Eu Errei me Perdoa Poesia
Dizem que as urnas
não funcionaram
no primeiro turno,
uns até as filmaram,
eu não sei o quê irá
daqui para frente
conosco acontecer.
O povo mesmo que
não cedeu a sedução
passou por um
caminho apertado,
e os que caíram
na tentação do papo
estão arrependidos.
É triste ver que
tem gente que
não se permite
fazer o caminho
de volta porque
reduziu a sua
crença na vida
em viver da
aprovação alheia
só por achar que
pode fazer uma
plateia para
sempre satisfeita.
Você que gosta de
zombar com os
nervos alheios só
para aparentar
fazer parte de um
plano que nunca
te pertenceu,
é bom que saiba
que a vida cobra,
e que tens a total
a responsabilidade
de responder pela
democracia que
ajudou a esconder.
Quando o segundo
turno passar não
adianta querer
fingir que a mim
não provocou
e que a honra
de ninguém atingiu,
porque o quê
deveria ser falado
por causa da
sua baderna
foi impedido de
ser esclarecido,
e levará o país a
um destino maldito.
Enquanto eu
não ouvir
a voz daquele
que defende,
Serei oceano
de versos
em transbordamento,
Porque já pelo signo
do destino,
Tens mais do que
a glória suficiente,
Você mergulhou
para salvar a tua gente,
E eu a distância serei
um poema por dia
Com as cordas
do meu coração
pela tua libertação.
Na urgência de falar
152 vezes o quê sinto,
Eu me autorizo sem
documentário clamar
Por aqueles que presos
não deveriam estar.
Sou aquela que
quando o verso
Se encerra não
paro de reclamar.
Aos poetas cabem
a coragem de falar
Em qualquer tempo
lugar e aonde for
Ordenado calar.
No raiar e declinar
de cada dia é de direito
Nosso ter passaporte
Para qualquer lugar,
só porque somos poetas,
E o Universo é o nosso lar.
Eu estou aos gritos,
E dando mais de mil
Voltas em círculos,
Porque é impossível
Aceitar uma prisão
Que começou do nada,
E não houve comunicação.
Não há como aceitar
Prisão sem provas
E sem julgamento,
Porque não deixa de ser
Uma tortura em silêncio.
Assim em alta tensão
Soube da notícia
Que recebeste a visita
Da sua família
Como o céu azul recebe
O calor do sol,
E isso é de direito,
E não uma concessão.
Dizem que você está
Sendo bem tratado,
Mas ainda não
É justo e jamais
Será o suficiente,
Porque todos sabem
Que és inocente.
Que me custe
asua simpatia,
E mesmo que
eu fale muito,
Ainda não será
o suficiente,
Pois falo não
para agradar,
Mas para colocar
os fatos no
Seu devido lugar.
Abro o paraquedas,
salvo o verbo para
Que salvem as letras,
em missão de dar um
Fim na tirania e dar
asas à liberdade
Do lado dos profetas.
Que me custe
aantipatia alheia,
Não me importo,
sou ouro e crisol,
Sei lidar com
aalucinação insana
Que não reconhece
que a política
Também faz os seus
militares presos,
E supõe quea
libertação deles
Não nos adianta,
e que não resolverá
O problema do país,
a arrogância jamais
Irá me impressionar,
pode virar a cara
E levantar o nariz!
Abro o suficiente
a verdade,
E sei que adianta,
porque nada se faz
Quando não se tem
Mais a liberdade.
Porque eu quero fazer
O caminho de volta,
A começar por aquilo
Que me inspiro, penso e falo,
Desejando transformar
Somente em todo o carinho.
Não há autoritarismo
Que siga para frente,
Sempre que a vontade
De vencer e a esperança
Forem sem demora reunidos,
A fé na vida faz o paraíso.
Quem ofende a liberdade
Sempre merece o meu riso,
E quando a mim resiste
Desestruturo com os meus
Versos até fazer passar
O conflito e a tempestade.
Pensar jamais será ofensa,
Sentir e se expressar
Constroem Nações inteiras,
Não paro de por ti exigir,
Porque se livre te farei,
Assim livre eu permanecerei.
Timbó Profunda
Eu, poetisa, da cidade vizinha,
te celebro por tudo aquilo que
fostes, és e sempre será na vida.
Ando contando no calendário
os dias da Festa do Imigrante
que para setembro foi transferida.
Eu, poetisa daqui de Rodeio,
te celebro até mesmo
enquanto a festa não vem.
Porque te amo do alto e com
o mesmo balanço do Morro Azul,
És filha bonita de Santa Catarina
e jóia preciosa da Região Sul.
O tempo está passando
e eu não estou brincando,
Muitos ali morreram,
e eu sigo clamando...
O pedido de socorro ainda
não chegou na caixa-postal
correta para salvar as vidas
dos heróis feridos de Azovstal.
O tempo está passando
e ninguém está escutando,
Muitos ali morreram,
e eu sigo gritando...
Poetisa Anna Flávia Schmitt Wyse Baranski
assim eu sempre sou,
do Norte até o meu Sul,
de Leste só Oeste,
Escrevo para fazer
da rotina algo que preste.
Rodeio lá no Nova Brasília
Rodeio lá no Nova Brasília
eu me encontro com
a nossa gente tão querida
perto da BR-470
chegando quase em Ascurra,
Rodeio lá no Nova Brasília
tu levas com toda a ternura,
e por ali fico contigo festiva.
