Estrangeiro
Sou estrangeiro, um andarilho e meu destino é caminhar sozinho. Sempre caminhei a passos largos, sem objetivos ou planos correndo na contra mão.
Eu sou o resultado das miscigenações entre estrangeiros; das contradições da luta do feminismo que ainda não sabe o que é ; do mediador anos 80 onde não havia esse tal de ENEM e nem Bolsa Família...
Nasci em 75 e não moro com meu filho e não falo a mesma língua das mulheres comuns da minha idade ( sinto muito queridinhas); Meu marido é bem mais jovem do que eu; Eu descobri a vida agora e sou livre. Faço o que quero, não tenho medo, sou livre e apaixonada e a fidelidade é só reflexo disso. Eu escolhi a vida que tenho agora, seja ela humilde ou não...escolhi porque vivi tudo e sei o que é bom pra mim.
As mulheres são mais ou menos como as traduções dos livros estrangeiros: quando são bonitas,dificilmente são fieis; quando são fieis, raramente são bonitas
ITALO CALVINO
Os Animais Carnívoros
Dava pelo nome muito estrangeiro de Amor, era preciso chamá-lo
sem voz - difundia uma colorida multiplicação de mãos, e aparecia
depois todo nu escutando-se a si mesmo, e fazia de estátua durante um
parque inteiro, de repente voltava-se e acontecera um crime, os jornais
diziam, ele vinha em estado completo de fotografia embriagada, desco-
bria-se sangue, a vítima caminhava com uma pêra na mão, a boca estava
impressa na doçura intransponível da pêra, e depois já se não sabia o
que fazer, ele era belo muito, daquela espécie de beleza repentina e
urgente, inspirava a mais terrível acção do louvor, mas vinha comer às
nossas mãos, e bastava que tivéssemos muito silêncio para isso, e então
os dias cruzavam-se uns pelos outros e no meio habitava uma montanha
intensa, e mais tarde às noites trocavam-se e no meio o que existia agora
era uma plantação de espelhos, o Amor aparecia e desaparecia em todos
eles, e tínhamos de ficar imóveis e sem compreender, porque ele era
uma criança assassina e andava pela terra com as suas camisas brancas
abertas, as suas camisas negras e vermelhas todas desabotoadas.
Quanto mais estudarmos como loucos, mais nos tornaremos incompreendidos, estrangeiros por acessar a linguagem universal. E por esse motivo, para aqueles que conhecem apenas a linguagem do vulgo, seremos loucos.
Pois é... "derrama" à brasileira para pegar pra si, doar, dividir, beneficiar estrangeiros e etc. É fácil,o suor não corre nas suas caras para ganhar o dinheiro que pegam e o povo concorda.É fácil!
Tem muita gente que prega beleza e comunhão de espirito, e ao mesmo tempo se mostra tão estrangeiro com todo mundo.
Todos buscam algo, sei lá... não sei!!
No fundo muita gente de coração e olhos vazios.
“Uma situação que me revoltou demais foi quando um casal estrangeiro apareceu no orfanato e queria me adotar, mas a direção não deixou, sugeriu outro garoto. Eu trabalhava bastante lá, eles não queriam me deixar ir embora”.
Por que os brasileiros tem dificuldades em entrar em outros países,e os estrangeiros não tem dificuldades e m entrar no Brasil?
INDIFERENTE.
Respeite o negro e o nordestino
o Índio, o mulato e o estrangeiro
o albino, o anão e o romeiro
o rico, o pobre e o granfino
o mendigo, o crente, o peregrino
o gay, o drag queen e o vidente
o irmão, o patrão e a patente
o imigrante a procura de um leito
respeite pois apenas o respeito
faz do normal, ser igual ou diferente.
SIGO.
Sou filho do ser Divino
não nasci no estrangeiro
posso até ser peregrino
por esse país inteiro
sigo as linhas do destino
e antes de ser nordestino
eu também sou brasileiro.
