Eu Queria Saber Coisas que Rima com Lais
NATAL
por um tempo eu vi toda a alegria
que podia o mundo.
Era um Deus menino a falar baixinho
De um amor profundo.
E nesse momento de contentamento
Do meu coração
Me senti tão perto de meu Deus presente
E elevei as mãos.
E naquele tempo era tão comum
Tantos reis na terra
A obediência de um homem pra o outro
Até matar na guerra.
Foi assim que Deus
Ao julgar violada toda sua lei
Não mandou profetas, todos ofendidos
Ele mesmo veio.
E chegou tão simples
Numa manjedoura, num leito de feno
Mas era o mais bonitos
E todos O olhavam, como a um Deus supremo.
E quando eu me lembro
Que aquele Menino foi tão diferente
Me angustia a alma
Por saber que os homens foram tão ausentes.
Quizera que o mundo
Só por um segundo O visse de novo
E deixasse Ele, como sempre quiz
Conduzir seu povo.
Eis aí o meu servo
A quem eu amparo por todo caminho
Sobre Ele eu faço repousar meu braço
Todo o meu carinho.
Eis aí o meu servo
A quem eu amparo por todo caminho
Sobre Ele eu faço repousar meu braço
Todo o meu carinho.
Eu tenho tanto amor que seria capaz de amar o mundo, mas é você que eu amo...
Eu tenho tanto amor que seria capaz de abraçar o mundo, mas é você que meu corpo chama...
É você, só você, que não sai do meu pensamento!
Eu sentia tanta pena de mim mesma, que quando parei para pensar , descobri que a forma de fazer as outras pessoas bem, é somente sentir-se feliz consigo mesma, ou seja, se você sentir-se bem, obviamente irá atrair cada vez mais e mais pessoas para perto de você !
ENTREGADOR
Eu gosto de tudo o que gostas
E tenho repulsa a tudo do que te afastas
Adoro o teu silêncio e a tua fala
Gosto do teu jeito de andar e do teu deitado.
Amo o teu corpo esguio
Tenho amor ao espírito que te guia
Gosto do mar porque nele te banhas
Adoro as roupas que tu vestes
Teus vestidos de cetim. Amo, e choro
Amo os teus filhos, porque saíram de ti.
Cuido dos meus braços, porque te abraçam
Gosto de todos que gostam de ti.
Gosto de Deus, porque foi Ele quem te fez.
naeno*
"Eu sou um homem do imediato, e por isto tenho que ser especialista em transparências. Este tipo de homem, para não se perder, precisa ter uma sinceridade muito grande, muita percepeção, uma sensibilidade à flor da pele, uma intuição sobrenatural."
Existir porque se o destino de quem vive é morrer?
Eu não posso viver como se tudo em mim tivesse motivos para existir, se o brilho dos meus olhos não será notado para sempre, se minhas mãos com tom macio e delicadas não durarão eternamente. Não farei juras de sofrimento e jamais deixarei que minha alegria transborde a dor de outro olhar, porque os meus olhos estão calejados de tanto chorar.
Poderia eu viver como se fosse apenas mais um rosto entre a multidão se não é o que transpassa minha alma? Não viveria como uma criança que se contenta facilmente com um doce, um brinquedo velho e quebrado.
Se desde que comecei a enxergar as pessoas noto o quanto a hipocrisia gira em torno delas como suas roupas mal passadas.
Sinto nojo, vergonha, desprezo e medo, sim por tamanha desonra ao Ser que criou a espécie. Muitos chamam de Deus, outros apenas citam aquele.
Mas não é me diferenciar dos demais que me permito reprimir meu lamentar ao existir, não! É exalar do meu ser o amor que ainda sinto pelas palavras frias e dolorosas que saem da boca de um ser humano, indivíduo imperfeito e maquiavélico.
Negros são os dias, geladas são as noites que perduro meu ignorante raciocínio rumo a um abismo repleto de mim.
Onde são enterrados todos os pensadores, os poetas, os cientistas, os letrados, os matemáticos, os viciados, os inocentes, os fortes e os fracos.
Na morte é que encontramos a verdadeira explicação para tantos fios sem pontas.
É o caminho e o destino, da senhora, da criança, do mendigo.
Dos que choram dos que riem, dos que nascem, dos que morrem.
Minha insatisfação nada me comove nem tampouco me retrata junto aos que pouco reprimo entre si o desejo viver como se a vida fosse um mar de rosas.
Bastam-se com os direitos e deveres incontáveis encobrindo a vergonha e a decepção de serem mortos de fome, gananciosos de desmedidos.
Sem raça, religião ou cor, todos vêm de um só sangue, um só pecado, uma só finalidade.
A fragilidade é para todos os medo é para todas as fraquezas, as derrotas e as perdas, não há remédio que cure, não há palavra que conforte, não há mão que acalente, é do homem, é do ser, é da gente.
Não depende do querer, não depende do chorar e do morrer, depende de quem sou de quem é você!
eu ouço as musicas certas ,eu conheço as horas , no meu oceano a calma domina , as minhas terras falam por si , nao respiro , nao preciso , sempre sei o que fazer , sempre sou quem eu devo ser , uma borboleta em mar aberto, uma baleia no deserto , a raiva me deixa faminta , mas nao a sinto a seculos, nao existe inverno , a lua se foi , ja nao fica escuro, mas o sol nao queima , e eu nao reclamo , e assim eu vou morrendo , sempre só ;como eu sempre quiz , é exatamente tudo que eu pedi , pra na certeza do meu caminho seguir .
Quem sou eu ?
- A resposta errada.
Não importa oque eu faço, porque nos meus atos eu posso fingir, mais sim o meu pensamento, porque deles eu nunca vou conseguir escapar.
