Eu sou aquilo que Perdi Fernando Pessoa
Tanto o enfermeiro, como o técnico e auxiliar de enfermagem, são profissionais que atuam em diferentes áreas do saber e contribuem para a promoção do cuidado centrado na pessoa em todas as fases da vida.
A enfermagem é uma equipe.
Ao falarmos em cuidado de enfermagem ao ser humano, seja voltado para a assistência direta ou para as relações de trabalho, implica essencialmente falar de cuidado humanizado.
A humanização é um tema com grande relevância, devido a mecanização do atendimento e a barreira imposta para que se possa impedir aproximações afetivas sem perder o afeto.
A tecnologia transformou a prática de enfermagem no local de trabalho, não só em termos de máquinas e equipamentos usados, mas as habilidades que desenvolvemos e o conhecimento que possuímos, os valores que defendemos e a importância da enfermagem para a sociedade.
Nos tempos pós-modernos, a Enfermagem tem se deparado com um grande desafio: acompanhar com presteza e espírito inovador a evolução contínua da tecnologia e, ao mesmo tempo, saber ouvir os sofrimentos, angústias e frustrações das pessoas que estão sob seus cuidados.
Há dias de tanta angústia
Que não sei do que ela é.
Não sei se me sobra o sonho.
Não sei se me falta a Fé.
É uma angústia que nasce,
Como de um solo, de mim,
Que parece ser eu todo
Com razão de ser assim.
E esmaga-me toda a alma,
Confunde todo o meu ser
E tudo gira em meu torno
Sem eu o compreender.
Mágoa como um portão velho,
Ferrugem da quinta em fim,
É uma angústia que cai,
Como num solo, por mim…
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.
[...] não me recordo de nenhum livro que tenha lido, a tal ponto eram minhas leituras estados de minha própria mente [...].
ADEUS...
ADEUS…
O navio vai partir, sufoco o pranto
Que na alma faz nascer cruel saudade;
Só me punge a lembrança que em breve há-de
Fugir ao meu olhar o teu encanto.
Não mais ao pé de ti, fruindo santo
Amor em sonho azul; nem a amizade
De amigos me dará felicidade
Igual à que gozei contigo tanto.
Dentro do peito frio meu coração
Ardendo está co'a força da paixão,
Qual mártir exilado em gelo russo...
Vai largando o navio p'ra largo giro:
Eu meu «adeus» lhe envio n'um suspiro,
Ela um adeus me envia n'um soluço.
ULYSSES
O mytho é nada que é tudo.
É o mesmo sol que abre os céus.
É um mytho brilhante e mudo —
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.
(Mensagem)
Então compreendi perfeitamente o que gerava a dor. Não era o corte com a ponta da faca, a topada na quina da cama, o amigo que não liga mais, o café que sujou o fogão, as palavras duras, as notícias na tv, obviamente isso soma-se ao fardo, mas não é ele em si. A dor era gerada pela sede insaciável do nada. Pois quando não se tinha o que queria sofria e quando conseguia almejava outra coisa para sofrer. E é por essa sede que os humanos consomem seus dias, pelos futuros que nunca virão ou que serão fadados quando chegarem. E a maior idiotice era perceber: eu também era um desses tais que nunca estava de barriga cheia.
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Eu sei que é difícil SORRIR quando Se quer CHORAR
Eu sei que é difícil AMAR quando se quer ESQUECER
Eu sei que é difícil te OLHAR e não pode te TOCAR
eu sei que é difícil chegar perto de VOCÊ e não abrasar
Quando a tristeza bate em mim, quando tudo descarrega sobre mim, olho pra frente e me vejo aonde eu quero está, com quem eu quero está, estou passando momentos difíceis e nenhum amigo veio me procurar, ninguém me mandou mensagem, o que fiz pra merecer isso? A verdade que só tenho amigos sugadores!!!!
