Eu te Amo do Amanhecer ao Anoitecer
Eu tinha uma sensação muito interessante na água.
E de alguma forma podia fazer uma correlação
com a carreira com
a qual sonhava: eu podia
senti-la, mergulhar nela,
flutuar sobre ela,
mas não podia retê-la
nas minhas mãos...
Ou talvez a água seja o símbolo de mim mesma.
Nada pode me deter, me reter,
transformar ou moldar.
Posso ficar em qualquer
recipiente
por algum tempo,
depois viro onda,
transbordo
como enxurrada
ou rodopio e caio como
a chuva de verão,
que às vezes
pode virar tempestade tropical,
carregada de raios e trovões.
Como vai você?
Eu preciso saber
Da sua vida
Peça alguém pra me contar
Sobre o seu dia
Anoiteceu
E eu preciso de saber.
Como vai você?
Que já modificou
A minha vida
Razão da minha paz
Tão dividida
Nem sei se eu gosto
Mais de mim ou de você.
Vem,
Que a sede de te amar
Me faz melhor
Eu quero
Amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz.
Vem,
Que o tempo pode
Afastar nós dois
Não deixe tanta vida
Pra depois
Eu só preciso saber.
Como vai você?
Que já modificou
A minha vida
Razão da minha paz
Tão dividida
Nem sei se eu gosto
Mais de mim ou de você.
Vem,
Que a sede de te amar
Me faz melhor
Eu quero, eu quero
Amanhecer ao seu redor
Preciso tanto, tanto
Me fazer feliz.
Vem,
Que o tempo
Pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida
Pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você...
Como vai você?
Como vai você?
Eu sou um jovem sem muito lugar na sociedade em que vivo.
Sou romântico e não gosto de coisas padronizadas.
Sou, por exemplo, um cara que prefere
plantar rosas e cultivá-las
a contratar um jardineiro.
As águas claras da lagoa mais próxima
estão tão distantes da minha sede
Que eu resolvi negociar
com a tempestade.
Eu sonho com a chuva
Sonho com jardins
na areia do deserto
Acordo com dores
Sonho com amor
Enquanto o tempo
escorre pelas minhas mãos
Sonho com fogo
Esses sonhos estão amarrados
a um cavalo que nunca se cansa
E nas chamas
Sua sombra brinca
na forma do desejo
de um homem
Essa rosa do deserto
Cada um de seus véus
Uma promessa escondida
Essa flor do deserto
Nenhum outro doce perfume
me torturou mais do que esse
Percebo que nada
é o que parece
Eu sonho com a chuva
Ergo meu olhar ao céu vazio
Fecho meus olhos
Esse raro perfume
É a doce intoxicação
do seu amor
Doce rosa do deserto
Cada um de seus véus
Uma promessa secreta
Essa flor do deserto
Nenhum outro doce perfume
me torturou mais do que esse
Doce rosa do deserto
Essa memória do éden
assedia a nós todos
Essa flor do deserto,
esse raro perfume.
As minhas depressões talvez sejam
as minhas metamorfoses:
É a maneira que eu tenho
de passar de lagarta
a crisálida.
São etapas de libertação.
Quando eu voltei
Nem quis acreditar
Aquela casa
O meu lugar
Tudo era igual
na aparência.
Nosso jardim,
O tempo maltratou,
Mas ainda havia flores
Que você plantou.
Meus passos tristes
me levaram, sem eu ver
E novamente eu fui rever
Aquele quarto antigo.
Minha saudade enlouqueceu
E eu compreendi o quanto
errei naquele adeus.
Eu já não sei
O que eu vim fazer aqui
Eu fico deslocado, sem você
Você esqueceu o endereço de voltar
Sou um estrangeiro em nosso lar!
Devolva as mãos
Que eu aprendi a amar
Traga de volta o meu olhar
Faça feliz meu rosto.
Um estrangeiro como eu
Precisa sempre de um amigo
Pra recomeçar
Eu já não sei
O que eu vim fazer aqui
Eu fico deslocado, sem você
Você esqueceu o endereço de voltar
Sou um estrangeiro em nosso lar!
Sou um estrangeiro em nosso lar!
Achei uma pétala
No meio do livro
Que eu tinha
Quando ainda lia você,
Mas sempre
que
se abrem
páginas
onde secaram
pétalas,
A brisa acode
Para que esses
despedaços de flores
voem vivos e morram em paz.
E em paz, despedaçados,
Leremos outras folhas
Como se fossem
as de um romance novo
Sem marcas de pétalas secas...
Tudo que eu examinei com meu pensamento de todas
as formas e variáveis, eu não consegui chegar
perto do verdadeiro significado do Ser Deus.
Ao Psicodrama
Quero dizer que aprendi a deixar o meu eu se sobressair,
O suficiente para perceber o tamanho de potência.
Me desafiei, fui para o palco, sai da minha plateia.
Nem sempre me saio bem,
Mas também, nem devo!
Hoje eu precisava escrever,
mesmo que as palavras pareçam pequenas diante do que sinto.
Há uma dor em mim que ninguém vê.
É um vazio tão profundo que não sei como descrever.
Só sei que está aqui — me atravessando em silêncio.
Esperei com amor, com fé, com cada parte do meu ser.
Esperei como quem acredita em milagre,
como quem sente antes mesmo de existir.
Me entreguei por inteiro, corpo e alma,
a um sonho que crescia — mesmo sem forma.
E quando a resposta veio…
não foi grito, nem tragédia.
Foi apenas o não.
Silencioso, seco, cortante.
E ali, eu me perdi um pouco.
Ninguém viu meu luto.
Ninguém me abraçou por algo que “nunca aconteceu”.
Mas dentro de mim, eu vivi.
Eu sonhei.
Eu amei.
Hoje carrego uma dor muda,
como quem enterra uma parte de si sem ter onde chorar.
E mesmo assim…
mesmo assim…
há um pedaço de mim que ainda espera.
Que ainda ama o que não chegou.
Se um dia você me vir sorrindo,
saiba que há um mar calmo por fora,
mas que por dentro…
ainda há ondas que não sabem descansar.
Com amor,
de mim — por mim.
Talvez eu confunda os leitor, talvez nem se trate sobre alguém em específico. Os meus amores foram histórias que se acumularam em quem sou hoje, uns piores, outros melhores. Hoje, falarei sobre mim e sobre os meus sentimentos mais atuais. Dedicar algo em específico a alguém não será raridade, mas aprendi que devo me apaixonar por quem sou. Eu também mereço uma carta de amor.
Liberdade
Eu aprendi a viver com a dor da tua ausência, como um sapato apertado, calcei um par de culpa e segui adiante, hoje me livro deste aperto, não poderia deixar passar o dia mais feliz da minha vida sem uma marca, pegadas, descalço de espírito escrevo esse texto.