Estava um Pouquinho Ocupado Desculpe me
Escrevi este texto em 1977 quando estava na 7ª série, foi publicado em 2001.
Todo dia, quando ia para a escola, passava na casa de uma colega para irmos juntos.
Ela tinha os olhos grandes e tristes.
Até que um dia, notei que os olhos dela estavam mais tristes que normalmente.
Então pensei: Se eu der um beijo nela, será que ela ficará mais feliz?
Não hesitei; beijei-a no rosto!
Deu um clarão e eu nunca mais a vi.
Até que num dia chuvoso, quando passava por uma poça d’água, vi uma sapinha de calça jeans e tênis.
Dei dois passos e parei. Sapo não usa calça jeans. Muito menos tênis...
Voltei e olhei. Eram aqueles mesmos olhos grandes e tristes.
Pensei então: Será que é como um conto de Fadas?
De novo, não hesitei, me abaixei, peguei ela na mão para beijá-la...
Mas ela beijou primeiro.
E depois do clarão. te digo uma coisa: Aqueles olhos não são mais tristes
e acho o maior barato ficar coachando na beira das poças.
Mas não me acostumo a ficar pulando de lá pra cá e daqui pra lá o dia inteiro.
A mente como que alucinada, faz brotar do nada o que não se falou. O tempo que estava dormente não se calou e ressuscita a dor.
HETEROEROTISMO * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ
*
POEMINHO ESTAVA
TODO ENCAFIFADO
DIANTE DA POEMINHA,
SEM ENTENDER
DAS PECULIARIDADES DE GÊNERO.
AÍ PERGUNTOU:
- QUAL A NOSSA
DIFERENÇA POEMINHA?
E A POEMINHA,
TODA LIBERTINA,
RESPONDEU:
É SÓ A PERNINHA,
QUE SAI DE VOCÊ
E PENETRA EM MIM....
*
O conto dos dois caminhos
Eu estava perdida em sofrimento, solidão e agonia. Desejava tanto a morte quanto a luz do dia. Já não sabia se amava mais a vida ou se desejava mais a morte. Só que eu era covarde. Tão covarde que eu não sabia viver e nem morrer. Tinha medo da vida e da morte. E eu vivia vazia, parada nessa encruzilhada. Olhava para os dois caminhos, sem saber qual seguir. Então peguei a direita, o caminho da vida. Fiquei tão apreensiva que eu chegava a subir nos barrancos da vida, só para não entrar de cabeça nessa estrada. Olhava para todos os cantos, todas as sombras... Eu prossegui pelo caminho da vida solitariamente. Durante algum tempo... Mas, ao decorrer desse, eu encontrei outras pessoas nesse caminho. Pessoas como eu. Que também haviam parado na encruzilhada e que também haviam ficado indecisas. Conheci um senhor que havia dito que havia conhecido um homem sofredor, como nós dois. Esse homem optou pelo caminho da esquerda, o da morte. E o senhor me disse que não sabia por quê. E eu lhe disse que também não sabia. Então nós rimos, aquele riso triste. E então o senhor começou a narrar-me sua história de vida. Disse-me que, quando tinha a minha idade, também havia chegado na primeira encruzilhada. Nesse instante, arregalei os olhos. E o senhor entendeu porquê. E ele disse-me para não me assustar, pois no decorrer deste caminho eu hei de encontrar mais encruzilhadas como essa primeira. E eu perguntei-lhe como ele sabia disso, sendo que nós dois estávamos apenas no início do caminho da vida. Ele me disse que ele já não estrava mais no início. Disse-me que havia nascido, prosseguido feliz e chegado à primeira das encruzilhadas. Disse-me que passou pela vida e que a seguiu até encontrar outras tantas encruzilhadas, iguais à primeira. E disse-me que, como eu podia observar, ele havia optado sempre pela vida, mesmo desejando também a morte. Ele me disse que a única certeza que tinha nessa vida era que um dia ele teria de seguir o caminho da morte, mesmo querendo ou não. E então ele me disse que não havia porque em apressar o fim, já que ele viria de qualquer jeito. Ele me disse, então, que optou pela vida porque queria saber mais sobre ela. Queria encontrar, no fim disso tudo, mais uma vez a alegria que sentia ao ser criança. Perguntei como ele sabia que a encontraria. Ele me disse que não sabia. Perguntei, então, se ele havia encontrado. Ele me disse que sim, mas que já à havia