Fernando Pessoa Ausencia
"Silêncio: ausência de som ou ruído. vocábulos correlatos: quietude, calma, paz."
"Agora, mais do que nunca, o número 33 da rua Himmel tornou-se um lugar de silêncio, e não passou despercebido que o dicionário duden estava completa e profundamente errado, em especial nos seus vocábulos correlatados. O silêncio não era nem quietude nem calma, e não era paz."
A paixão, o encanto, é a ausência de palavras, é a vida revestida de silêncio e transbordando insinuações. O amor sobrevive no mistério, no desvelamento cotidiano que nunca chega à plenitude, porque tudo o que já está pleno, já está pronto.
O amor só é amor porque é inacabado, é metade que chama, implora e pede clemência. Amar é uma interessante e bonita forma de carecer, de ser fraco, de entregar os pontos, de viver sem armas, como se por um instante, só por um instante, a luta que marca a nossa sobrevivência tivesse entrado em estado de trégua.
O encanto que sobrevive no amor só pode durar enquanto se estenderem os segredos que sacralizam a relação. E por isso é necessário retirar as sandálias dos pés, pisar com leveza, olhar com cuidado. O amor é amigo do silêncio. Sobrevive no querer dizer, na tentativa frustada de verbalizar o que é a crença da alma, o sustento do espírito.
A saudade é benéfica ao amor. Distantes, os amantes mensuram o tamanho do bem-querer. Medida que se descobre nos desconcertos da ausência, no engasgo constante da recordação, recurso que faz voltar no tempo, engana as horas, aproxima as peles, diminui as estradas, ancora os navios, pousa os aviões, faz chegar os ausentes.
Término de namoro é assim:
é choro
é saudade
é ausência
é carência
é tudo,
menos aquele que nos deixava feliz.
Ausência
Desmotivação
Afastamento
Distração
Negligência
Alheamento
Desinteresse
Indiferença
Desatenção
Esquecimento
Descaso
Omissão
Não há laços, de sangue ou não, que sobrevivam a tantos antônimos de dedicação.
Eu fui tão acostumada com a ausência de carinho e atenção que quando recebo isso parece que nem é comigo. Eu não consigo retribuir estes gestos. Me sinto uma estranha...
Sua ausência fez-me grande e sábio.
Grande por aceitar e me acustumar com seu vazio. E sábio por ter consciência de minha nova realidade sem você.
Perdoa se eu chorar
É que a saudade dói demais
E a tua ausência só me traz
Lembranças e eu sei
Que faria tudo enfim
Pra ter você aqui, perto de mim
Ilusão
Em um tempo de Ilusões, acreditar no Amor e Amar vendo ele na vida real, e a pior dor que existir mas criar uma ilusão na vida real caber você saber entre os lados que viver
Destino
Abra os seus olhos e a escolhar do Presente e a verdade do tempo, e o Destino e apenas segundos de um pensamento, até você criar ele, e abrir seu próprio destino...
Não importa quantas moedas você joga na fonte, ou o número de dedos que você cruza, se não é pra ser, não vai ser.
Não consigo mais aceitar relações pela metade. Em outras palavras, raspas e restos não me interessam.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei.
Para os curiosos(as) e fofoqueiros(as) você diz: com essa informação você não vai fica nem rico e nem mais pobre!
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.
Nota: Trecho de poema de Fernando Pessoa (heterônimo Ricardo Reis).
