Falas do Texto a Caixa de Pandora

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SOBRE O FASCÍNIO DA BELEZA

Pessoas comuns são materialistas, possuem e são possuídas por outros iguais, elas não sabem apreciar o que é belo e bom, sem contudo, ter o desejo ardente de possuir, de absorver com seu ventre insaciável, tudo o que lhes encanta os olhos.

O espírito livre não domina nem se deixar dominar, no entanto exerce o seu poder de atração sobre a beleza e a virtude, e os conduz, com liberdade suprema para o seu mundo particular, e é lá onde encontra a paz sublime da contemplação superior.

Enquanto os outros desejam ter e até matam para conseguir, o homem livre se compraz e se regozija apenas com o vinho doce da admiração dionisíaca


Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

COMO EU DESPREZO A ETERNIDADE

"Amo e desejo a eternidade." Assim dizem os homens, como débeis amantes platônicos.

Amam e desejam o que nunca terão, do mesmo modo como o poeta ama e não deseja possuir, a musa intocável...

Se queremos que a vida tenha algum sentido, devemos procurá-lo em algum ponto central imaginário, entre a realidade decadente e algum desejo impossível!"

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

Ana

Ana, você pensa que me engana
com este jeito bem sacana
de dizer que não me quer.

Ana, eu perdi mais de uma semana
fui até Copa Cabana no afã de te rever
caiu chuva na calçada, uma forte enxurrada
nem o vento foi capaz de te trazer.

Ana,você foi só uma miragem, uma sombra
um por-de-sol, sem abraço sem partida
sem conversa, sem café, sem poesia.

Ana, eu pensei em mandar flores
acabei mandando livros, em vez de romance, ensaios e liturgia de ateu,
Dom Quixote e de Rousseau
em Busca de um Mundo Perdido,
ficou branco e esquecido
o capítulo teu e meu.

Inserida por EvandoCarmo

QUANDO CRIAMOS, SOMOS DEUSES.

Quando criamos alguma coisa, não importa sua natureza, nos tornamos como deuses. Devemos, portanto, nos preocupar com que material estamos criando, seja um filho, uma casa ou uma obra de arte, seja música, romance, uma imagem abstrata ou poema concreto.

Seguindo o exemplo de Deus, quando criou o homem, primeiro se cria o escopo, a partir de uma ideia. Então rabiscamos, com mãos e mente e com as ferramentas rudimentares que temos à nossa disposição, ferramentas que nunca conseguem captar o real significado que a mente intenciona.

Agora com o escopo definido, sopramos em suas narinas o nosso espírito, nosso fôlego de vida, colocamos nele essência, personalidade e caráter.

O homem nasce bom, puro instinto e natureza, só essência humana e caráter divino, para desenvolver uma personalidade única, portanto incorruptível, assim queria Deus. Todavia, ao ser posto no paraíso, primeiro sozinho, depois com uma companheira, feita da mesma natureza e essência, de sua costela, desta forma o futuro da humanidade estava garantido. Não havia agente público para os corromper.

Não é necessário visitar Rousseau para esta constatação, nascemos bons, são os nossos pais, (Sociedade) que nos destrói, que nos rouba a natureza original, pureza e caráter divino.

Voltando ao criador, ao Homem-Artista. O que colocamos em nossas obras é aquilo que temos na mais profunda concepção humana de algo secreto, no mais recôndito da nossa alma, é de lá que retiramos, essência, personalidade e caráter humanos e imperfeitos pra as compor.

Havia um agente público, um demônio vagabundo,( Diabo) vagando na ociosidade do paraíso terrestre, contudo, as distrações da mente do homem o levaram para um patamar ilusório, para outro ponto de vista sobre o que era justiça. Esta nova percepção de um ponto de vista externo, de uma lógica que ele até então não fora despertado para seu entendimento, tudo isso fez com que olhasse para o fruto proibido e suas virtuais recompensas.

Na criação artística, nós, assim como Deus, temos, apriori um desejo de perfeição e originalidade, mas ambos se perdem pela distração pública, ao absorver ideias paralelas que nos circundam, pela vista ou pela fraqueza de pensamentos alheios em nossa mente alojados..

