Fernando Pessoa Poema Hora Absurda

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História de Amor

O amor bateu na porta do meu coração
Eu não pedi para ele entrar, mas ele simplesmente entrou
Como controlar esta paixão?

Ele errou quando disse o primeiro eu te amo
Para quê me iludir tanto?
Pra depois ir embora
E me deixar no pranto

O amor que tinha por você se transformou em ódio, aflição
Porque homem que é homem não magoa o coração
Você tomou conta dos meus pensamentos
E os melhores momentos você roubou

Você foi simplesmente o ladrão do me coração.

IGUAIS e DIFERENTES

Somos diferentes iguais,
Pelas desenhadas diferenças,
Que riscávamos e combatíamos,
Sim somos iguais...

Iguais em tudo,
Diferentes em tudo,
Pensávamos iguais em tudo,
E em tudo éramos diferentes...

Essa igualdade das diferenças,
Que nos liávamos pelas igualdades,
Que pelo tempo, arremessávamos,
Em diferenças assim tão iguais...

Agora depois de tudo, e tudo,
Somos diferentes,
E iguais em tudo.

Jmal
2013-09-10

⁠Você veio pela metade,
como um dia nublado,
não sabia se fazia sol ou se chovia.
Meio sem querer,
Igual um entorpecente,
Fixado em meu ser,
Tornando-me dependente
dessa tua meia vida.

E ao partir,
levou consigo um pedaço de mim.
Agora, anseio por ir até você,
extrair uma porção de ti,
trazê-la para dentro de mim
readquirindo o que levou daqui.

Nesse desencontro sem despedida,
busco curar essa saudade,
do que poderia vir a ser,
daquilo que a gente não viveu.

Em cada linha não escrita,
guardo um suspiro, uma vontade
de reescrever a nossa história,
mesmo que seja apenas de uma hora.

Apesar de que teu corpo incendeia meu ser,
mas arde o sabor dos teus lábios estranhos,
mesmo viver longe de você,
não posso dizer te amo

⁠Quando é preciso
Uma ponte se constrói,
Seja do agora ao paraíso
Ou do vilão ao herói.

⁠A CARAVANA DOS DESALENTADOS

Pelas estradas sem destino eles andam
Buscando um lugar pra chamar de lar
Mas só encontram nada além de espinhos
E o silêncio que os faz chorar.

É a caravana dos desalentados
Dos que perderam a esperança,
É a caravana dos desalentados
Dos que o sistema trata com indiferença.

Muitas portas fechadas eles já bateram
Muitos nãos e desculpas já ouviram
Como inúteis já se sentiram
De tanta luta já se cansaram.

É a caravana dos desalentados
Dos que enfrentam a tempestade e nada encontram,
É a caravana dos desalentados
Dos que no peito a dor carregam.

As primeiras vítimas da crise
Desse possesso mercado,
Do privilégio da elite
E do seu atraso escancarado.

É a caravana dos desalentados
Dos que buscam apenas um sustento e direção,
É a caravana dos desalentados
Dos que precisam de menos julgamento e mais atenção.

William Contraponto

⁠O Desafio

O desafio é diário
Para ser um sobrevivente
E não aparecer no noticiário
Vítima duma intolerante corrente.

São discursos, pregações
Pegando mentes desavisadas;
São estórias, discriminações
Estimulando as piores ações imaginadas.

Quem tem a sala estreita
Não vê nada além dela
Mesmo que janela esteja aberta
Prefere a luz da vela,
Até parece alguém acostumado
A nunca enxergar o outro lado.

Mas quando todo preconceito
Ficar apenas no passado
Ninguém será considerado suspeito
Devido a sua cor
Ou por viver o seu amor.

E o desafio se tornará
Caminho sem crueldade
Com garantia que chegará
Em favor da nossa diversidade.

⁠A CULPA

Ninguém assume a culpa
É o total oposto disso,
Todos querem se livrar da culpa
E fazem de tudo para isso.

Eles se esgueiram como podem
Entre um pouco de sorte e simulação,
Esses sujeitos são covardes e ardem
No medo que sentem da revelação.

Ninguém assume a culpa
É o total oposto disso,
Todos querem se livrar da culpa
E fazem de tudo para isso.

As narrativas tentam cercear a realidade
Que fica menos clara, evidente,
Só uma leitura das entrelinhas com sensibilidade
Pode ultrapassar a barreira do aparente.

Ninguém assume a culpa
É o total oposto disso,
Todos querem se livrar da culpa
E fazem de tudo para isso.

A verdade permanece sendo a verdade
Mesmo que a mentira adquira aliados,
Essa certamente é uma obviedade
Que precisa ser lembrada aos culpados.

Ninguém assume a culpa
É o total oposto disso,
Todos querem se livrar da culpa
E fazem de tudo para isso.

Autor William Contraponto

⁠A falta de beligerância não diz nada
É apenas uma aparência de paz
A mente se movimenta numa encruzilhada
Tentando manter a respiração no interno caos.

O destino brinca de ter direções diversas
Mas há pontos nos quais se cruzam,
Num desses que traz recordações adversas
Verdades e decisões colidem e pressionam.

O fluxo já não parece ser como antes
Pois seus assuntos se tornaram incontornáveis,
Para que a máquina consiga seguir em frente
É preciso desbloquear a barreira erguida pelos execráveis

A falta de beligerância não diz nada
É apenas uma aparência de paz,
A mente se movimenta numa encruzilhada
Tentando manter a respiração no interno caos.

