Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando
O Senhor é o meu pastor e sei que nada há de me faltar
Quando deitado em pastos verdejantes eu sinto que ao meu lado Ele está Me guiando mansamente às águas tranquilas
Refrigerando minha alma e amando-me nas veredas da justiça
Caminhando sem direção pelo vale sombrio da morte
Descobri também que ali Ele está me livrando do temor do mal
Tua vara e Teu cajado me protegem Consolando meu coração que parecia estar em solidão
Fico então diante de uma mesa com pessoas que jamais esperava ver
Sabendo que Deus em Seu propósito preparou esse momento em meu viver
A minha cabeça com óleo ungiu transbordando meu cálice então
A bondade e a misericórdia do Senhor eternamente comigo estarão
''E que dia você volta ? Eu sei que pássaro voa, mas às vezes a gente tem que prendê-lo numa gaiola, que é pra perceber a exuberâncioa das suas plumas. Às vezes temos que cortar as asas, que é pra não perdê-lo. Mas pássaro, bonito de verdade, nunca é nosso.. é sempre de olhares alheios. Sempre de outras pessoas. E quando menos esperamos, está ele, o pássaro bonito, indo embora de novo. Mas o que é bom e sincero fica com toda força. Fica com um gás de explosão. Volta, novamente, e trás todo o seu sorriso. Toda sua cor, sua tinta, sua expressão. Porque é disso que a gente precisa.''
(Volta)
Pra viagem.
Então eu perdi os sentidos mais uma vez, quando você me disse pra puxar com força e prender o ar nos pulmões, como quem prende um amor.
Perdi o timing pra dizer que subiu, lá pros meus pensamentos, o teu cheiro de poeira nova, bem daquelas que, chatas, cobrem a mobília e tudo o que mais estiver aberto em nós.
Deve ter sido assim que você cobriu meus olhos, dançou no ar até preencher meu coração, e escapou dos meus lábios feito as palavras turvas, embrulhadas na fumaça envergonhada, que eu acabei por dizer baixo demais.
Eu posso repeti-las agora, se você preferir, pra não te deixar esquecer que foi no teu colo que eu me deixei pra trás. Posso repetir pra te lembrar, e pra você gravar, moreno, que é no teu caminhar que eu faço os meus passos.
Eu sei que você já não me espera na entrada ; sei que não me procura na saída e nem nada… Mas fica pra escutar o que o teu sorriso torto fez em mim.
E senta daquele jeito, meio solto, me mostra o teu olhar de quase-louco, me manda embora daqui.
Diz que não me quer porque me quer demais, me deixa vestir a tua marra de “eu-sou-mais”, me chama com o corpo só pra eu dizer que pode, assim…
Você vai dizer, de novo, que não veio pra jogar o meu jogo. E cê já sabe bem o que eu vou dizer, criança, com você não tem jogo nenhum…
Então fecha os teus olhos pra fugir dos meus, enquanto me chama pra ir ali fazer mais um…
E me esquece.
Mas vê se me esquece de vez que eu já não te aguento mais.
Não aguento teu jeito vazio de viver sempre cheio, teu jeito sério de não ser sério at all, tua mania insuportável de limpar os vestígios de solidão e a recíproca verdadeira: Essa mania que a solidão tem de te deixar limpo, só com marcas de ninguém.
Eu to te soltando com a fumaça essa noite, moreno, porque eu te quero no pacote pra viagem.
Entende, te mastigar agora não vai me fazer bem.
Decidi que ia completar o meu dia com outros olhares.
A verdade é que eu queria - ou melhor: precisava - encarar olhos que não fossem os seus, pra espantar os pensamentos que acordaram comigo nessa manhã.
Precisava gritar pro sol me devolver um brilho que não sufocasse, mas o que sobrou em mim foi a luz do teu sorriso procurando o meu, num escuro que tornava ainda mais clara essa vontade.
Então, hoje, eu me dei folga do papel e da caneta pra fugir de te encontrar perdida nas linhas que vazam das minhas mãos ou nas palavras que se pintam, assim, de meio-suas, e me entregam num verso só.
Entregam essa falta que você faz nos meus lábios e o silêncio que deixou no meu corpo.
Tô me perguntando, ainda, onde foi que você me prendeu.
Qual bordado da minha roupa que enroscou na tua alma, pra me desassossegar assim?
Largou um pedaço comigo, levou um pouquinho de mim.
Alguém devia ter dito que ia ficar tudo bem, pra que eu pudesse fazer diferente.
Alguém devia ter dito que o sol ia nascer de novo e que eu não devia agir feito menina mimada que grita no shopping quando não ganha o presente certo.
(Existem outros brinquedos legais por aí, anyway…)
Mas eu não sabia.
Não sabia que seria capaz de olhar pra trás e sorrir pro você que mora nos meus pensamentos distantes.
E, no fim das contas, Mamãe tava certa quando me explicou sobre propagandas enganosas. Sabe como é, quem precisa de um brinquedo que quebra na primeira vez que cai no chão?
