Fogo Fátuo
Minha Culpa
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou?Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...
Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...
FOGO-FÁTUO
Cabelos brancos! Dá-me calma no espanto
A esta tortura de sonhador, tolo e sofista:
No tempo o desdém ao tempo, veloz tanto,
E assim perdido pelo mais que não exista;
Tal fogo, que no espírito me é pranto
Me enregela e logo encalma, sou artista
De quimeras, reveses, e que no entanto,
Deste fado, que ao criar tenho luz à vista:
Dando a melancolia remédio de alegria,
A razão saudade, e a loucura esperança
Assim, ardendo no peito a doce fantasia;
Se absurdo, absurdo é não ter teimosia
Pra fugir com a ilusão onde ela alcança
E então, ter a realidade cheia de poesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Fogo Fátuo
Fogo Fátuo
Feito foto
Fotografa
Fere e foge
Olhos. Molhos
Brotos rotos
Brotos novos
Brotos outros
De amor.
Fogo Fátuo
Fere e foge.
Só não fere o meu amor.
Fogo Fátuo
Fulgurante
Feito fonte
Descerrante
Fogo Fátuo
Fulgurante
Não atinja
Meu amante.
Fogo Fátuo
Restos mortos
Te acenderam
Fogo Fátuo
Vivos medos
Me devoram
Me consomem
E me apagam
Fogo Fátuo
Festejante
Celebrante
Com esplendor
Fogo Fátuo
Delirante.
Ô, devolve
Meu amor.
Fogo Fátuo
Atrevido
Aparecido
Faz aparecer
Pra mim também
Um grande amor.
Depois que morre ninguém vira santo, mas acredito no sensacionalismo que existe sobre um fogo fátuo.
O gato branco chama-se Noé
Pra quem assim o chama
E a chama do seu amor
É fogo fátuo
É assombro sem vida
Persegue-te noite adentro
O novelo se desenrola
A trama da novela
Enquanto dura
Enquanto mole
A luta pela sombra mais fresca
Seria então o seu fim
Se não fossem os cães de rua
Que latem noite a dentro
Ladram para a lua
Roubam e viram latas
Barulho, lixo, incomodo
E o gato branco é apenas um reflexo
Da lua que vagueia pelos céus
Vaga-lumeando com seu grande poder
Noite a dentro
Da boca pra fora
De lá pra cá
É vertical
E a queda
Nunca tem fim
Há de cairmos em pé
de guerra?
Em pó de terra
Ao pó branco
Da lua
Do gato
Dos dentes rangindo
Sorrindo e sangrando palavras
Terra
Gato
Lua
Pó
.
E o impulso
Ainda pune
Fogo Fátuo
Enquanto caminhávamos
parei um pouco dentro de mim
e me invadiu tua brusca mocidade.
Algo em ti pungiu-me:
a teu lado, as casas,
o ar, o amigo apodreciam e
tu, sozinho, ileso pairavas no momento.
Como um fogo-fátuo
surge a inspiração
bem no meio
da madrugada fria
e repleta de vontade
de cruzar oceanos,
plantar campos
e escalar muralhas.
Para quem sabe
o coração alçar,
Quero viajar para
uma terra onde
seremos plenos,
desconhecidos,
teremos tempo
para nos ocupar
com as estrelas
e tremendas noites de luar;
Para nós dois que
o melhor do amor
sabemos apreciar,
Nos orientaremos
com o horóscopo
e o milagre da vida
diante dos nossos olhos
graças a um teto
que há de ser aberto
automaticamente,
é só questão de tempo,
sei que conquistaremos.
Cada poema que escrevo
é para o nosso amor
que contigo virá,
assim seja e sempre será.
Algumas pessoas não sabem como se defender e pior, não sabem pensar além do limite do feudo em que vive. O feudo seria sua melhor opinião, mas certamente nunca será a sua, mas pensamentos fragmentados de outras pessoas. Não tenha medo, abra a boca e diga sua opinião. Não precisa brigar e nem gritar por isso. Outras pessoas tendem a ouvir pessoas mansas de espírito. Claro que pode brigar, pressionar, obrigar outras pessoas pensarem igual, mas é fogo-fátuo. Não dura muito.