Quando os bloqueios são rompidos
Os pensamentos rumam fluidos.

Quando a verdade é posta no volante
Nenhuma encruzilhada mais é torturante.

Há Outras Flores

⁠Sempre haverá outra flor no caminho
Talvez até sem tanto espinho
Uma que não nos faça sangrar
E seja bálsamo para as dores suavizar.

Nem tudo foi como sonhamos
Ou mesmo segue do jeito que experimentamos
O que foi pode não mais retornar,
É provável que não volte a se manifestar.

Mas, vejamos: como ainda tem estrada
E quantas são as nossas possibilidades
De que a cada nova parada
Surjam flores das mais belas variedades.

Mesmo com as marcas do que foi passado
Seguirmos é o sentido para ter o coração curado
Sendo pelas pétalas que foram conquistadas
Ou pelas próprias, na jornada, acrisoladas.

William Contraponto

⁠A TUA DOR

Ninguém sente a tua dor,
Ninguém jamais sentiu,
Ninguém sabe como doeu,
Em quais sentidos a dor mexeu.

Ninguém tem a mesma cicatriz,
A exata noção do que viveste,
A cicatrização do teu ferimento,
Ninguém tem a medida, ninguém é você.

Então, eles - quem quer que sejam -
Não entendem, não merecem,
Ser levados em conta,
Nas suas opiniões superficiais.

Desconectadas do contexto único,
Das tuas experiências,
Ninguém é você,
Ninguém jamais será.

William Contraponto

Procura-se uma prenda..
Pra viver comigo num rancho feito de amor e de madeira.
Que queira ouvir milongas pra se amar a noite inteira.
Tomar chima, comer pipoca, contar causos em volta do fogão.
Ter um cusco, um baio e uns filhos pra alegrar ainda mais a nossa junção.
Jogar truco, comer pinhão, viver juntinhos pra sempre aqui no rincão.
— Procura-se uma prenda que queira esse tipo de peão,
pois a quero amar a vida inteira, e entregar o meu coração.

⁠Florescermos para resistir
as erupções da vida
como a Red Heliconia
da Montserrat magnífica.

Assim é o melhor do amor
que nós dois queremos,
e ele para nós virá
no tempo que merecemos.

O amor é doce dádiva
para quem sabe o receber,
e faz de tudo para o manter.

Se sou o seu último pensamento
da noite como você é do meu,
algo diz que já sou tua e você é meu.

⁠Ler o lado bom ou o lado ruim
dos impactos da Humanidade
e pensar que tudo o quê se
faz tem impacto de verdade.

Expressar sobre o quê é belo,
aquilo que dói ou falta não
significa querer disputar
com quem quer que seja.

É estar a Ilha das Flores
o maior desaguadouro
resistindo e pedindo socorro.

Expressar um pensamento é
também uma forma de existir,
para continuar a seguir de pé.

⁠Quando o azul celeste vespertino
encontra o Pico do Montanhão
e concede a sublime visão
também enche a alma e o coração.

Assim o divinal acontecimento
amaina o meu pensamento
levando-me ao mergulho austral
neste céu do nosso Hemisfério.

Enquanto uns aos outros se colocam
pelo mundo afora em situações difíceis, busco e escuto com ouvidos
espirituais as notas musicais
da minha Cidade de Rodeio
que fazem crer que tudo tem jeito.

Buscando no canteiro do peito
ajeitar as flores do meu alívio
para que preparada esteja
quando encontrares o meu destino.

⁠Ninguém se mata
porque quer,
e sim porque não
encontra apoio,
sentido ou até mesmo
saída ao redor,
Não é incomum
viver cercado por
gente sem valor.

Como eu só tenho
dois ombros,
o quê posso ofertar
é a minha poesia
para quem precisar.

Posso provar que
a poesia existe
para quem se dispôr
a procurar dentro
de si quando tudo faltar,
para contra qualquer
corrente vir a nadar.

Para quem quiser
respirar e não deixar
nenhuma pressão dragar,
Há muito o quê fazer
e se necessário for incomodar.

(Porque o importante é não parar).

⁠Treze de Maio Poético


Treze de Maio Poético
de poético nada tem,
Redenção nunca foi
favor para quem deu
sangue, suor e lágrimas
por um país melhor.

A verdade necessita
ser dita sem maquiagem,
Às vezes precisa é de poesia
para entrar na cabeça.

Que temos uma conta
que não fomos capazes
de saldar com os descentes,
Ninguém pode negar;
E falta muito para de fato
cada um de nós se liberar.

A verdade é a verdade
que ninguém pode ocultar,
quem crê no Brasil merece
saber que pode a todos libertar.

Treze de Maio Poético
de poético não tem nada,
Só sei que a liberdade
ainda não veio para quem
veio de longe e sequestrado.

Não contem comigo
para ser platéia de pessoas
com espírito de Senhor
obediente à Casa Grande
porque como rebelião sou foz.

⁠Sexta-feira

É sexta-feira
desde cedo
os ponteiros
do relógio
fazem gafieira
e acendem
a lareira
do meu coração.

⁠É sexta-feira

⁠É sexta-feira
o corpo está
aqui e a alma
está em baile.

⁠Boa tarde

Faça a sua boa tarde:
a paz e o amor mesmo
que ninguém fale,
cultive-as com afeto
em silêncio ao seu favor.