Fernando Pessoa Poema Hora Absurda
Da sua boca fiz um poema
Lembranças que não tem fim
Daquele beijo demorado, das caricias
sem intervalos, mas é na mordida que eu viajo, virou boas lembranças aquela..."Viage"
Descrição de Poema
Em quieto canto de quintal
surge e sobra a planta estranha
que se entranha sombra
adentro pelo chão
no meio de pedra e pó –
canto baldio –
permanece planta
viçosa, esplende na
sombra sem água e sol
afronta a natureza
restinho de chão
canto nos fundos
lá está ela
entranhada
bem dentro do peito
uma estranha planta
calado canto em quintal
cultivando um segredo
no sal do silêncio no
sol da solidão.
meksenas
Poema da quarentena
A realidade enfatizada
É tantas pessoas morrendo por um surto endêmico
É tantas pessoas que não se importa com o risco trágico de suas vidas
É tanto egoísmo, egocêntrismo, dentro de si
Há tanta desordem, ordem
Tanta desobediência, amena
Tantos encontros e desencontros que a vida dá
Muitas pessoas passam nas suas vidas, muitas pessoas morrendo e todos não estão nem aí
O capitalismo precisa dos trabalhadores para gerar lucros, e quem se importa com a morte ?
Covas e mais covas, funerais lucrando mais e mais
O corpo humano não é apenas uma matéria-prima.
"Amanhecer de um novo poema"
Nasce o poema de um novo dia
Nas janelas o Sol brilhante em contato com a alegria que recebe
Manhãs livres para adorarmos o Criador
Tudo se faz necessário para o dia tornar-se mais belo e encantador
As palavras ecoando com o canto dos pássaros
As borboletas pousam nos galhos das roseiras
O orvalho da noite enxugado com os meus risonhos lábios
Fico a admirar
No jardim da casa às mais diversas flores coloridas... Nesse lugar chamado poesia vivente os sentidos são aflorados
Nos embalos das flores nasce o poema ritmado de paz e Amor
A sinfonia dos anjos leva à mais belas linhas escritas
Com o Fulgor do Criador nasce a poesia novamente
Para felicidade de todos nós mortais
Autoria:Simone Lelis
POEMA É TODA LIBERDADE
De João Batista do Lago
Há novos sofistas por aí!...
Preceptores de falsas imagens
Formando coros de aedos,
Papagaios de falsas mensagens.
Sujeitam o poema aos grilhões
Dum isotropismo arcaico e rude,
Forjando a palavra como ferradura,
Ofertando ao intelecto como moldura.
Aos tolos imprimem valor denotativo
E cravam no coração do imaginário
A mentira como princípio ativo:
A metáfora como essência do poema!
Ainda que prostrado no chão diz o poema:
“‒ A essência que me há é toda liberdade de imaginação.”.
O MENINO A GAIOLA E O POEMA
Lá vem o mínimo
Trazendo o poema
Em uma gaiola
E o poema canta.
Em uma gaiola?
Porque o menino
Não solta o poema?
Lá vem o poema
Livre ao vento
Cantando, cantando
Lá vem o poema.
O poema, o menino
A gaiola, o vento.
O poema canta
Meu coração encanta
Livre
Solto
Maroto.
Eu ouço
Seu cantar
Dentro do meu coração.
Quebrei a gaiola
Soltei o poema
O menino sou eu.
O poema é livre...
Indo à Luta
Antes de sair deixo
último poema beijado em
cada corpo que despede
o calor da mão acarinhando na
pele a certeza da presença
que me alimenta
olhos vendo que chegam as
dúvidas, companheiras de viagem
que me abençoam.
Antes de sair
fica último abraço pregado em
cada rosto que despede;
e você, não fique triste
nem se preocupe comigo:
preparei as palavras para quando
a saudade soprar o sabor
do teu perfume. O teu perfume.
Poema: "Átimo"
Estrito ao vazio,
curvo letras
em trapézios
de solidão.
Exposto a ventos,
disperso certezas,
por emoção.
Na suave lembrança,
retenho brisas breves,
plenos momentos...
As Duas Faces de um Poema (ou O Poema Torpe Regenerado)
Sou seu pior inimigo,
Seu maior adversário,
Sou o perigo iminente
Espreitando ao teu redor.
Sou tudo que odeia,
Tudo que despreza,
A discordância implacável,
Tua repugnância mor.
