Eu Prefiro ser essa Metamorfose Ambulante

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Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto. Que meu lar é um botequim, que eu arruinei sua vida e não mereço a comida que você pagou pra mim.

Noel Rosa
Último Desejo

Eu posso matá-lo com
apenas um toque,
mas posso salvá-lo também.
Sou benção e maldição,
vida e morte,
dor e prazer.
Basta saber me usar

Só nos últimos cinco meses
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

(NÃO)

Eu não estou sozinho
Tenho comigo
Aquela que não me abandona
A amiga solidão

E ela nunca é tão sozinha
Pois tem a mim
Qual aliado

Aliada tenho eu
Tenho ela
Escorrendo dos meus olhos

Tenho ela
Cheia de sais
Entre os meus lábios

Minha face que não sabe nadar
Está naufragando agora
Naufragando agora
Por essa água de mar
Que sai dos meus olhos-mar

Margaridas
coletem esse orvalho
E elaborem na boca da abelha
O mel
Mais puro e mais doce

O mais medicinal
Para este zangão
Que nem mesmo sabe dizer à ti
Um 'não'

Me chamam de o presidente mais pobre do mundo, mas eu não sou um presidente pobre. Pessoas pobres são aquelas que sempre precisam de mais, aqueles que nunca têm o suficiente, porque estão num ciclo infinito.
Escolhi esse estilo de vida austero, escolhi não ter muitas coisas, para que eu tenha tempo de viver como quero viver.

Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo
o eterno ruído do mar batendo
No entanto, como está longe o mar
como é dura a terra sob mim...
Felizes são os pássaros que chegam mais cedo
que eu à suprema fraqueza
E que, voando, caem, pequenos e abençoados,
nos parques onde a primavera é eterna.

Vinicius de Moraes
Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Nota: Trecho do poema O incriado.

...Mais

Tenho vergonha, tenho cicatrizes que eu nunca mostrarei
Sou uma sobrevivente de mais formas do que você sabe
Porque toda a dor e verdade
Eu uso como uma ferida de batalha
Tão envergonhada, tão confusa
Eu estou quebrada e machucada

Dia das Mães

Mãe! eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar, depois... perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.

O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires a expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar: ''Sou eu!"

Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz: "Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que, nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!

Que mundo estranho. Onde eu estou? Tirei um cochilo e tudo mudou. Onde estão os amigos? E os amores que eu tinha? Todos foram embora enquanto eu dormia?

O mundo girou e tudo mudou, está do avesso e ninguém reparou. Minha face no espelho já nem reconheço, quem sou? Eu te conheço?

Perdido no tempo dentro de mim, me encontro alucinado, olho o relógio, e o tempo está parado.
O que fazer quando a ficar cai, e você não se reconhece mais?
Qual botão eu aperto pra sair daqui?
Estou perdido na escuridão, alguém me salva de mim.

Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Deus.

...Mais

Eu queria que você soubesse que eu adoro o jeito que você sorri
Eu quero te abraçar bem forte e levar sua dor pra bem longe
Eu guardo sua foto, e eu sei que ela me faz bem
Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor
[Juntos]
Porque eu fico em pedaços quando estou solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora

Você se foi
Você não me sente mais aqui

O pior já passou e nós podemos respirar de novo
Eu quero te abraçar bem forte, você tira a minha dor
Há muita coisa deixada de aprender, e ninguém contra quem lutar
Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Porque eu fico em pedaços quando me abro
E eu não me sinto como se eu fosse forte o bastante
Porque eu fico em pedaços quando fico solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora

Porque eu fico em pedaços quando me abro
E eu não me sinto como se eu fosse forte o bastante
Porque eu fico em pedaços quando fico solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora
[Juntos]
Porque eu fico em pedaços quando fico solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora
Você se foi
Você não me sente mais aqui

EU QUERO ME DIVORCIAR

Quero me divorciar de tantas coisas, dos meus problemas, das minhas dificuldades, das pessoas que me fazem mal, da falsidade, do interesse em querer se sobressair dos outros.