Evan do Carmo 10/05/2018

Inserida por EvandoCarmo

Da Presunção Humana

A primeira e mais decadente presunção humana é se achar importante, em um universo imponderável, de galaxias e universos ainda ignorados por nossa percepção simiesca e ciência atrasadas.

"Ser o único ser pensante, no vasto mundo dos instintos desconhecidos e indomáveis," caso seja isto a nossa supremacia entre os animais, o que determina esta superioridade? Somos todos feitos da mesma essência caótica, barro e água, submissos ao destino do acaso. Contudo, temos o dom de limitar as coisas e o espírito nelas, classificando-as como boas e más, de belas e feias. Por necessidade ou expertise emocional, aprendemos a inventar razões e adjetivos para o que não conhecemos.

Inserida por EvandoCarmo

FUJAMOS DA VÃ REPETIÇÃO TEXTUAL.

Quando escreves, o que denota o teu leitor? Teu ego embriagado, adjetivos pomposos, palavras soltas, balhando sobre as águas turvas de tua contradição presunçosa?

Escrevemos apenas um texto em toda a nossa vida, por isso buscamos encaixar a nossa percepção de mundo, e, não raro cometemos enganos, ao pensar que em todos contextos caberá a nossa indignação ou satisfação existencial.

Escrever bem seria se desvencilhar do ego que tudo sabe, a priori. Devemos, portanto, sair do lugar-comum que nos é confortável, para ensaiar novos temas, aludir outros contextos, fora da nossa fraca noção do que nos parece direito e justo.

Inserida por EvandoCarmo

Ensinam-nos, Einstein, Baruch Espinoza e o Cristo, caso não compreendas ainda, por experiência própria, que só a consciência cósmica pode salvar o homem do seu maligno Ego.

Então a lei é esta: todo bem ou mal que praticares, fazes especialmente a ti mesmo... Pois não há retorno inverso, cemente plantada, fruto colhido.

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

Fui levado a crer
que o até amor entre irmãos
pais e filhos,
amigos, amantes e afins
é mesmo uma ilusão benfazeja.

Aliás, tudo na vida é ilusão
as coisas mais tangíveis
que contemplamos
ou que apalpamos
são ilusões concretas
razão sustentando o caos
lógica iludindo os olhos
beleza atraindo corações incautos.

Somos como abelhas a fazer o mel
aranhas a criar armadilhas
abismos que no final
se tornam prisões emocionais
contradições perpétuas

Inserida por EvandoCarmo

PÁSSARO LIVRE

Ganhei um pássaro branco para criar
me foi dado das alturas celestes
do mais alto pesamento e boa vontade
de Deus para com os homens.

Um belo exemplar, mas a princípio parecia
igual a todos os outros que vivem entre nós
mas este pássaro, com o passar dos dias
se revelou diferente, além de branco
era iluminado, reluzente e feliz.

Meu pássaro branco era livre, vivia solto
em minha casa, gaiola sem trancas
entendi que ele era livre demais para ser meu
não podia pertencer apenas a um lugar
nem poderia ter dono, e eu, só alguém escolhido
para lhe dedicar cuidados e amor paternal.

Meu pássaro branco livre cresceu e ganhou asas
asas fortes, capazes de viajar longas distâncias
assim ele fez, foi conhecer novos horizontes!

Meu pássaro livre também canta
e antes de partir cantou sua canção preferida
para mim, sua canção de celeste melodia
dizia da sua gratidão, revelou seu alto senso
de justiça e lealdade, e no final me chamou de pai.

Inserida por EvandoCarmo

Um viajante que cedo pega a estrada, e segue andando em caminhos que desconhece.

Assim fui jogado no mundo, sem eira nem beira,
com uma sina a escrever, com meus próprios passos,
pensamentos e ações não planejadas.

Seguindo fui entrando nos abismos do mundo,
nas lacunas deixadas pelo tempo, sobre marcas
de outros viajantes.

Sob os ternos afetos dos meus pais ganhei coragem,
força e destemor, para enfrentar minha própria história
de tantos erros e poucos acertos.

Como um lavrador que cedo madruga, fui removendo as pedras do caminho, arrancando ervas daninha e semeando possíveis esperanças de amores e amizades desejados!