perdido. Ao me ver com um olhar desentendido, ele disse à mim que havia encontrado o amor. E então eu perguntei a ele por que ele havia voltado. Ele me disse que não tinha mais o que viver. Que sua vida já estava no fim e que jamais encontraria felicidade nessa, já que seu grande amor se fora. Ele me disse que optou por voltar, apenas para narrar aos outros, como eu, suas histórias. Disse também que queria terminar no início. Que gostaria de morrer na primeira encruzilhada. Que esperaria pela morte ali mesmo. Disse-me que estava apenas voltando no tempo. E disse-me também que queria prosseguir, antes que esse já não o deixasse mais fazê-lo. Assim, o velho me disse um adeus e se foi. E eu prossegui meu caminho, desejando, lá no fundo, encontrar a alegria. Prossegui. Após um tempo, encontrei um garotinho. Estava escondido no meio do mato que crescia pelo barranco em que eu andava. Ele se escondia da vida, mas ela não o deixava. Perguntei a ele por que se escondia. Ele me disse que era a vida quem se escondia dele, e não o contrário. Ele me disse que a vida é que não quis ser gentil com ele. Ele era tão pobre com um rato. Era sujo e imundo. Olhei para ele e disse-lhe que a vida também não me é gentil, mas eu não desisti de conquista-la. Disse à ele para prosseguir que um dia daria certo. Dei então um abraço bem forte no garoto sujo e prossegui. Ao olhar para trás, vi que ele sorria. Eu continuei andando. O tempo passou. Encontrei pelo caminho água, comida e ar fresco. Encontrei o necessário para continuar vivendo. Mas não encontrei a alegria que, lá atrás, aquele velho senhor dizia ter encontrado. Eu, hoje, sou tão velha quanto ele. Estou tão cansada que resolvi parar na próxima encruzilhada que me vier. E farei a mesma coisa que fez aquele velho. Vou ficar parada na encruzilhada, pensando na vida e na morte. Esperando-a chegar. Pensando em como fui feliz antes da primeira encruzilhada. Tudo porque eu tinha conhecido a alegria que um dia aquele velho sentiu. Eu só não dei a sorte que ele deu. Eu apenas vi a alegria andando ao longe, já o velho pode abraça-la. Ele pode amar e ser amado. Já eu, parei na primeira parte, na primeira encruzilhada.
"Foi num desses encontros que a gente se desencontrou.
Eu estava decidida a tentar ser menos coração e detalhes, até a saudade me atingir feito uma daquelas paisagens bonitas e borradas que passam através da janela de um carro a 120 km por hora. A verdade é que você me fez querer pensar demais, desde como o céu é azul até na dança provocativa das chamas em euforia. Sobre querer a garantia de um amor eterno, sem ao menos saber oferecer a minha própria garantia.
Confesso vertigem no azul-esperança que estampa as tuas paredes de dentro. Ele escorre por tuas veias, pelos teus mundos. Dá vontade de querer essa esperança transbordando nos meus dias, esquecendo que todo esse mistério pode significar um pouco do teu veneno, um pouco do mal que você me faz, - mesmo sem querer fazer. Porque há quem diga que amar é estar em paz, e sensação assim apenas me corrompia em meio aos teus semitons.
Talvez você tenha visto estrelas pontilhando as minhas conexões de caos. Quem sabe tenha pegado todos esses brilhos de esperança e as tenha colocado num colar bonito, e por que não? Porque o céu sempre foi um local solitário para você, e apesar da infinidade de estrelas que te serviam como um manto quente, você as deixou sem voz, estranho. Elas tinham medo de não serem tão incríveis quanto o teu melhor sorriso e decidiram ir embora de vez.
Olhar o cru dos teus olhos e compará-los a traços feitos a lápis, com desenhos inacabados de almas imperfeitas que por ali já deixaram pegadas e marcas, era o meu mais sombrio vício. É que tens um museu de cicatrizes ao longo da tua espessura, guri, e isso é triste. Eu pensei que se talvez a tua angústia combinasse com a minha, elas poderiam completar-se e nos dar um pouquinho de distração.