"Estrangeiro"
Seus erros nunca serão esquecidos,os traços do seu rosto quando era apenas uma criança já se tornaram desconhecidos
Ele teve de pular fases que todos tem o seu direito de viver,o menino que tinha de aprender rapidamente a ser um homem antes da sua hora,pra ter de volta aceitação de todos que os cercam,ele tinha de perdoar todos os erros dos seus inimigos,mas disfarçadamente escondia todas as suas mágoas e nem o detetive mais detalhista que seguia todos os seus passos desvendava suas verdadeiras intenções
Ele voltará a fazer as pazes com todas as suas rebeldias quando ter a certeza que todos os luzeiros da vizinhança estão apagados,seu grito não será escutado pois apenas as estrelas o observam,o frio judiará todo o seu corpo pois ninguém o tirará da calçada
Rapidamente sairá do campo de batalha pois é um soldado desprevenido,seu coração de papel falecerá por uma flecha pontiaguda
Ele queria viver bem lentamente a sua vida, queria facilmente ser compreendido,ele queira voltar a ser em partes igual os outros errar na frente da platéia e depois não ser crucificado
Mas se tornou estrangeiro de outro país,todas as tardes ele começa duvidar do seu próprio valor, porque os seus sacrifícios são invisíveis e também porque dizem que suas lágrimas são insensíveis
Seus erros nunca serão esquecidos
Os traços do seu rosto se tornaram desconhecidos
Seus sacrifícios são invisíveis
Suas lágrimas são insensíveis
É desafiador para o docente que o seu olhar no ensino de português para militares estrangeiros esteja no reconhecimento quanto ao ensino de português não como língua materna, mas como segunda língua para um público já formado profissionalmente e, principalmente com valores e cultura fortemente enraizados.
Sim! TODOS NÓS SOMOS UM
Sim! Ao povo brasileiro
Sim! Ao povo do estrangeiro
Sim! Ao mar e ao sertão
Sim! A quem quer o amor em si
Liberdade, Vidigal, Aldeota, Morumbi
Em um grito só
Praia, Mandacaru, Açucena, Curuzu
Em um grito só
O país é auriverde
Como disse o poeta
De Malês, Iorubás
O traquejo vem de longe
Caiapós e pataxós
Satere, tupinambás
A magia adentra a selva
Guaranis e Caioás
O sotaque não importa
Somos um só rio
Somos um só mar
Sim! À labuta honesta dos descendentes
Sim! A celebração, à festa dessa gente
Sim! Ao côco, ao xaxado e o axé
Sim! Ao choro, o Lundu, o Candomblé
Ponta Negra, Jacintinho, Diamantina, Itabira
A língua é uma só
Salinas do Pará, Rio Branco, Santarém, Manaus
A vontade é uma só
Porque somos o que fomos
Colhemos o que plantamos
Mas é chegada a nossa hora
Mesmo com toda demora
Esperança está no feto
Tá no ventre, na enxada
Tá no mar em movimento
Tá no sul , está no norte
Do nordeste, Centro oeste
Tá num povo que em si é um só
Queira ou não queira
O baiano é sergipano
O gaúcho é paulistano
Carioca é manauara
O mineiro é goiano
E os Deuses, brasileiros
Pardos, mamelucos, mulatos
Cafuzos, confusos
Com fusas, nó atado na garganta
Acordes, consonantes ou dissonantes — a música se faz em nós, em milhas
Do continente às muitas ilhas...
Potiguar é capixaba
Paraense é de Roraima
Chapecó, Catarinense
E o povo é brasileiro
Sim! Ao menino e a menina
Sim! A o menino que é menina
Sim! A menina que é menino
Sim! A um povo que constrói o seu destino
Obrigado por vocês,
Obrigado, meu amor
Obrigado à minha terra
Das palmeiras, sabiás e Patativas
Obrigado ao amor,
Sempre,
Sim!
Todos Nós somos um laço
Todos nós somos abraço
Todos nós somos gametas
Todos nós somos um
SOL!
Luciano Calazans. Salvador, Bahia 2017.
O passado, como já foi dito tantas vezes, é um país estrangeiro no qual as coisas eram feitas de forma diferente.