Então veio as chuvas, desaguou sobre a minha intrepidez juvenil
terrores e tempestades, a casa muitas vezes se abalou, mas não caiu, pois fora construída sobre uma rocha, bruta, imperfeita, a rocha que com o tempo aprendi a lapidar, meu pensamento, minhas palavras e minhas ações.

Inserida por EvandoCarmo

Numa análise mais cuidadosa sobre aquilo que escrevo como simples exercício de cognição, portanto sem nenhuma presunção de ser dono da verdade, acredito que uma criatura de inteligência um pouco acima da média vai perceber aquilo que o silêncio das minhas interrogações não consegue falar...

Detesto polêmicas, ideologias de qualquer natureza... Não gosto de futebol nem de política, gosto de samba bem feito, e de poesia, desde que seja a verdade de toda alma e não esforço para parecer grande e inteligente, gosto de tudo que a simplicidade produz.

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

DEVIA SE CHAMAR LUÍZA

Devia se chamar Luíza
assim, com L maiúsculo
ludicamente embrigada
como a musa de Tom Jobim!

A musa do pobre não se chama Luíza
talvez seja Rute da Penha ou Rita da Rocinha
o poeta tem lá seus modos incomuns
da pedra bruta faz sua gema rosa, do carvão vulgar
seu diamante azul anil, de cintilantes cores.

Foi assim que surgiu a musa marginal
do poeta urbano, do poeta bêbado,
do poeta insano.

A musa de olhos negros, grandes,
Olhos de Ressaca, surrealistas
Machadianos.

Devia se chamar Luíza
assim, com L maiúsculo
ludicamente embrigada
como a musa de Tom Jobim!

Minha musa não tem nome nem rosto
pois se nome tivesse, como saberia?
O poeta é quem sonha, quem delira
quem canta ao desconhecido enigma
que incredulamente e inconstante
lhe obriga a escrever o que não poderia.

Evan do Carmo ESCRITO EM 27/06/2018

Inserida por EvandoCarmo

COMO NASCE UM POEMA?

De tantas maneiras, que não podemos mensurar com precisão.

Cada poeta pode definir isto, mas ao seu próprio modo de escrever poesia, contudo, deve existir uma semelhança assustadora para todos eles, no que tange às formas em que a poesia os obriga a escrever poemas.

Então devo falar sobre minha própria maneira e experiência. Entre tantos poemas já escritos, milhares deles, devo confessar que alguns ganharam corpo e espírito com total independência, fugiram, assim, à minha vontade, desejo e modo de os trazer ao mundo.

Alguns dos poemas que escrevi foram verdadeiras alucinações passageiras, outros foram surtos psicóticos, aliás, até livros, no meu caso, nasceram desta forma.

Já outros poemas são simples em sua maneira, não raro nascem de provocações externas.

Provocado, o poeta se põe a escrever, às vezes por uma palavra ouvida, um elogio apropriado, uma injustiça verbal sofrida, por um encantamento desmedido, provocado pela beleza estética de alguém, ou mesmo, e neste caso também creio que seja especial para cada um, provocado pela inteligência emocional de outro ser humano ou mesmo pela crueldade da musa.

Muitos poetas caem nesta armadilha tola, a de criar uma musa sem rosto, e um amor desesperadamente platônico, com o fim único e objetivo de produzir e externar seu lirismo.

De qualquer forma, a meu ver, não temos consciência plena nem domínio sobre isso, a poesia é autônoma, é ela quem nos conduz, quem nos escolhe. Ninguém aprende a fazer poesia na escola... ´É uma benção ou maldição pessoal...Ser poeta é não ter sossego.

Evan do Carmo 02,07,2018

Inserida por EvandoCarmo

Ernest Hemingway que perdoe, não é Paris, e sim a vida que é uma a festa. Uns cantam, outros dançam, ainda outros observam e aplaudem.. Eu nasci com sorte, com dons especiais, estou entre os que cantam e dançam, ainda mais com a melhor parceira que poderia encontrar, neste mundo de desencontros e contradições para o amor....

para Iranete, 24/07/2018

Inserida por EvandoCarmo

MAR REVOLTO

Vês estas estrelas? iluminam
todos os planetas, suas luzes
embora mortas ainda brilham
na imensidade do abismo
os mortais as referenciam
sabem que as estrelas são
reflexos da eternidade.
Assim são os amores na terra
parecem eternos,
mas são ilusões humanas
estúpidos e efêmeros,
não duram mais que
uma noite estrelada
vem o dia e a ilusão se vai
com o caos da noite.
Penso nisto cada dia em que me juras
amor eterno, sei que a tua voz
e o teu corpo, meu mar revolto
assim como as estrelas no infinto
no amanhã seguinte pode emudecer
desaparecer diante dos meus olhos
que de tão imperfeito não mais te enxergarão
ainda me iludo, ainda me engano
com a fé cega na eternidade
das estrelas mortas
e no teu amor humano.

