas, está sempre em mim, mesmo que nas entrelinhas.
Me desatino tentado entender as confusões interiores
Gesto tolo costurar os dedos e querer entrelaça-los
De olhos fechados se veem os circos invertidos
Lonas em preto e branco e palhaços chorando
Um suicídio do ser tentando deixar de acontecer
O ódio tentando sucumbir o existir dos alvos
E meio a revolução sináptica o equilíbrio terce os tecidos
E os recursos da mente humana fazem suas acrobacias
Na sincronia fragmentada das danças o vento canta
A vontade emocionante de dar sentido a imaginação
Se recria nos sentidos racionais e conscientes.
Rezo todas as noites por um poema que seja correspondido.
Suplico vontades solícitas de verso e prosa.
Rezo todas as noites por um poema que me revele por inteira.
Rezo, mas as palavras evaporam dentro de um céu de letras escuras!
DIFRAÇÃO
Esse costume de ir deixando
Parte de quem somos
Um pouco aqui
E um pouco ali
Á cada lugares que pisamos
E ao final das contas
Permanecemos inteiros
Mas fragmentados pela estrada
Onde cada frase dita
Pode ser parte da minha difração
Não saberíamos onde chegar, se não olhássemos, às vezes, para trás. Muitas das coordenadas do que planejamos estão em nosso passado.
Toda água parada deve ser drenada, pelo perigo iminente que ali mora. Pode causar frustração e outras doenças.
A aparência se vê a olho nu... A essência é preciso adentrar o ser e, mesmo assim, só enxerga se quiser enxergar...
Ainda sobre fazer o melhor que posso: Só não posso cruzar os braços, como desculpa de que já fiz tudo.
A produção do cotidiano dentro do qual uma pessoa existe produz ela mesma, na medida em que fornece vestimenta, comida, economias e ecologias, gestos, ritmos, habitats e noções de espaço e tempo particulares, significativos. Mas é importante que estes modos não sejam simplesmente diferentes. Eles incluem a afirmação da vida ao invés do lucro, o comunalismo ao invés do individualismo, o “estar” ao invés do empreender, seres em relação em vez de seres em constantes divisões dicotômicas, em fragmentos ordenados hierárquica e violentamente.
Um pouco de voo...
Um pouco de asa
Um pouco de pena da asa do Arcanjo!
Meu guardião!
Um pouco do vento, batendo em meu rosto
E, lá vou eu, no sonho
O espaço é meu!
Peregrino eu,
Peregrino na noite!
Na jornada, ainda menino!
Ora piso nas pedras que ferem
Que matam meus pés
Não sei desviar...
Ora piso em nuvens macias...
Como o doce algodão
Do vendedor da minha rua.
Aquele, ao qual nunca ouvi
Vejo a voz...
Pela fresta do portão.
Me perdoe, vendedor!
Ainda vou comprar seu algodão...
O caminho da verdade é sempre pedregoso. O outro caminhar, é lisonjeiro; mesmo mentiroso, afaga o nosso ego carente de apreciação...
Que eu não aposte nem espere demais dos outros. Há coisas que somente eu posso me oferecer e, há caminhos que somente eu sei percorrer. Que eu aprenda a proteger meu lado fraco, porque é esse lado que vão querer machucar...
“Quanto tempo levou,
para que houvesse tempo,
de o tempo ter nos trazido
o que somente o tempo traz?
Uma vida!
Um esperar impaciente!
Um desejo, de um repente…
Que de repente,aconteça!
Pouco tempo foi preciso,
para que o tempo trouxesse
o que não aconteceu,
o que nem chegou a ser…
O que faltou e nem soubemos
Como foi ou teria sido… (?)
Quem dera!
Mas que ingrato é esse tempo!
Que dita as ordens, cruel!
Que faz de nós, um refém.
Da espera…
Resta-me a liberdade de poder ser
Agora, apenas eu
Com meus anseios,
meus receios…
minha des-temperança,
Minhas calmarias
Em seus raros momentos
Minhas inquietudes
Meus pensamentos…
Meus - muitos - defeitos
E minhas - poucas - virtudes
Resta-me a liberdade
de poder dizer não, quando quiser dizer sim
Poder dizer sim se me aprouver, ou não
Não importando o quanto custe a reação
depois da ação…”
"Indagou a flor ao poeta
Por quem choras tresloucado amigo
Não há de ser por mim despetalada,
Aqui ao chão, jogada
A virar esterco e pó...
Por mim não há de ser...
Já nem existo, perdi meu viço
Quando me arrancaram...
Deixando-me à mercê
Dos muitos transeuntes
Que passaram!
Pisoteando minh'alma de flor...
Pois flor tem alma, sabias?
Alma perfumada eu diria...
Cheirosa!
Como a rosa em botão!
Então me digas por quem choras?
Seria pela lua, risonha lá no céu?
Brilhante, como o ouro,
Como a prata?
Assim me matas,
Digas-me por quem choras...?
Vem minhas pétalas juntar,
Faze-me inteira num repente,
Para novamente te encantar..."
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