Quero me divorciar dos meus problemas que tenho no trabalho, são tantas as cobranças em fazer as coisas que um padrão de excelência, dos meus problemas financeiros, que nunca andei tão liso na minha vida, nem quando trabalhava com o meu pai.

Quero me divorcias das minhas dificuldades, principalmente nos meus estudos, da preguiça, do cansaço, da minha falta de memórias para os eventos importantes, dos meus defeitos.

Quero me divorciar dessas pessoas que só em fazem mal, daquelas que só pensam que eu estou tirando proveito de algo, daquelas que tem inveja de mim a ponto de querer me prejudicar, daquelas que só querem o meu mal.

Quero me divorciar da falsidade, do parasitismo, da incompetência, da morosidade, de tantos defeitos que vemos nas outras e tão pouco em nós mesmos. E desse interesse de usar os outros como escada para subir na vida.

Mas não quero me divorciar de ti. Porque tu és aquela que me norteia, que incentiva, que me ajuda com meus problemas e com as minhas dificuldades. És aquela que me afaga quando chego triste com aqueles que me fazem mal que me prejudicam. És aquela que me diz tudo aquilo que eu preciso ouvir, mesmo que as palavras seja dura e que doem nos ouvidos.

Eu te amo e quero viver contigo para sempre.

Não sei sobre você, mas eu invento, me esforço, faço apelos e guardo tudo na memória, faço promessas para que nunca morra a pulsação no corpo que me leva a sonhar. Não sei você, mas eu encontro dentro de mim, um repertório novinho de coisas para viver.

Pra você que é orgulhoso demais, eu aviso, tome cuidado, pois é por causa desse orgulho aí que vai afastar as pessoas que te amam!

dera eu ter sido poeta dos antigos
sentiria menos dor, sem falsos amigos
sentiria mais amor, e feliz teria vivido

Ela orquestra
Eu?
Ah, eu sou pequena flauta
Acompanho o violino de manso

Ela rege
Ela reage
Ela sente
Ela furacão

Eu imito-a e tento aprender
Um dia equiparada estarei a ela
Mas apenas quando eu crescer

O dia, dela precisa furtar
Luz, brilho, a beleza sobrenatural do amar
Para clarear

Eu vagalume
Pirilampo
Pequeno a voar

Ela rainha
Eu princesa

Eu intenção
Ela execução com destreza

Eu confusão
Ela ordeira

Eu eu
Ela minha mãe

Chegou a hora de partir meu cãozinho

Eu já devolvi as chaves de meu coração para você.
Recebi de você meu amado filho, mais do que pude dar.
Meu filhinho, logo vai raiar o dia, não existe lâmpada
para alumiar o meu canto escuro.
Apagou-se.
Seu ciclo de vida terminou e levou você de mim.
Veio a triste intimação que a tua jornada tinha acabado
e você estava pronto para a o teu descanso.
Dorme em paz meu menino.
Dorme o sono justos.
Dorme o sono dos inocentes
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração sangrando.
Saudades sentirei de meu pequeno ser.
Mas, tenho que seguir frente mesmo sofrendo,
seus irmãozinhos dependem de mim.
Lembrarei de ti pelo resto de meus dias.
Descansa em paz meu amor!

(In Memorian- Victor Hugo Pereira Carvalho)
24/09/2015
De sua mãe humana: Esther Teodoro de Carvalho

Eu te entendo, sério. Entendo seus conflitos internos, entendo suas crises (sejam elas existenciais ou até mesmo aquelas crises sem motivo algum). Eu te entendo, pequena. Mas, por favor, não desiste. É só uma fase, tá? Ah, só para lembrar: toda noite faço um carinho em sua alma, mesmo que você não me veja.

Com amor,
Alguém que te admira.

E por acreditar que a cada dia eu viveria um dia a menos... Fui vivendo a cada dia um dia a mais...

Você interpreta a sua mentira e eu vivo a minha verdade, assim coexistimos na "realidade" e estamos DEBOAS!