Estrada
"As estradas porque passamos, os caminhos por onde andamos, não são destinos, mas páginas de um livro em que a um só tempo, aprendemos e escrevemos as histórias sobre quem somos."
A minha poesia,
é sobre a realidade,
sobre a tarde,sobre o chão...
.
É verso de estrada,
história contada,
também solidão
.
Não segue uma métrica poética,
é sobre o nada cognitivo
ventos e incertezas
as vezes, belezas da religião
.
Muitos que já morreram
e outros que vivem na sombra
é sobre a luz da esperança
penumbra
.
é apelo à casa dos sábios,
sobre o condado estórias de livros
sobre o rio e sua margem,
eternidade na vida humana.
Pensamento…
Já não vejo
Já não oiço
Vagueio numa noite escura
Sem estradas nem caminhos
Não há pessoas nem animais
Flores ou águas correntes
Preso no abismo
De um silêncio ensurdecedor
Numa escuridão que me encandeia
Navegando sem tetos nem chãos
Nas profundezas de um vácuo existencial
Como posso viver sem uma imagem,
Sem um único som?
É disso que sou feito
É disso que me alimento
Vivo na saudade de ter existido
Na memória de alguém.
Enquanto houver um recordar,
uma lembrança, eu existirei
Viajo entre momentos
Por todo o universo
Até encontrar outra memória
igual a mim.
Quando a saudade deixar de falar
Quando a lembrança deixar de existir
Aí então, eu morri.
…...
Na estrada,
há sementes de silêncio,
germinando beleza em terra fértil
Ancoras e ventos
em forma de sentimentos,
A quietude nasceu,
em pensamentos de paz
"Há um outro mundo, além dessa estrada...
há uma luz acessa nos corações dos homens,
depois do vazio, e do abismo entre as pontes,
haverá um rio azul, dizia o viajante".
A pele arde
ao meio dia
a vida puxada pela copada
arrebenta-se ao meio
estrada de pó
solão
piedade!
Passos suspensos irrespiráveis
olhar incrédulo e horrorizado
do gado
faminto no potreiro
- O verde definha-
Pés calmos não avançam
e a estrada os vence.
Que caminhos percorrem?
Cansados levam os olhos
a ver misérias humanas
criadas pelo homem.
Um olho olha,
o outro cala.
A lágrima ...
Tão duro construir
a paz!
Repetem-se os passos
- O anexo não salvou Anne -
Nada se salva
O mundo acaba
A humanidade é a mesma.
A felicidade é o sol radiante que ilumina a estrada da vida, e a paz é a certeza serena que guia cada passo ao longo do caminho.
Quando o desespero bate em minha porta, ando por estradas incertas e me deparo com encruzilhadas duvidosas, meu único alento é comer e dormir, comendo me sinto vivo, e dormindo não tenho consciência de que vivo.
Na cidade moderna, os
trilhos, as estradas.
Os rios nos levam.
E quando partimos nos
guiam, pelas próprios
desvios.
AZAR DA MARIA
Acordava bem cedinho
Seguia pela estrada
Montada em sua burrica
Saia em disparada
Apertava o pé no estribo
Ou chegaria atrasada.
Precisava vender na feira
Quiabo, pimentão e jiló
Tinha uma boa freguesia
A velha e bondosa Filó
Sempre recebia dela
Café e pão-de-ló.
Por aquilo ela não esperava
Era um dia de azaração
A burrinha se assustou
Ela se esbarrou no chão
Levou o maior tombo
Foi a maior decepção.
Dona Maria ficou apavorada
Chorava e dizia: Eu mereço
Foi sacola pra todo lado
Esse azar eu desconheço
Logo a mercadoria
De quem tenho tanto apreço.
A bicicleta quebrou o freio
Maria nem percebeu
Quando desceu a ladeira
Na curva se perdeu
E caiu na choradeira
O tornozelo torceu.
A dor era tão forte
Ficou ali sentada
No asfalto quente
Na beira da estrada
Ninguém aparecia
Estava desesperada.
Um quarto de hora depois
Para sua felicidade
Apareceu um homem
Vindo lá da cidade
Montado em um jumento
Que parecia uma raridade.
O bicho era tão velho
Todo ele enfeitado
Um ramalhete de flores
No rabo era amarrado
O homem nem se fala
Um fantasma do passado.