Eu vivo das ilusões perdidas;
dos sonhos esquecidos,de vidas que ficaram e que se foram.
Eu vivo de tudo que é nada;
vivo de quando foi.
Eu vivo da escuridão da noite;
o sol já não mais me ilumina.
Vivo apenas por viver.
Vivo do sofrimento, do amor perdido que nunca mais encontrarei;
vivo do que ficou e o que ficou não me resta mais;
não me resta mais.
Eu fiquei pensando no que dizer, quando você atendeu o telefone.
Me senti como uma menininha assustada, quando veio aquela vontade doida de desligar sem dizer nada… Sem te devolver aquilo que eu queria tanto tomar de você: um segundo da tua voz.
Quando eu era adolescente – engraçado - não me lembro de ser daquelas que ligavam e desligavam, nos cinco minutos de euforia que sucediam as primeiras horas de saudade.
Agora, entretanto, eu me via tão desproporcionalmente imatura… Tão, tão pequena. Insegura.
Quase uma criança, presa no corpo de uma mulher.
A verdade é que eu queria ligar, queria ouvir, queria sentir toda e qualquer vibração que viesse dos sons que você produziria, mas… Mas eu não tinha coragem de te encarar.
Naquele instante, pra mim, funcionava como se eu não pudesse, de maneira alguma, te entregar qualquer vestígio da minha alma, que ainda era sua.
Naquele instante, pra mim, você era tudo que eu não queria alcançar.
Era suficiente, e até mais do que isso, ouvir a melodia e os seus tons, pairando no ar…
Me surpreendi com um sorriso bobo, no canto dos lábios, ao lembrar de todas as vezes em que achei tola a idéia mais próxima de um amor platônico.
Como é que pode alguém amar esse tanto, e com essa intensidade, sem querer cada centímetro de pele do seu escolhido? Como é que pode alguém sonhar tanto tempo com uma sensação e não correr atrás de torná-la real?
Agora eu sabia e, de repente, fazia bastante sentido.
Ele disse “Alô” e perguntou, três vezes, quem estava falando…
Embora eu não pudesse responder, soube – e também tive certeza de que ele sabia – que eu era apenas um sonho bom, e que a recíproca era verdadeira.
Não seria mais do que isso porque, quando o sonho é bom, não faz sentido acordar…
Acho que eu só queria, por cinco minutos, ou talvez um pouco mais, fechar os olhos do mundo, pra você. Te tornar invisível por um tempo, saber que a maneira como voce se move, às minhas vistas, também é minha e que por mais egoísta que soe, só eu posso vê-la.
Quem sabe eu pudesse até te chamar de meu, acreditando nisso de verdade.
Quem sabe eu pudesse pensar que foi assim e que sempre vai ser.
Você cresceu diante dos meus olhos, ganhou corpo, vontades, meios pra alcançá-las.
Me ganhou, pra sempre, e me tirou de qualquer posto importante da minha vida, que, como num passe de mágica, se viu presa às manias que te completam e às tuas regras.
Foi assim que eu me vi sua: meio sem ver nada.
E a gente achava que se conhecia…
Espelho, espelho meu… Existe alguém mais louca do que eu?
A mentira é clara.
A mentira bem feita é quase transparente.
Bem contada.
Bem sentida.
Foda é quando a mentira quer ser verdade e a verdade é mentirosa. Aí o lance do poeta ser um fingidor chega a ser absoluto numa genialidade escrota que eu renego quando volta a sensatez. Que eu não consigo reler.
Essa sou eu de verdade?
Porque eu queria ser daquelas que se definem nuns parágrafos determinados e mentirosos, mas que pelo menos a gente conhece o contrário verdadeiro.
Eu não, eu sou espelho.
Eu vejo refletir em mim a imagem da controvérsia, contradigo qualquer coisa que sinto, me perco em infinitos pra ser
Eu.
- E perguntaram como anda meu coração. Eu simplismente disse: esta fazendo seu papel. batendo, ao invés de apanhar.
Aí eu penso nele, na casa dele, no sofá da casa dele... aí eu penso nos meus amigos na minha cerveja que me liberta , aí volta tudo ao normal no meu mundo, sem família dele, sem casa dele, sem sofá da casa dele.
Todas as minhas noites, eu fico no aguardo ansiosamente de sonhar com você para me fazer realizado;
Pego-me a pensar em teus olhos teu perfume que tanto me desatina para querer-te mais e mais em meu coração;
Eu vi sonhos morrerem e as esperanças restituir o que se perdera, vi também as estrelas caírem e milagres acontecerem;
Mas acima de tudo vi um amor nascer de forma infinita no interior do meu coração no qual fizeste um tanto feliz;
Eu estava pensando. Pensando em tudo que ja vivi ate hoje. Passei por maus bocados, sempre fui ingenua, e boba...Mas, Meu Deus, como pude ter sido idiota assim? Talvez tenha valido a pena todas as dores, todas as coisas, problemas, que passei ate hoje... Isso me ensinou, a dar valor nas coisas simples e boas da vida.
