Fogo
Fogão de lenha
Ah! O velho fogão de lenha
O fogo estalando o graveto
Panelas empretejada e prenha
Exalando seu tempero secreto
Só saudade, razão quem o tenha
Na fornada os biscoitos de goma
D. Celina. Quem duvidar, que venha
Provar, do pão de queijo, puro aroma
Velho fogão, assim, faz sua resenha
Envolta os causos e mexericos soma
Ao café no bule, que na alma embrenha
Só tu pode e guarda em seu fogo lento
O poetar que meus versos ordenha
Lembranças de um tempo de contento
És tu velho e bravo fogão de lenha!
Luciano Spagnol
Sou leve como uma brisa passageira, doce como poesia, mas se preciso viro bicho, fogo e tempestade.
sagitariano
novembro, ah essa gente
fogo que chamusca o olhar
engole a alma vorazmente
ah! tão difícil faz-se escapar
este polvo que nos contorna
nos tantos braços, abarca
e numa franqueza nos enforna
cálidos, que no corpo marca
(gente com tal certo amor diário
um ameno amorável... de Sagitário!)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
O universo nos uniu a tal ponto dessa união ser algo raríssimo, somos o fogo e o gelo unidos por energia do espaço tempo. Sua presença é mágica e me satisfaz. Somos o aquilo que o universo criou em um equilíbrio, desequilibrado. Depois que te conheci meu pensamento gira em torno de você 24 horas por dia. Esse é o meu tempo.
Precisamos fazer panelinhas para sobreviver. Panelinhas resistem ao fogo, podem fazer comida boa e alimentam. Mas, são apenas um ítem dentro da cozinha enorme chamada Mundo, que, por sua vez, é uma poeirinha no universo. E, nós, só conseguimos fazer pequenas panelinhas. Às vezes, nem isso.
ETERNA CANÇÃO (soneto)
Tens, sempre, o fogo da emoção
Do fascínio: - que arde na viveza
Em ginga e encantos da pureza
Todo a magia do pecado da paixão
E, sobre esse senso, a doce beleza
Da atração, que brota no coração
Mansa poracé, inigualável razão
E então, alimento e escava reza
És suspiros e mimo, tinos, tal qual
Os beijos são desejos tão ardentes
E que vorazmente atinge o ideal...
Afinal, memoração e gozo aqui são
Permanentes, em olhares reluzentes
De este amor, uma eterna canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2020, 08'18" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DECLARAÇÃO (soneto) ...
Se eu fosse fogo, arderia o teu amor
E se eu fosse o vento, incendiá-lo-ia
Já, se eu fosse a água, eu matá-lo-ia
Sufocado nos beijos, o desejo maior...
Se eu fosse uma flor, assim, sedutor
O teu cheiro no meu ser hospedaria
Se fosse só seu, manso e feliz estaria
E você meu, não mais seria sonhador
Se eu fosse vida, muito mais te dava
Se felicidade fosse, ela eu lhe traria
E na fortuna teus caminhos forjava
Se fosse versos, a poética comporia
E por apaixonadas rimas eu passava
Pra dizer-te do meu amor em poesia! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/04/2021, 15’51” – Araguari, MG
INCÓGNITA
Porque digo, amor, e ainda o sente
A solidão, afagos de fogo, afogueado
Teu toque, um toque simplesmente
Que corre o corpo, e delira o pecado
Porque se sente e a sensação é tanta
Se nem do olhar a recordação é perto
A prosa querer o prosar que encanta
Se nem a poética sabe o fascínio certo
Eu só sei que nada sei, tudo é contido
A alma no eu, o eu num amor perdido
Que poeta aos meus ouvidos, desejos!
E eu só quero ternura, mais que pouca
Na loucura dos lábios, sentir a tua boca
E que em dócil cortejo, ter-te em beijos...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 16’16” – Araguari, MG
O inferno não é fogo, não é tortura física, não é um castigo divino. O inferno é olhar para dentro e ver um vazio imenso, sabendo que somos os únicos responsáveis por preenchê-lo. O inferno é a consciência de que poderíamos ter sido mais, feito mais, sentido mais, mas muitas vezes escolhemos o conforto do conhecido, a ilusão do controle, a paralisia do medo.
Tão rápido como o vento tão frio quanto a neve você passou deixando em mim um rastro de fogo que queima mesmo em dias de chuva.
Me transformo em mar, te carrego nas ondas dos meus sonhos, te afogo no fogo dos meus desejos e te faço boca a boca para acalmar minha loucura.
Não há nada mais quente do que o olhar de quem se ama: é fogo que incendeia, é brasa que queima...é vulcão.
Me derreto toda quando "sem querer querendo", trombo com o teu olhar.
Pega fogo, incendeia...ferve o corpo, vai ao máximo da lareira, é fogueira em dias de São João.
Você venceu,
Conseguiu desmoronar meus sonhos
Arrancou a ferro e fogo,
Roubou o melhor de mim.
Me mostrou o lado feio
A parte podre,
Parabéns,
Vencida !
Pisei no fogo
Queimei a pele
Dancei na chuva
Pulei no rio
Andei descalça
Me desnudei,
Corri para o mar
Me banhei,
Com águas frias
Me sequei,
Fui...
Lá onde mora a felicidade
Bati na porta
Entrei,
Sentei sem pedi licença
Roubei momentos,
Furtei sorrisos,
Colhi beijos
E joguei pra tu.
Pois é, um dia " o barraco pega fogo", vira cinzas...pó. E ai, será que a pose e o dinheiro vão juntos !
Noite. Frio, lareira
corpo pede fogo
quente,
vem teus olhos
vem tua voz
pássaro canta, voa.
Leva, ao longe sinto...
sonho,
pele cobre minha pele
voz,
cobre meus ouvidos
chega a madrugada, peço arrego
colo
chamego,
longe estás...
outros braços, aquecem
outra boca,
cola, cala...
Tu, tão longe
distante !
Sinto o fogo que queima, arde...
sinto,
a explosão de vulcão que há.
Sinto:
coração domina.
Como alguém já escreveu:
" quem domina uma paixão é capaz de dominar o mundo"
você é cérebro,
você é capaz !