Eu sou uma Mulher Super Perigosa
Na verdade, eu amei apenas um e logo me disseram que ele não seria o amor da minha vida, e que vão existir outros e mais outros. Aí, sinceramente não gostei da ideia de ser de outros. Por isso, me fechei durante muito tempo. Não ousava olhar para qualquer outro menino, e eu segui na linha da fidelidade sem reclamar. Mas afinal de contas, eu estava sendo fiel a quem? A um amor fantasma ou ao um vazio? Não sei o que foi pior.
Muitas vezes me senti sozinha, mas aí eu me lembrei que cultivei isso. Me fechei para que ninguém mais pudesse entrar na minha vida e eu não suportava a ideia de que uma hora ou outra, alguém iria embora. Ninguém suspeita mas eu choro muito.
Por mais forte que eu seja, por mais descrente que eu possa ser, eu sinto por tudo, por todos. E eu sou livre. Até demais. Não me prendo em memória, e nem em amores. Meu espírito é de qualquer garota desapegada, e isso não é tão ruim.
Tô tão perdida, tão estranha, tão fora de tudo aquilo que sempre coloquei em prática. Eu só queria que alguém me achasse mas nada verdade, não sei se quero me encontrar.
Eu não posso ligar para nenhum cara que fez parte da minha vida e implorar para que ele volte correndo para minha história. Não posso sair procurando o amor aonde eu nem fui chamada. Não posso continuar assim, eu sei que não. Vem me buscar, vem me buscar e me tira dessa confusão que criei durante tantos anos.
E eu só queria que alguém chegasse. Só queria acordar e ver que a minha idealização não foi tão mal. Só queria que alguém me fizesse entender que o amor não é tão cruel como eu penso.
Vem me buscar? Vem. Se quiser, eu deixo aberta a porto. Deixo minha vida aberta para que você conheça cada parte de mim. Sou cheia. Cheia da vida, dos sonhos e dos amores estranhos. Sou feita da lua, estrelas e aquela chuvinha lá fora.
Se quiser, eu deixo aberta a porto. Deixo minha vida aberta para que você conheça cada parte de mim. Sou cheia. Cheia da vida, dos sonhos e dos amores estranhos. Sou feita da lua, estrelas e aquela chuvinha lá fora.
E eu não queria ter me afastado dele. O combinado não era esse. O combinado era eu ir atrás dele depois que eu terminasse o Ensino Médio. O combinado era que ele soubesse só depois de dez anos que eu havia me apaixonado por ele. Mas como todo homem, ele não foi diferente. Ele só me mostrou que foi um tamanho de um canalha. Um canalha e mimado. E eu gostava de toda confusão que eu havia criado. Eu gostei de sentir aquilo dentro de mim. Gostava de sonhar com ele e acordar desesperada no outro dia. Gostava de sussurrar baixinho que o queria por perto.
Não me adapto em outras histórias. Eu queria a minha história. Aquela que ele havia tirado sarro o tempo todo em dizer que não tinha nada a vê. Eu queria ser dele todos os dias e não só quando faltava meninas. E queria que ele lutasse por mim, que não me deixasse ter ido embora desse jeito. Queria que ele fosse atrás de tudo aquilo que disse para mim.
Por que tudo tinha que acabar assim, hein destino? Eu gostava tanto dele e você sabia disso, destino. Você sabia que eu sonhava com ele, almoçava pensando nele, e ia dormir pensando nele. E a música ao fundo dizia "Baby, por que foi para tão longe? Bastava não telefonar". E eu só consigo suspirar. Suspiro de tristeza, desconsolo e de saudade.
Todo mundo vai embora. Mas às vezes você tem o direito de ir também. Então, foi isso que eu fiz. Resolvi ir embora para sempre daquilo e dele.
E eu sei quem acabou perdendo foi ele. Ele que me perdeu, não foi ao contrário. E agora, resolvi: Vou ser feliz, como mereço, como eles pedem, como eu preciso.
Me fez inúmeras perguntas e eu só conseguia pensar que apaixonar era realmente inesperada. Ninguém vai gostar de alguém por obrigação. E ele ria, só ria de como eu tenho mania de questionar o que nunca se pode questionar. E eu queria rir junto, mas queria ser meiga, sensata e diferente do que já havia sido. Mas não fui. Mostrei quem realmente era. Às vezes seca demais, outras vezes melosa demais.
E ele me beijou algumas vezes, com direito de música de fundo. Mas eu não tava nem aí para a música que tocava ao fundo. Eu estava muito aí para ele. Para ser dele. Para tentar entender que eu não conseguia. E ele colocava sua mão em volta de mim e eu só queria saber os motivos para que ele gostasse de mim. E ele ria. E na verdade, eu ri também. Sem medo algum que ele fosse embora, porque eu sabia, não iria embora naquela hora. Poderia ir embora depois, ou meses depois, mas não naquele momento.
Ele foi embora do meu mundo, e eu fui embora do dele. Não havia mais nada para se dizer e nem para fazer. Mas tudo aquilo era bem maior que a minha pobre existência. Era muita revelação, muito silêncio, muito amor imaginado para pouco eu.
E eu nunca entendi muito bem qual era a dele, e ele certamente nunca deve ter entendido porque eu fiz esse drama todo em cima de um amor mal resolvido. Muita coisa atrapalhava, e eu arrumei desculpas e disfarces para ser dele, as escondidas. Fui dele sem que ele saiba. Fui dele mesmo quando havia ido embora. Escrevi para que ele entendesse que o amava, mas ainda assim, foi uma besteira. Escrever nunca vai fazer ninguém voltar, e eu tive que aprender isso.
Eu era feliz por ser amiga dele. Era feliz porque querendo ou não, perdidamente ou não, saberia que ele estava me esperando para me aconselhar. Mas quando dei por mim, ele havia ido embora para sempre, e eu fiquei sem meu amigo.
Eu não faço a guerra,quero viver em paz com todo mundo e toda a humanidade porque somos capazes de raciocinar e ver o que estamos fazendo para que a paz reine entre todos.
O ano terminou e eu finalmente fiquei livre disso. Refiz minha maquiagem e meu orgulho e saí por aquela mesma porta que entrei. Saí para ser feliz e ter a vida que tanto desejei. Refiz tudo aquilo que destruí por orgulho, e me dá a minha bolsa e me dê licença, por favor, porque lá fora tem uma vida inteira a minha espera e não posso sofrer para sempre por algo que nem eu mais sei se existiu.