Filha Sinto a sua falta
Do meu amor ao ódio por Beth
Beth, com a sua varanda cheia de pó,
Suas chaves a darem nó
Seu telefone é de dar dó
Seu e-mail é um bagulho só.
E eu aqui tão inútil
Queria ter Beth para mim
Talvez mais, ser Beth,
Com a sua clássica elegância e sabedoria.
Fico a penar
Sonhando com seu baú
Correndo atrás, com atitude ineficaz,
Beth, rainha.
Eu esqueci a minha alma.
Estrago o meu amor,
Não vejo mais as flores nem as Marias,
Só vejo Beth, a todo vapor.
Não sei mais o que é vida
Viver é estar no encalço de Beth
Quero molestar, importunar, fatigar, do amor ao ódio,
Já que eu não tenho Beth, minha rainha.
Como seria bom esquecer Beth,
Gostar de uma mulher feia e sem vida
Mas, o meu amor não tem bondade alguma,
É fraco, como filhotes de passarinho.
E Beth, nem aí para tudo isso.
Parto da minha inveja à vigília e, vejo Beth,
Indo e vindo, com seu andar de garça,
Lindo! Lindo!
Falsa Filosofia
Eu sou quem deseja compreender
Essa sua doutrina de bem viver
Que andas a defender
Da literatura ficcional árabe e europeia
Da Idade Média,
Através dos sete mares,
- Que se vive sem ordenado -.
E se manifesta com veemência
Exteriorizando os sentimentos e pensamentos
Com ardor e entusiasmo,
- O que alimenta a vida é viver do amor -.
Estou a dar o devido apreço
A essa ideia triunfal.
Mas, como posso acreditar nisso, nessa sua espiritualidade?
Nessa vã filosofia?
E o vinho, o pão de onde virão?
Pois acordo todos os dias,
Vejo com transparência
Famílias inteiras em penúrias
Na míngua de víveres.
Ah! Não sei se caio nessa cilada
De um dia possuir
A pedra filosofal.
Sua existência
Sua existência me conforta
Não importando saber se você,
Está rico ou pobre
Magro ou gordo
Com a aparência mais jovem ou envelhecida
Feliz ou infeliz
Acompanhado ou só
Viajando ou enclausurado
Comendo ou minguando
Nervoso ou apático
Com saudade ou desprezando
Drogado ou de cara
Orando ou resmungando
Sendo assim ou assado.
Assando.
O que mais me importa
É você existir,
Para que não desapareça
Este ser inconsequente
Que se tornou a minha fonte inspiradora
Dos meus momentos mais sublimes
Em que deslizo os meus dedos no teclado
Criando poesias.
Censor
Pergunta sobre mim
Respondo a sua pergunta
Você matuta, reflete
E diz que é mentira.
Você novamente pergunta
Eu respondo
Você especula, pensa
E diz que é mentira.
E aí vai, e pergunta, pergunta
Eu respondo e respondo
Você cisma, pondera
E não acredita.
E você volta a me perguntar
Eu reconsidero, reflexiono
Respondo filosofando
E não sou compreendida.
Você pergunta mais uma vez
Eu sinto que está a julgar
Refuto a indagação
Silencio.
E você pergunta sobre o meu silêncio
Sinto que é para auferir vantagem
Da sua mais nobre arte
Que é a de censurar.
O silêncio e a minha mais aristocrática retribuição
Assim você elucubra a mentira já posta
Em qualquer das respostas
Que irá me sentenciar.
Covarde demência
Tenho a sua imagem gravada
bem aqui em minhas retinas
imagens belas e horrendas
imagens em que você se encontra amordaçado
reprimido de exprimir sua opinião
consentindo que façam de você marionete e
entende como virtude, a demência frustrante de outrem sobre si
sem força moral, sem personalidade ou senso de justiça.
Agindo em bando, sabe que sua atitude não vai ser repreendida.
Não se defende, manipulado pela sua covardia.
A flor do poeta
O néctar, a sua alma mais profunda
O pólen que germina em palavras
inspiradas nas tenras folhas esvoaçantes
os mistérios, dos perfumes das pétalas
As cores, o amálgama da beleza,
solidão misturada em fantasias
O caule que a brisa dobra
são sentidos que a poesia abriga
No outono, a flor do poeta
canta folhas secas, nostalgia
A sedução não é mérito da primavera
é o ocluso na bela flor da poesia.
Gaita
A gaita ele tocava
para agradar a sua amada
Ela suspirava...
No meio da música ele sempre parava
De súbito tinha náuseas
Na pia tossia, cuspia
lavava a cara
A amada nada indagava
não entendia
o tamanho esforço
que a gaita lhe exigia
Ele mostrava talento
mas tinha dificuldade
com o tal instrumento
Ora gaita, ela exclamou
numa noite fria
Com tantos instrumentos no mundo
Por que ele não escolheu
o que mais lhe apetecia.