Sou aversão e inversão,
Te decepciono, te desprezo,
Interdito teus caminhos
Interferindo no florescer.
Definho e apodreço,
Numa poça degradada,
Sou degradante e degrado-te,
Eu sou Você.
Sou seu melhor aliado,
Seu maior companheiro,
Sou a força pulsante
Estremecendo teu interior.
Sou tudo que ama,
Tudo que acolhe,
A culminância sensível,
Tua fortaleza indolor.
Sou decisão e precisão,
Te impulsiono, te inspiro,
Catapulto teu progresso
Alavancando o alvorecer.
Renovo e rejuvenesço,
Num útero regenerado,
Sou regenerante e regenero-te,
Nós somos você.
(Michel F.M. - Pairar Incansável da Fênix Sublime) ©
Somos dois universos de um universo ainda maior;
Um verso raro do mesmo poema;
Me lês, e eu te vivo;
Ao me tocares acendo todas as estrelas do teu lindo céu, para que notem a sua beleza;
In, magnata tocador de sinos
Sou o teu poema predileto, te é dado o direito de me ler, pois, possuis uma ousadia divina;
Meus versos, de subjugar a teimosia morante nos confins da tua alma humana;
Uma mistura de bons sabores sou, deguste-me, te foi dado um paladar aprimorado;
Homem moço, não ousa pisar meu solo interior sem saber o que vem buscar;
In, sanctus Graal
Do poema nasce o caule do amor.
E as palavras são os substantivos de cada alegria, o seu sorriso é minha felicidade e seu olhar brilhante é minha metade!
E de um (Bom dia) que eu deveria lhe dá nessa manhã eu não mataria minha vontade de vê você por todos os dias!
E seria até melhor desejar esse (Bom dia) frente à frente, todos os dias!
Antes que eu me vá te deixarei mais uma música
Antes que eu me vá te escreverei mais um poema
Antes que eu me vá acharei mais um modo de te "desconcertar"
Antes que eu me vá deixarei algo para de mim você lembrar
E quando eu me for e só sobrar essas coisas pequenas
Saberá que de mim ficou Só oque valeu a pena
Do meu modo subjetivo, e talvez imprevisível.
Quando eu me for, verá que tudo que te dei foi Só o imprescindível.
De Poema em Poema -
Fui de poema em poema
à procura da razão
que me fazia ter por tema
a dor, a morte e a solidão.
Mas os versos não sabiam
o porquê dessa loucura,
só falavam, só diziam,
sempre cheios de amargura.
Digo aos gritos sem pudor
que meus versos são um pranto!
Mas o porquê de tanta dor,
tanta morte no seu canto?!
Talvez devesse procurar
a razão dessa agonia,
não nos versos, a chorar,
mas em mim, no dia a dia...
— O que vieste aqui fazer ao meu poema?
— Vim buscar o meu corpo.
— Para quê?
— Para despir as tuas noites.
Calafetado Poema
Os cílios cerrados do agudo penhasco
derramam lágrimas de vento e granizo
no terreno arborizado dos cinco sentidos
antes do combate entre a fecunda existência
e a íntima e persistente irrealidade.
O declive inalterável das horas abana os dias
onde os vagos versos caídos no calafetado poema
não dizem uma sílaba: escorrem as dores mudas do Amor.
No leito fundo do meu coração de carne
Navega, à bolina, a intrépida canção da sereia.
Se Pudesse Estar Dentro do Poema
Se pudesse estar dentro do poema
apagaria a vegetação rochosa
que alimenta o meu caminho.
Ouviria a canção anárquica do vento
a soletrar o íntimo alecrim dos versos.
Se pudesse estar dentro do poema
inalaria os reflexos do teu perfume
esquecidos na polpa estanhada do luar.
Dedilharia os acordes derramados do mar
no solfejo telúrico das aves.
Se pudesse estar dentro do poema
naufragaria nos porosos cristais da tua pele
beijaria o subúrbio umbilical das tuas palavras.
Resvalaria no declive das diluídas metáforas
e não seria o que sou: um poeta sem poema.
Se eu pudesse transformar
o meu poema em realidade
escolheria aquela parte
onde não existe realidade.
Poema à Deriva
Sou um
poema
à deriva
nesta ondulante
planície salgada.
Abrigo-me
na copa das
tépidas estrelas
onde repouso
o meu rosto
nas ruínas
que pulsam
no meu peito.