Você fez da minha vida uma literatura barata daquelas que enfeitam as últimas prateleiras das livrarias. E eu nem me importava. Porque era diferente te ter por perto. Era magnífico como o céu se abria para você sempre os que teus olhos sorriam. Foi ali que percebi que queria ver-te envelhecer para também poder amar as tuas rugas.
Você parafraseava os clichês do meu corpo ao mesmo tempo em que eu te cobria com os meus sonetos. E foi assim, contaminando os meus pulmões com o teu ar de maldade, que eu me viciei em solidão. Reconheço que há muito de mim no azul e um pouco de azul dentro de mim, - me calo. Transcrito em versos os teus defeitos, era uma destruição a dois que só eu sentia, e até que faltem palavras em mim, não me importo de que a sanidade nunca tome o seu lugar.
Assim que as nuvens começaram a se parecer com cemitérios, eu decidi guardar todas as lembranças lá por cima e esperar que a chuva me molhasse com a tua presença. Estão sendo dias de secas horríveis. Até parece que o mundo tranca a respiração quando passas, mas não te preocupe, benzinho, ele não sabe do mal que você faz. E até hoje eu encubro a tristeza enquanto minha memória recolhe as tuas cinzas."
Tinha gosto de ternura o gosto dele.
Ele estava certo. Ele tinha acabado de deixar as coisas tão complicadas que nunca poderíamos fingir sermos apenas amigos novamente. Não depois daquele beijo, não depois do seu toque, e definitivamente não depois da maneira como ele me fez sentir.
- Beautufil Oblivion
Quis me contar uma de suas alegrias, mas estava feliz demais para contar-me. E se foi, pra onde eu ainda não sei. Não me contou, mas vi em suas palavras algo a mais.
Esse teu caminho pequeno, sem barreiras. Tão cheio de sorrisos. Tão cheio de surpresas.
O tamanho da saudade já era menor do que eu esperava. Mas pode ir... e me larga aqui.
Por fim, esperando notícias tuas.
em quantas ocasiões
estava nas asas do sonho
feliz, encantado
num contentamento longo.
Tudo é belíssimo
mas de repente, apenas acaba
vira um medonho deserto
só fica a saudade.
Só fica a realidade
que desmorona os amáveis sonhos
então voo como um pássaro
com um gorjeio bisonho.
Olho para as estrelas
imagino a liberdade
vejo um anjo descer
e acalmar minha pobre alma.
Então ele proclama versos
para profundamente me encantar
versos ricos em rimas
para da tristeza me tirar
e no seu embalo carismático
consigo a tal liberdade
liberdade da vida? Não...
a liberdade de sonhar.
Sonhos que se sonham acordados
Eu estava numa cama de hospital, morrendo de câncer. Praticamente o mundo inteiro já tinha vindo chorar pra mim dizendo que me amavam, que eu ia fazer muita falta e blá, blá, blá. Então, nos últimos dias, pedi que apenas deixassem entrar meus parentes mais próximos e umas 4 amigas. Ah, e pedi para que deixassem entrar, caso viesse (o que eu tinha praticamente certeza de que não viria), meu amado professor. E eu ficava ali. Já estava aceitando a morte, afinal, ela foi tudo o que um dia eu pedi à Deus. Agora estou recebendo meu presente. Eu ficava ali no quarto, ouvindo o choro dos meus amigos e familiares. Não era nada agradável. Sinceramente, eu não via a hora de morrer e sair deste inferno. Mas, um belo e lindo dia, por um milagre da vida, ele apareceu. Meu professor. Estávamos à sós na sala. Ele se aproximou, perguntando:
- Como você está?
- Eu poderia ser grosseira e óbvia. Mas prefiro dizer que estou melhor agora.
Ele ficou um tanto sem jeito. Então fugi disso:
- Desculpe. Só ando um pouco impaciente.
- Imagino.
- Não esperava você aqui.
Ele deu o típico riso de canto, delirante, e disse:
- Pois é. Só vim porque me disseram que você havia pedido que eu viesse.
- Quem disse isso? É mentira, eu não disse à ninguém.
Rindo, ele disse:
- Tô brincando, ninguém me disse nada. Só imaginei que você iria gostar de me ver.
- Ah, nada convencido, hein?
- Um pouco. Olha o que eu trouxe pra você.
