Fase Ruim Fase Boa Fernando Pessoa
Carta de um amigo para um amigo especial
Tirei esse tempinho para te dizer o quanto você é especial, talvez no nosso dia a dia estamos correndo tanto e esquecemos realmente o que nos importa.
Corremos atrás de sonhos, de objetivos e ficamos cegos ao mundo que polui nossa mente com metas sem sentido. O importante pra mim hoje é te dizer o quanto você é especial...
O quanto você é importante. É te pedir perdão pela minha falta de capacidade de administrar o meu tempo e compartilhar minhas alegrias e dificuldades com você. Não temos muito tempo nesta terra, talvez com tudo que está acontecendo, nós nem nos vejamos mais. Por esse motivo, vi a importância de te lembrar o quanto você é especial.
Não podemos guardar nenhum tipo de mágoas, ódios, e nem sequer ressentimentos insignificantes. Pois talvez seja tarde para dizer o quanto você é especial.
Ao dormir, lembre-se: você é especial.
Ao acordar, lembre-se: você é especial.
Ao trabalhar, lembre-se: você é especial.
Sempre foi e sempre será especial para mim!
Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora, e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia: fechada, sozinha, perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão, a mente pode te alimentar com flores. Eu não estou fazendo nada de errado. Só estou tentando deixar as coisas um pouco mais bonitas.
Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?
O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. Você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite, sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte.
“Ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.”
Todos os dias
Eu gostaria de aprender a envelhecer
Se está tudo indo bem
É porque ontem encontrei você
Episódios se repetem
Novas chances aparecem
E a eterna dúvida do que virá depois
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece que abriga
Tem abrigo que se vai sem motivo...
Continuamos carregando nossas pequenas maldições – mais orgasmos, insônia, pesadelos, excessos de álcool e cigarros, procura cega (...).