Conto da vida real - 1
Dalila deixou a sua vida segura para ir viver com Augusto. Partiu sem olhar para trás, fascinada em conhecer o que havia de interessante do outro lado do atlântico, culturas, novos lugares e estar com a sua paixão, o Augusto.
Não se passou muito tempo e Dalila estava encantada com tudo que vivia. Mas, em uma ocasião, sem que ela tivesse astúcia para perceber, lá também tinham as suas coisas esquisitas.
Depois de viver muitos anos por lá e desistir de tudo, Dalila começou a recordar de muitas dessas coisas, situações que a paixão não permitia que enxergasse. Foi então que Dalila me contou uma delas, dentre tantas outras que veio a contar mais tarde. Vou relatar a primeira, deixando as outras para adiante.
Era uma noite fria, ela não se lembra bem se já era inverno, poderia ser uma noite de outono. Augusto ainda não se tinha deixado conhecer plenamente por Dalila, aliás, nunca se deixou conhecer, mas sempre a tratava com muito carinho e desvelo. Os dois saíram naquela noite e foram à Nazaré, um sítio de praias bonitas e turísticas, lugar que Augusto conhecida muito bem, pois passou a sua infância, adolescência e continuou a frequentar freneticamente na vida adulta, conhecia cada ruela de casas antigas e bem conservadas, muitas ruelas não se entrava com o carro.
Dalila já não muito jovem, estava entrando na idade dos seus 40 anos, mas ainda tinha lá um charme que encantava e, em sua cegueira por Augusto, lhe confiava a sua proteção diante do novo. Tanto Augusto quanto Dalila gostavam da boêmia e bebiam uns copos para se divertirem.
Naquela noite, depois de não beberem muito, estavam alegres e sorridentes, quando Augusto encontrou três pessoas, uma mulher e um senhor, ambos de meia idade, e um terceiro senhor mais jovem e de boa aparência, usava um sobretudo, talvez de cor preta ou cinza escuro, na luz da noite não se fazia possível perceber bem. Foi então que algo muito estranho aconteceu.
Dalila não compreendeu o que Augusto conversou com eles, estava mais para sussurros do que para uma conversa descontraída. Augusto pega na mão de Dalila e a puxa, quanto ela pergunta para onde iriam, ele responde, vamos até um lugar com essas pessoas, pessoas mesmo, que ela nunca soube os seus nomes.
Caminharam um pouco pelas ruas estranhas da Nazaré e o senhor mais velho abriu uma porta, vagamente Dalila se lembra que mais parecia estarem entrando em um porão. O ambiente era mesmo muito estranho com algumas mesas e bancos de madeira, e também algumas cadeiras, não havia muita coisa lá dentro, e com pouca iluminação, era como se estivessem num mausoléu de tamanho maior, tudo muito fúnebre.
Dalila se lembra que serviram uma bebida que continha álcool, não sabe que tipo de bebida, também não sabe o que adicionaram na bebida, porque ela se sentiu diferente depois de ingerir alguns goles, e parou imediatamente de beber. Augusto ficou conversando com o senhor e senhora mais idosos e deixou Dalila sem muito ambiente e a solta. Dalila são sabe dizer se Augusto estava a fazer tudo com algum propósito, com certeza Dalila sabe que Augusto, homem da vida e bem vivido, de inocência não tinha nada.
Passado alguns minutos, o senhor de sobretudo e mais bem aparentado, começou um diálogo com Dalila, conversa estranha de gente esquisita, ao ponto de dar uma cantada na Dalila como se ela fosse uma mulher da vida. Ela percebeu que tudo aquilo era extremamente novo para ela, era o submundo que nunca havia conhecido e, sutilmente se achegou a Augusto e disse para irem embora que a conversa não era agradável. Mais estranho foi a atitude de Augusto, sem titubear e nem pegar na mão dela, saiu muito furioso e a andar depressa sem esperar por Dalila, que saiu correndo atrás de Augusto que já se retirava do recinto.
Caminhando apressadamente, Augusto na frente e Dalila atrás sem entender nada, foram até o carro e se dirigiram para casa e, nunca mais falaram sobre o ocorrido.
Dalila e Augusto voltaram muitas vezes na Nazaré e, Dalila se lembra em ter visto o tal senhor do sobretudo, mais de uma vez, ele fingia que não a conhecia e ela também. Dalila nunca comentava nada com Augusto.
Passaram-se alguns meses e Augusto falou para Dalila que o tal senhor mais velho havia falecido. Dalila pensou... estranho Augusto se interessar sobre a vida e a morte de uma pessoa tão esquisita... Teria Augusto mais conhecimento naquelas pessoas que ela não percebia? Seria Augusto tão estranho quando eles? Queria Augusto em conluio com aquelas pessoas testá-la, por não a conhecer bem e não ter certeza de quem ela realmente era? Queria Augusto que Dalila fosse uma mulher da vida para conseguir proveitos financeiros? Era Augusto um atravessador de prostitutas e se deu muito mal com Dalila?