Maria não teve escolha
Começou a implorar
Meu pé está quebrado
Não consigo levantar
Me leve até o hospital
Pra essa dor aliviar.
O homem não disse nada
Pegou Maria pelo braço
Colocou na sela do jumento
Enlaçou num abraço
Pediu que se segurasse
No cabresto deu um laço.
Autoria-Irá Rodrigues
Estradas & Entradas.
A vida
Em frente
Vivendo
De assim
Viver
Mirando
Bem lá
O horizonte
Bem onde
O céu
Encontra
O chão
De dia
Juntando
Nuvens
De noite
Dormindo
Estrelas
Sonhando
Sonho
Bem bão
Caminhando pela vida e observando seus pequenos detalhes, vou relembrando estradas, refletindo escolhas e escrevendo histórias.
Valorize-se. Exalte a sua força e o a sua luz, sem modéstia
Quando vislumbro a estrada, o meu primeiro passo é literalmente o primeiro passo de todos que serão necessários para eu chegar ao meu destino. E eu chego.
Solto os meus cabelos ao vento e sigo sem olhar para trás.
Quando vislumbro os céus, aciono minhas asas.
Taxiando em direção ao ponto do impulso sagrado, rumo à sensação de ser um pássaro, decolo desprendida do cinto de segurança e voo ao encontro de mais uma realização da liberdade de ser.
Quando preciso manter-me em uma rotina inevitável, agradeço por ter uma rotina que me é salutar. Agradeço por estar viva e com autonomia de poder a rotina mudar.
Quando penso que algo pode ter chegado ao fim, vem a vida e me prova que cada experiência é apenas um novo ciclo começando, só depende da nossa ótica, aliada às nossas bem intencionadas ações.
Então, mais uma vez, constato que eu realmente sou dotada de um olhar holístico, especial e diferente sobre tudo. Sou dotada de muita sorte e poder de transformação.
Tudo que é tido, por muitos, como o fim para mim acontece simplesmente com o propósito de um renascer. É quando eu mais brilho, no meu poder de metamorfosear.
Transmutação tal que atua como a consagração das minhas tantas realizações, mas também como fonte próspera das tantas conquistas que estão por vir. E elas vêm. Sempre vêm. Sou realmente iluminada.
Quando eu penso que a vida vai cansar das minhas ousadias e desistir de me dar tanta moral e proteção, ela me oferece novos desafios. E melhor, ela redobra o número de guardiões para cuidarem de mim, nas minhas aventuras opcionais, ou carmicas.
Eu, emanando proteção divina, coragem e paz interior calço um belo salto, visto tons mais coloridos, "solto meus cabelos ao vento", visto uma minissaia, exponho o meu sorriso espontâneo e nem preciso pedir licença para passar. Os caminhos estão sempre abertos. Livres para eu fluir com a minha luz própria. E chegar onde preciso e mereço chegar.
E eu, realmente, sempre chego.
Estando eu na estrada, ou no ar o meu novo show de ousadia e sucesso encontra sempre as cortinas abertas para a qualquer momento o espetáculo começar.
Quando a alma se expande em verdade. Quando a alma exala qualidade na sua essência, e brilha sem os artifícios pirotécnicos tão comuns nas almas fúteis, autoritárias, narcisistas e cênicas a única mentira que frusta é aquela que afirma que podermos "vir a lua todas as noites". Sim, isto é frustrante, pois nem sempre é possível vê-la imponente no céu, independente do traje de cada uma das suas fases.
Contudo, até o breu celestial, sem a presença do satélite deste planeta azul, que encanta os corações através de olhares sensíveis, se rende ao nosso luzir pessoal, apesar de estar há anos luz de distância de nós e ter uma infinidade de estrelas reluzentes habitando todo o firmamento.
De uma forma ou de outra, na vida, a gente só tem o que merece. E eu sou grata, porque tenho merecido bastantes coisas boas. E por saber valorizar e usufruir dessas riquezas, não me permito mais perder tempo com nada, nem com ninguém que ainda pauta suas vidas na construção e vivências de momentos e atitudes que priorizam, com extrema naturalidade e inconsequência consciente, sua total insistência na falta de mérito explícita nas suas ações mais ocultas e mascaradas de atos de gente de bem, enquanto escancaram para o Supremo o seu explícito demérito no que se refere o pavimentar do seu futuro que claramente ficará fora da obtenção do status de glória.
