Eu Sofro porque te Amo Pensa um pouco em Mi

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Quando não gosto de um cara e ele me acha a "misteriosa", me cai a ficha de como a gente é idiota quando tá do outro lado.

Você planeja terminar um relacionamento. Chegou à conclusão que não quer mais ter a seu lado uma pessoa distante, que não leva nada à sério, que vive contando piadinhas preconceituosas e que não parece estar muito apaixonado. Por que levar a história adiante? Melhor terminar tudo hoje mesmo. Marca um encontro. Ele chega no horário, você também. Começam a conversar. Você engata o assunto. Para sua surpresa, ele ficou triste. Não quer se separar de você. E para provar, segura seu rosto com as duas mãos e tasca-lhe um beijo. Danou-se.

Onde foram parar as teorias, os diálogos que você planejou, a decisão que parecia irrevogável? Tomaram Doril. Você agora está sob os efeitos do cheiro dele, está rendida ao gosto dele, está ligada a ele pela derme e epiderme. A gravação do seu celular informa: seus neurônios estão fora da área de cobertura ou desligados.

Isso nunca aconteceu com você? Reluto entre dar-lhe os parabéns ou os pêsames. Por um lado, é ótimo ter controle absoluto de todas as suas ações e reações, ter força suficiente para resistir ao próprio desejo. Por outro lado, como é bom dar folga ao nosso raciocínio e deixar-se seduzir, sem ficar calculando perdas e danos, apenas dando-se ao luxo de viver o seu dia de Pigmaleão.

A carne é fraca, mas você tem que ser forte, é o que recomendam todos. Tente, ao menos de vez em quando, ser não ceder às tentações. Se conseguir, bravo: terá as rédeas de seu destino na mão. Mas se não der certo, console-se. Criaturas que derretem-se, entregam-se, consomem-se e não sabem negar-se costumam trazer um sorriso enigmático nos lábios. Alguma recompensa há de ter.

Martha Medeiros

Nota: Trecho da crônica "Amor Epidérmico" de Martha Medeiros.

Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, nós nunca estamos preparados para perder alguém.

Filosofar é como tentar descobrir o segredo de um cofre: cada pequeno ajuste no mecanismo parece levar a nada. Apenas quando tudo entra no lugar a porta se abre.

Árvore

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só serve pra poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.

Manoel de Barros
BARROS, M. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

O silêncio é um amigo que jamais atraiçoa.

Meu estilo de vida
Liberta minha mente
Completamente louco,
Mas um louco consciente...

Charlie Brown Jr

Nota: Trecho da música Tamo aí na atividade.

Liberdade na vida é ter um amor pra se prender. A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência! Confiar no outro. Confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias. Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi, sem que o outro esteja junto. É talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos. Amar é uma confissão. Amar é justamente quando o sussurro funciona muito melhor do que um grito...

Não tenha medo de meu silêncio... Sou um louco mas guiado dentro de mim por uma espécie de grande sábio...

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se uma planta não consegue viver de acordo com sua natureza, ela morre, e assim também um homem.

Henry David Thoreau
A desobediência civil. Porto Alegre: L&PM, 1997.

Guarda um pedacinho do meu coração contigo. Fica com ele como prova de amor.

Para toda malícia, tem uma inocência. Para toda chuva, tem um sol. Para toda lágrima, tem um sorriso.

Milhares de pessoas nascem e morrem, milhares de relacionamentos começam e terminam , um objeto que quebra, a garrafa de café quase vazia, uma amizade de anos que ja nao era a mesma.. Tudo, do simples ao inabalavel,tudo chega ao fim. E há milhares de finais acontecendo todo dia.

Um homem é tão grande quanto as coisas que o deixam com raiva.

Foi um beijo...

foi um beijo onde não importava a boca
só tuas mãos quentes me apertando pelas costas
nada estava acontecendo na minha frente
e a ansiedade que havia não era pouca
teus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinquente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto rouca

Martha Medeiros
Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

A sorte do amor que teve

Um dia você conhece alguém e se dedica imensamente a essa pessoa...
Você entrega-se à ela com toda alma e coração.
Na verdade, desde então não existe um único pensamento seu em que esta pessoa não apareça.
Você à ama sobremaneira, e chega mesmo a esquecer de si, para cuidar unicamente dela,
até que um belo dia teu mundo desaba e você percebe
cruelmente
que o sentimento que você nutria era só seu,
que não havia nada além daquele teu imenso amor por ela.
Neste dia, não te desaponte, não entristeça.
Olhe para os céus e agradeça por ter conhecido a sublime dádiva do amor,
mesmo que apenas você tenha realmente amado.
E por ter sido real e verdadeiro o teu amor
inspire-se, e cante para sempre os momentos felizes
da sorte do amor que teve...

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vuitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Montanha-Russa. Porto Alegre: L&PM Editores, 2003.

Nota: Trecho da crônica "Felicidade Realista" de Martha Medeiros.

...Mais

Interrogado sobre o que seria um amigo, disse: "uma alma solitária que vive em dois corpos".

Charme é um meio de obter um sim sem fazer uma pergunta clara.

A maior represália contra um inimigo é perdoá-lo.
Se o perdoamos, ele morre como inimigo e renasce a nossa paz.
O perdão nutre a tolerância e a sabedoria.

Augusto Cury

Nota: citado no livro "Rosa Dourada", Rosângela Santos, Clube de Autores, 2006