Hoje Dalila sabe o quanto foi míope durante alguns anos. Sim, o homem que ela prezava tem como resposta, para todas as perguntas mais negativas que ela se fez e faz sobre ele, positiva. Augusto é do submundo.
A Garrafa da Educação
Finalmente, a educação brasileira encontrou sua maior recompensa: uma garrafa! Sim, senhoras e senhores, acabou a era em que as pessoas escolhiam universidades por qualidade acadêmica, projetos inovadores ou corpo docente qualificado. Agora, tudo se resolve com um brinde. E que brinde!
A campanha é simples, mas genial: indique um amigo para se matricular na faculdade e ganhe uma garrafa. Não um desconto, não um material didático, nem uma vaga garantida no mercado de trabalho. Uma garrafa. Certamente, é o que faltava para motivar você a compartilhar o futuro acadêmico dos seus conhecidos. Afinal, quem precisa de um diploma forte se pode ter um utensílio de plástico ou alumínio no armário da cozinha?
E vamos falar a verdade: essa garrafa é revolucionária. Cada vez que você toma água nela, sente o sabor da responsabilidade social e da valorização da educação. É quase como se dissesse: "Eu ajudei a formar um futuro profissional por causa disso aqui."
É importante reconhecer o esforço criativo dessa campanha. Em tempos de crise, a solução não é melhorar os cursos ou investir em professores. É transformar cada estudante em um recrutador, prometendo brindes que poderiam ser conseguidos com pontos no supermercado. Quem sabe na próxima campanha, por cinco amigos indicados, a faculdade não ofereça um chaveiro ou um adesivo para decorar sua garrafa?
Ironias à parte, se isso é o ápice da valorização do ensino superior, fica a pergunta: o que será que estão oferecendo para quem se forma? Uma mochila? Um cupom para fast-food? A educação, coitada, merecia mais do que um marketing tão sedento de criatividade quanto os estudantes estarão para usar sua nova garrafa.
Indique, estude e... beba água. Afinal, conhecimento pode não saciar a sede, mas a garrafa sim.
Minhas mãos entre as suas
sob a tênue neblina
incensando o cálice da noite
sua voz insistia
antes de ouvir os meus passos
ouvirás primeiro a acústica de silêncios
dos meus rastros
das palavras que deixarei
cair pelos caminhos...
"A maioria das pessoas sempre querem extrair de você a sua pior versão, jamais dê a elas esse prazer".
(J.Junyor)
Ela ilumina
Ela é feita de sonhos,
Sua missão é florescer.
Tem a essência da alma,
E a ousadia de viver.
É menina que se encolhe,
É moça que finge estar bem.
É mulher que enfrenta—
Tem suas versões, e tudo bem.
Ela é de jardim...
Com ascendente em girassol.
Foi se voltando para a luz
Que aprendeu a ser sol.
Autoria: #Andrea_Domingues ©️
Manter créditos de autoria original
"Fazer perguntas pode ajudar a sua mente mas tambem pode
desbloquear resposta e duvidas que dão medo, mas se você vai enfrentar esse medo ou, você responde"
O tempo na sua linguagem,
de maneira silenciosa,
atualizando a nossa aparência,
fazendo uma selfie e doce paisagem,
e assim virou versos de poesia!...
Feliz daquele que consegue viajar
Em uma reflexão,
Botar sua poesia numa refeição,
Forrar sua cama com uma doce paisagem,
E curtindo tudo numa miragem,
Adormece com o sono dos inocentes!
Ele amava tanto os livros
e a leitura,
que os seus malucos pensamentos,
criavam na sua doce imaginação,
uma parceira e uma canção,
e saia dançando nos seus devaneios!
Foi visto na área de precaução,
um sentimento inseguro,
disfarçando sua impensada atuação.
E num folhear de páginas da sua história,
encontrou versos de poesia,
que o fez voltar pra sua área de prudência...💞😊💭
Os olhos são câmeras
e só registram o que elas captam,
a boca por sua vez, acomoda um membro fanfarrão que ama desabafar
e editar sentimentos. E por este motivo, quando me debruço sobre a imperfeição humana, me coloco em observação!...😔💭🙏
A mulher é a terra,
a cova a espera
da semente.
O homem a sementeira,
com sua semente ele faz o plantio
de muita gente.
Por ordem da criação,
ele é agricultor,
cultiva a terra com amor,
a mulher solo fértil
e tão gentil,
faz sua parte com infinito ardor,
e eis a terra cheia,
de pessoas, flores e alimentação
para multidões!...
***
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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