Rodeio lá no Nova Brasília
eu escutei aquela cantiga
que cantava a minha Noninha,
Memória de infância
sempre vale mais que toda a poesia.
Onde eu amarrei
minha alma pegando
até inspiração como
esta emprestada
para fazer a consciência
da América Sul libertada
diante de um rumo
incerto e não sabido.
Desde o dia que você
deixou de acreditar
na sua Nação estamos todos
nadando em céu naufragado,
e ouvindo o eco da nossa voz
em pleno Oceano Atlântico
pedindo que resgatem o Esequibo.
Muitos estão se distraindo,
imobilizando o tempo no exílio
e eu um poemário épico
tenho escrito pela liberdade
de um General e uma tropa
presos por causa
de um brutal autoritarismo.
Não me peça
conselhos de amor,
Por favor, não insista,
eu apenas sou poetisa,
E poetas não sabem dar
conselhos de amor;
Todo o poeta só sabe
nesta vida é viajar.
Eu sou poetisa,
e conselhos de amor
eu não sei dar;
Tenho a minha própria
vida para cuidar,
E no amor do outro
ninguém deve se meter.
Uma coisa certa
posso te aconselhar:
Sempre que invejar
o amor do outro,
Você pode perder
a chance de perceber
o teu amor chegar.
As pessoas reclamam,
a irmã reclama,
Os amigos reclamam,
todo mundo reclama,
E eu que não tenho nada
a ver com a História também,
Devemos ser solidários
para o nosso próprio bem.
Enquanto reclamo fico
contando e recontando tepuis,
e assim tem sido desde
dois mil e dezoito pouco
depois da prisão injusta
que o General preso continua
passando por pelo aumento
de restrições ainda mais
fortes junto com outros
presos de consciência
em Fuerte Tiuna.
Ah, eu sou a voz da minha
Mãe que pela vida
do velho tupamaro e pelo
Esequibo também reclama,
Não se esqueçam disso,
dele que está passando
por greve de fome há mais
de vinte dias e com a vida
em perigo porque
a Justiça não dá ouvidos
O quê é de política é de política,
E o quê é de direito
de recuperação territorial
É de direito
de recuperação territorial;
Em vez de quedas de braço
inúteis já deveriam ter
feito a reconciliação nacional.
E no Yuruani-tepui
do Esequibo Venezuelano
os meus versos latino-americanos
com intimidade ali transitam
(contando tudo isso e mais um pouco)
e nos outros onze tepuis habitam.
Eu sou o poema
da dupla fronteira
venezuelana e brasileira,
E de todos os povos
originários do continente.
Festa Per Tutti
De Rodeio para Ascurra
a festa da linda cultura
italiana eu festejo,
Porque a minha poesia
floresce onde o povo
vibra e o sol do Médio Vale
do Itajaí nos anima,
Eu sou apaixonada
por nossa gente linda.
E aqui te espero e sou
a tua poetisa contemporânea
que te ama nas alturas;
que na correnteza do Rio
por ti transborda oceânica.
Tu vens para a Festa Per Tutti
e orgulhosamente te levarei
de mãos dadas para exibir
todo o meu orgulho por ti.
Tu és o meu romance esperado
o amor da minha vida,
paixão, fortuna e destino,
e eterno namorado que
virá para casar comigo.
Rodeio Abençoada
Eu moro nesta Rodeio
abençoada de verde
lindamente cercada,
e não há uma manhã
que não acorde com
a beleza que é ouvir
o canto da passarada.
Bem aqui neste lindo
Médio Vale do Itajaí
nesta terra encantada
me apaixonei por ti,
e esta poesia intocada
que na vida não para.
Minh'alma apaixonada
segue neste romanceiro
catarinense silencioso,
sou o teu amor de Rodeio
que nunca faltará para ti.
Sem ser vista venho
silenciosa prestando
atenção no mantra
"Eu acendo uma vela"
repercutido por quem
está com o coração
ali aprisionado também
no inferno de cinco letras.
Buscando o caminho
relembro que está
próximo do Natal,
e nada se sabe da liberdade
da tropa e do General.
Ouvindo a distância a voz
de quem ainda canta
a famosa canção
"Eu te chamo liberdade":
busco escrever poemas
como quem acende
no Universo as estrelas.
Numa cruzada sem
par o TC Chaparro
repete a greve de fome
e faz o calvário aumentado
na tentativa de ser escutado.
Nada está solucionado,
o espaço existencial
para a tropa e o General
está a cada dia mais apertado
e ninguém sequer sabe
de como e quando será o final.
Eu desejo nesta véspera de Ano Novo que daqui para frente abandonemos
o mal de se expressar das maneiras odiosa e irônica, e o péssimo vício
de se envolver em problemas desnecessários.
A cúpula de Al-Aqsa
brilha na cidade antiga,
Eu sou o seu paraíso,
você é o meu presente
e meu poema bonito;
O nosso Universo por
acaso foi construído,
A almenara de amor
está sob o transe mistico.
Você disse que quer
morrer nos meus braços,
Eu quero nascer
como mulher para você,
O lótus do nosso amor
está em nossas mãos,
Toda a poesia a dois
estamos dispostos a escrever.