Ele tirou das costas uma única flor. Era uma rosa vermelha. Junto dela, tinha um pequeno papel dobrado. Ele me entregou e eu li o papel. Dizia o seguinte: ‘Eu adorava ver você me olhando. Saiba que ainda adoro e irei adorar todos os dias. E saiba também que espero ansioso por poder vê-lo de novo. Com amor, Gabriel.’
Olhei para ele com lágrimas nos olhos. Vi nele a mesma coisa. Agora eu sabia que poderia morrer em paz.
- Então você estava sendo falsa esse tempo todo, sempre que sorria para tudo e para todos?
- Eu não estava sendo falsa. Não gosto disso. Eu apenas estava sendo educada e tendo senso de humor rindo com os outros quando na verdade eu estava chorando e morrendo por dentro.
Acordei olhei para dentro de mim...
No mais intimo do meu eu...e lá estava você...sorrindo...feliz...e dizendo-me...
Bom dia meu amor...que noite feliz passei com você no aconchego do teu ser...dentro do teu coração...
Eu te amo...e isso fez-me sentir a mulher mais amada do mundo, é tudo transforma-se quando somos amados assim o sol brilha mais intensamente...
O ar fica mais puro...e a vida brota de dentro d'alma como fonte de água cristalina...
Fonte de vida nova...eu só agradeço por amar-me tanto assim como eu te amo príncipe do meu coração...
Mas a gente sorria.
Sorria e ria.
Mas o coração estava tão pequeno.
Estava tão apertado.
Era uma dor perpétua que existia ali dentro.
Uma dor que ninguém podia ver, mas nós sentíamos.
Indecisão
Já no parto o caminho entortou
O que estava previsto pra ser por via normal
Passou a cesária
E antes que percebesse
Estava sendo subtraído do útero - Fórceps!
O útero - lugar onde permaneci por quase dez meses
- Mais que todos eu sei -
Pareceu-me apequenar quando despontou a luz no fim do túnel
Convidando-me a sair.
Bateu aquela indecisão - Saio ou não saio?
Firmei o corpo, segurei-me ao máximo
Não teve jeito...
- O médico estava decidido -
Sai por volta da meia noite
Mas aguentei firme, não chorei!
Senti-me tímido ao ver tanta gente me olhando
Com a cabeça virada para baixo e as pernas para o ar
Não teve jeito...
Senti apenas o tapa no traseiro
Revoltei-me com tal desrespeito.
Bateu-me aquela indecisão
Não sabia o que fazer.
Mas não chorei... Não chorei.
A vontade era a de no primeiro descuido
Entocar-me novamente no útero e de lá nunca mais sair.
Mas eles não me deixariam voltar.
Pareciam, inclusive, rir da minha desgraça.
E depois... O túnel já estava fechado mesmo!
E a luz de antes já não se via lá!
Quis voltar, mas não teve jeito, bateu aquela indecisão.
homenagem a meu pai!
Estava vindo da igreja, com minha família, minha esposa perguntou se não ia visitar o túmulo de meu pai, por onde ali passava, na mesma hora respondi não, mas tarde, ou melhor, neste momento, percebi que algo me incomodava, era de ver no face, pessoas fazendo homenagem aos pais, não fiquei triste, mas procurei perceber o porque da minha incomodação, e porque não quis naquele momento que passava pelo cemitério, não fui visita-lo. Agora melhor pensando, acredito eu, que meu pai, me encheu tanto de amor e carinho, que ele esta dentro de mim, nos meus gestos, nas minhas atitudes, dos meus medos, do meu comportamento como pai que sou hj. ele preenche tanto eu em mim, que parece que esta sempre vivo, ao meu lado, parece que ele e eu e eu sou ele. Seu da sua diferença de mim, porque não somos iguais, mas do seu amor que tem pelas pessoas, isso e inconfundível em semelhança que somos, obrigado pai, por ser meu pai de todos os tempos, ate agora e ate a eternidade, seu que estas no céu, e que Deus esta olhando por essa família que tanto o amo. peço aqui perdão por não ter ido visita-lo, mas acredite, que o amor que tenho por ti , e muito presente.
Quando ela disse que estava bem, eu logo desconfiei. E no final, ela se entregou para mim, pois precisava de um apoio moral, mesmo cansada de pedir.
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