Evan do Carmo 26/07/2018

Inserida por EvandoCarmo

A VAIDADE DO VERBO

Vaidade, vaidade, maldita vaidade
que não deixa a verdade aparecer,
quando digo que não quero estou querendo
quando nego, sou refém a te perder

Quem me dera poeta eu não fosse
para expor de modo simples o meu querer
só assim, talvez entenderias o que sinto
se as palavras fossem síntese do que sou
.
Mas o verbo me embriaga e não atinjo
o que falo ao teu ouvido não chegou
vou calar, doravante fico mudo
vou esquecer por um tempo a vaidade!

Vou ser simples, concordar com o ser comum.
quem me dera entendas o que desejo
com um olhar descuidado vejas tudo
o que meu ego em desespero não enxergou!

Evan do Carmo 27/07/2018

Inserida por EvandoCarmo

CONSOLO PARA QUEM NÃO TEM UM FILHO NOBRE

Dizem, alguns pais,
" fui pai no tempo certo
e avô no tempo errado..."

E isso acontece, não raro
porque o filho não seguiu
o bom exemplo do pai.

Devia ser uma questão de DNA
como se espera da natureza
que árvore boa fruto bom produz.

Mas não se dá desta forma
ao juntar o caráter de pai e mãe
para criar outro ser humano
a porção boa se desgasta
e é certo que o filho
mesmo que se esforce
nunca será cópia fiel
de um apenas...

Aí entra o grande paradoxo,
o de que o amor
nem sempre soma as virtudes
o amor, quando acontece assim
pode ser a causa da involução
natural dos bons costumes!

Inserida por EvandoCarmo

CREPÚSCULO DOS DIAS

Na infância da existência
nossa consciência de tempo
e espaço nos iludia fácilmente
nos fazia ouvir sons inefáveis
de promessas de prosperidade
víamos imagens de um futuro sem dor
o sofrimento dos outros era só uma ideia
algo que não poderíamos compreender
nem lamentar.

Como criança, brincávamos
com sol durante o dia,
à noite com as estrelas
como se ambos fossem para nós
eternos amigos,
leais companheiros de viagem
rumo à eternidade.

Contudo, chega o crepúsculo dos dias
quando olhamos para trás
e enxergamos um por do sol,
outrora colorido
agora sombrio e cinza,
com um olhar distante e melancólico
reconhecemos que o tempo é inexorável
um pássaro mudo, que não canta mais
a canção favorita dos homens
os sinos que agora tocam
são ecos sem melodia definida
nossos ouvidos céticos não ouvem mais
os acordes da esperança.

Evan do Carmo 23/08/2018

Inserida por EvandoCarmo

Até mesmo alguns poetas bons, como Vinicius e outros que admiramos tanto, muitos caíram na fatalidade e no desespero para finalizar alguns poemas, que se não fosse pela apelação da última frase seriam poemas imortais...

Mas isso nos levar à confirmação da tese comum, a de que os humanos são atraídos mais pela beleza da tragédia do que pela sapiência da comédia.. Ainda sou pelo riso, mesmo que este riso seja de desdem pelo sofrimento humano!

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

"Nasci numa cidade pequena do interior da paraíba. Monteiro, lá ainda não tem água encanada nem esgoto, mas disseram-me que em breve o rio são francisco será desviado para lá.

Acho que isso não é verdade, quem poderia fazer tal obra, cavar todo o sertão para levar água a meia dúzia de nordestinos famintos, pessoas sem muita importância na cadeia social?

Não será mais uma promessa de campanha de algum candidato desesperado?

Os senhores sabem, que em época de eleição os homens fazem mais milagres do que os santos!"

De algum livro que não escrevi...

Inserida por EvandoCarmo