Então vem cá, senta aqui para conversar um pouco, jogar xadrez, rir para eu ficar te admirando. Segura minha mão, me leva para qualquer lugar, onde exista só eu e você. Volta depois de fingir estar indo embora só para eu ter uma ideia do que é a possibilidade de não te ter por perto. Me pega no colo, me tira do chão, me abraça. Finge que vai me beijar e depois recusa, só para me ver tentando roubar um beijo seu. Foge para eu ir atrás. Tenta me fazer cócegas para eu fugir de você e tu correr atrás de mim, depois me abraçar de novo, me tirar do chão de novo, me pegar no colo de novo. Então, senta aqui para conversar um pouco mais, me ver dando xeque mate no xadrez, rolar com você no chão, gargalhar e apontar para o céu nesse lugar onde exista só eu e você.
Não choro mais, não penso mais, não procuro entender. Mas, talvez no fundo, eu nem viva mais também.
Existem momentos que as palavras são completamente inuteis. Eu que sempre quero falar mais do que sentir, fui calada pelo seu abraço e afogada em minhas próprias lágrimas.
DESAFORTUNADO
Eu conheci a casa de um desafortunado
Nela vivi quase toda minha vida,
Apanhei gravetos para os invernados,
Puxei gavetas e guardei retratos,
Um arquivo morto de mim retirado.
Eu andei por dentro da casa cumeada
Tropecei pelos atalhos, cadafalsos
Troquei uma vida, que me dera, inventada
Por uma que eu vi de perto, andando enfalço.
Fui o primeiro desordeiro do motim.
Não tive nunca uma gota de raiva,
E foi assim, andando dentro e fora dos pântanos
Que hoje dou graças à sorte fora de mim.
A imaculada virgem, mãe da Conceição
O meu amparo, de quem mais eu vi nos olhos,
A minha amada, o tempo todo cortando a rota
Dos desamados, sempre me trouxe por sua mão.
Fiz pisoteio até o cultivo dos desgarrados,
E vi a festa da colheita das formigas,
E disso eu disse, com o coração e alma aflitos,
Não me descanso, mesmo quando estou sentado.
E da lavoura que os cupinzeiros demarcavam,
Umas espigas de milho bem debulhadas,
Pus o sabugo como mastro da bravata,
E lutei só, com Conceição, nela amparado.
Olha-me Deus, no que escrevi,
Eu relatei a minha vida e Vos traí,
Era um segredo até à outra por vir,
Até cansar, e cansado, aqui cair.
AMANDO
Ontem as vinte e duas horas e quarenta minutos
Horário oficial de Brasília
Eu estava ardendo em febre, suando.
E na tiragem dos meus ais contados
Uns vinte e tantos mil, falei, lagrimei
Aos teus ouvidos.
E de febril, o meu remédio
Tomei por tantas horas, em tantos goles
Até me embriagar e cair sobre o teu corpo.
Amando-te libertino, suei
A febre não passava
Passavam-se tempos recorrentes
Já pela madrugada, ainda eu te desejava.
E pela manhã, eu te ordenhava
À hora da voz do Brasil
Em meu delírio, uma poldra branca
De crinas alvas e esvoaçantes
Carregava-me sobre seu dorso.
E eu galopei por mais dez horas
Sobre um leito de areia fina.
E nas esquinas por onde andei
Espantava-me o medo, de cair
Por tua cabeça,
Quando te inclinavas a me beijar
Fazendo. Aproximadamente
Um tempo impreciso, imenso
Sem que o espólio se cruzasse.
Eu seguro na tua crina
E nos meus flancos te segurando
A pista agora está vazia,
Mas ainda reflete os nossos passos,
A luz vermelha, eu em teus braços.
De lembrar o corpo todo se arrepia.
A pista amor, já está vazia,
Mas ainda sinto o ritmo do tango.
A cabeça gira, gira e rodopia,
Lembro de ti, sorrio e não me zango.
Sim, a pista agora está vazia
Mas o prazer, a loucura, a alegria,
Fizeram valer, enfim,
O tango que hoje, reflete assim.
(Dancei o Tango)
FAROLEIRO
Eu faço versos como quem
Num farol, um plantonista,
Vê o céu muito além
E perto de mim uma vista.
Se vestem meus versos de espumas,
Uma nudez quase mostrada,
E os barcos que olho enfumam
Suas velas na alvorada.
Quanto mais claro vejo o amor,
Quanto mais densa a letra escoa.
Amor tem de ser motivo, uma dor.
Quanto mais turvo olha-me o vazio,
Mas me transformo em amor,
Meus poemas são desvarios.
Eu não vou mais olhar atrás
O que passou não volta mais
Não temerei o que virá
Minha Esperança está Em Deus
Cada lágrima que chorei
Cada sonho que perdi
Coloco aos Teus pés
Levanta-me Senhor
Eu confio em Ti
Nada poderá me afastar de Ti
Tu És a minha Fonte, meu sustento
Meu Amigo Fiel
Eu confio em Ti
Nada poderá me afastar de Ti
Em Todo tempo eu sei que estás comigo
Meu amigo Fiel
EU E DEUS
Se me lembro alguma coisa pedi a Deus,
Que me deu a boca e antes de abri-la prometeu,
Que quem pedir mais leva, os cofos
Que se teceu.
Se me anina esta proximidade dele,
Muito mais me santifica pisar seus mesmos rastros,
E quando só, penso está sozinho, deste.
Eu me aceno, na pressa de Deus.
E o que me anima é o mesmo acima.
Autoriza o sonho, relaxa com a rima,
Deixa-me à vontade, para ser saudade.
Para ser da terra, o passo que eu escolher
Se quero viver, terei de morrer.
É só valer a vossa vontade.