Espinho Rosas
As pessoas morrem, mas as flores que elas deixam aqui continuarão por muitos anos ainda e os espinhos também...
Vanessa
Não se traduz em uma rosa, porque tem espinho.
Não se traduz em uma pétala, porque não vive sozinha.
Talvez se traduza em um rosário, porque contém tudo isso e muito mais.
Vanessa
Mas se traduz como Vanessa, porque é única e não pode se tirar detalhes
Assim sou
Nasci para ser flor, espinho ou relva;
Quem sabe cactus?
Do sertão o verde; do mato a cor.
Não sei, não sei se sou da rosa o rubro;
Da vida a cor, nasci; assim sou.
Do mar, a concha; da vida, o amor.
... O riso...
Quem sabe a dor?
Não sei, assim nasci.
A estrada longe...
O amor, o desamor.
Assim nasci, assim sou.
A flor do campo; da brisa, o orvalho
A noite; o dia.
A luz, não sei.
Assim sou.
A mata; a duna; o perto; o longe;
O silêncio; o canto;
O barco; a vela; a saudade
Ou a felicidade?
Não sei, assim sou.
O silêncio; o riso;
O Sol; o fim da tarde;
O olhar que partiu; que ficou;
A onda do mar;
O barco que surge; a felicidade;
O pescador; A areia;
O ficar; o verso e o inverso;
O que nem sei dizer se sou;
Assim... sou!
(Ednar Andrade).
Porque a felicidade certa nos tornaria tão previsíveis.
Seríamos apenas a flor sem nenhum espinho e então nunca nos sentiríamos completos.
O amor nem sempre nós oferecer de cara uma Flor. Mas, nos ensina primeiro a sentir a dor dos espinhos, para depois saber que Valeu a pena o Sofrimento.
Flor & espinho
Pequena flor com espinhos,
Que hoje renasce em outro jardim,
É uma pena que me deixe sozinho,
Esquecendo o quanto vale a mim.
Na ilusão que o passado lhe traz,
Ao implorar que floresça ali,
Não imagina o mal que me faz,
Florescendo em outro jardim.
É você quem semeia a semente,
E sabe bem que esta longe e não aqui,
Só imploro que com o clarão do dia,
Não omita a verdade de mim.
Eu sou a flor da fruta,
Do galho o espinho,
Da árvore a raiz,
E da terra o caminho.
Eu sou o consolo do choro,
A alegria da partida,
O desespero da chegada,
Mas também sou avião,
Sou canção,
Sou camarada.
Sou menina, moça e mulher.
Sou o alívio da dor,
O choro sem rancor,
E a harmonia do amor.
Sou tudo, meio e quebrado,
Sou de menos, sou demais.
Sou pele e osso,
Sou coração nervoso,
Querendo amar.
Em cada espinho que a vida
Coloca em nosso caminho
Uma coisa é certa:
Que ao final dele
Sempre encontraremos
Uma linda flor.
Minhas fraquezas doem em mim, como um espinho cravado em minha própria carne...
Como podes vir tu e dar-me conselhos sobre as minhas fraquezas se não sentis a dor que sinto; sendo assim enterre suas palavras e deixe que as larvas as consumam, pois de nada servem para mim, a não ser para adubar o próprio chão onde os animais já eliminam seus excrementos.
Senhor, Tu podes mudar o meu espinho em flor; e eu quero que o meu espinho seja uma flor. Jó recebeu o brilho do sol, depois da chuva — mas teria sido em vão aquela chuva? Jó queria saber, e eu também quero, se o brilho do sol não teve nada a ver com a chuva. E Tu podes dizer-me — a Tua cruz pode dizer-me. Tu coroaste o Teu sofrimento. Seja essa a minha coroa, Senhor. Eu só poderei triunfar em Ti, se conhecer o esplendor que há na chuva.
Já eu te amo naquela música
coração de flor de mandacarú
espinho de rosa preta esquecida
no ouvir dos passos de um casal brigando
e no bater das asas de um passarinho
que voa pela primeira vez
buscando abrigo no céu, imenso
e azul de um outono seco qualquer.
Existe um espinho ali, em algum lugar. Ele tá lá, inerte, intocável. Não há pinça que o tire, nem alicate. A tempos que muitos se fingem de vivos.
Mais um menino gigante, que nunca foi sozinho, sempre em frente ao retirante, entre pedras e espinhos, faz aurora alvorecer grande fardo que se vai, o menino sonhar alto, e se emociona com a paz, o comum já não atraí, o primário gigantismo, pequeno em meio aos olhos, maior em meio aos vivos... Era apenas um menino alí no chão!!!