Espanto
"OM my goodness!" diria Buddha se ele falasse inglês. Esse trocadilho divertido e respeitoso, é minha homenagem ao sagrado e demonstra o respeito do OM e o espanto do OH.
Sem querer e de propósito.
Eu sou a causa e o acaso da felicidade, porque descobri que ser feliz é espanto e escolha ao mesmo tempo.
Mundo Azul
Ele caminha devagar na calçada,
como quem mede o peso do dia.
Apressados tropeçam nele,
mas ele nunca tropeça
na pressa do mundo.
Disseram que era estranho,
porque via o mundo por ângulos tortos.
Que culpa tem um espírito sensível,
se a sociedade se crê reta demais
para enxergar a beleza do desvio?
No intervalo entre duas palavras,
ele enxerga um poema inteiro.
No espaço entre um toque e outro,
ele sente tudo o que existe.
A falta de respostas assusta os outros,
mas o silêncio dele não é vácuo: é morada.
Ali dentro, onde poucos chegam,
há um universo à espera de tradução.
O Silêncio dos Vagalumes
Foram-se os vagalumes,
não por medo da noite,
mas porque sua luz já não cabia
em mãos que desaprenderam o assombro.
Foram-se como preces mudas,
sem rastro, sem vestígio,
levando consigo a infância dos olhos
e a última centelha do espanto.
A cidade caminha sobre sombras,
e os passos ressoam na ausência do que era vivo.
Onde antes um lampejo fugaz
rasgava a pele do escuro,
agora há um breu domesticado,
submisso ao clarão sem alma
das lâmpadas que nunca dormem.
Mas quem sabe, em outra noite,
quando os homens cessarem o peso
sobre as coisas miúdas,
eles voltem.
E, sobre as ruas, redesenhem em claridade
o que o silêncio agora esconde:
o simples milagre
de brilhar sem porquê.
O fulgor do teu olhar incendeia minha alma, e rendido a ti, desvencilho-me do tempo, tornando-me criança outra vez, entregue ao espanto da descoberta.
Quando uma pessoa quiser nos fazer pensar que somos idiotas, fracos e inconsequentes, impondo-nos veementemente culpa de um involuntário ato, por vezes, o melhor é deixarmos que pense crer no suposto dolo; para não ferirmos-nos numa discussão perversa... É a defesa natural de o acidentado diante do espanto, da indignação, dor e consequências... Tudo que disseres ao seu favor estará encoberto pela névoa da inadmissão e ou incompreensão... Se tu a preza, aguarde com parcimônia; noutro átimo, pode ser que o cotidiano que segue, encarregue-se de mostrar a realidade do que é formado o seu caráter, portanto; incapaz de articular e preceder violentos atos.
Certo dia de verão não sabia o que fazia ao inclinar meu pescoço ver chorar quem mais queria, não sabia o que fazer senti minha covardia, de não poder consolar a mulher que mais queria, para aumentar minha aflição, o motivo do teu pranto. Pôs desta minha inercia, o desespero a afligia, de ver o mundo desabar ao lado de minha querida. Queria muito enxugar as lágrimas que vertia. Desafoga-la desta terrível agonia, queria muito abraçar-te, não tive está ousadia, até hoje me espanto com tremenda covardia.
Martírio
Existe martírio pior que não poder mais olhar para teu rosto?
De saber que em breve estarás com outro? Que serão outros braços a te afagarem,
Melhor me seria a guilhotina, e ter mesmo fim de Antonieta, por que viver, ao ter que saber, que nunca serás minha. Não sei se isso é minha vaidade, espero que não. Seria cobiça, espero que não.
Me enfeitiçaste com este teu canto, Igual da Yara, me vejo abatido, apaixonado, não sei o que digo, não sei se sonho, ou se estou acordado.
Ah menina. Que a mim deslumbra-te com tua beleza, que sejas feliz. E que os braços que lhe aquentares possas saber que é um felizardo, que a natureza decidiu presenteá-lo com uma deusa, e que se um dia vier a esquecer-te, lembre-se és espionado, é que num suspiro errado, tomarei seu lugar.
Quem sou
Não, não sou o que vê
Minha doçura pode ferir
Minha maldade pode amar
Talvez seja como todos
Ou ninguém
Sou além
Me expresso em verso
Não acomodo
Incomodo
Imprevisível
Não me importo
Apenas exponho meu ponto
Meu olhar gentil e sorriso meigo causam encanto
Minha sombra um espanto
Mas em minha essência a existência de um bom ser humano.
O Rei ficou pasmado ao descobrir que o plebeu já tinha provado tâmaras, figos, romãs, carnes, queijos, porém seu espanto logo passou quando informado que era apenas as migalhas que caíam de sua mesa.
Ao chegar no açougue,
Floriano pediu 25kg de coração, o açougueiro olhou espantado e perguntou:
Pra quê tanto?
Floriano, que é desses que brota em qualquer discussão, respondeu:
-Por que eu quero.
-Mas é muito pesado. - O açougueiro retrucou.
-O coração nunca será pesado enquanto existir um sonho...
Mulher, Mulher, Menina Mulher
Assim como a maré
Ela vai, ela vem
Ela sobe, ela desce
Às vezes é violenta
Às vezes nem tanto
É um espanto quando ela vai embora
Mas sempre volta
Mas sempre volta quando é lua cheia
Cheia de amor pra dar
Apenas o próprio homem é capaz de entender verdadeiramente a si mesmo
Nem uma máquina nunca vai compreender a Verdadeira e profunda essência humana
Mais talvez precisaremos de uma para nós mostra o que significa tudo isso que somos ,
O que é isso que existe e por si só apenas é !
Nos somos o cálculo de uma equação onde a resposta já temos só não achamos o X
Arthur Rios Tupã Eu memo !
ÁLCOOL
Ela bebia, tinha vida social,
muitas ligações, convites e opções.
Ela era progressista,
antirracista e feminista.
Por um segundo quase eterno
pairou um silêncio de espanto
assim que ela me perguntou
se eu havia bebido ou bebia.
Pra ela foi choque, talvez a sentença:
eu não tinha essa compatibilidade
e talvez pra ela fosse muito importante.
Não sei, mas sinto que as coisas mudaram
e eu gostaria de saber
em que parte eu tenho dificuldades
de aceitar que ela não me quer.
Talvez encontrando motivos
que nem sequer existem
ou encontrando valores que
nem ela declarou ter.
Será que o álcool nos separa?
Foi a pergunta que comecei a fazer.
É estranho, mas não deveria ser.
O vento
Navegando no infinito
Disperso entre 7 mares
Guio meu singelo barco a vela
Rumo a um destino desconhecido
Qualquer que seja, só o vento importa,
E junto, o peso em que si carrega
Ouvinte de tantas histórias
Guardião de tantas memórias
Declarações de amor
Gritos de dor
Se acumulando em mesmo canto
Mesmo conto
Mesmo ar, mar
E nesse instante
Sua força é tanta
Sua intensidade espanta
E em sua constante frieza pergunto:
É possível existir tamanho sofrimento
Pra ter atormentado tanto meu querido vento?
Às vezes fico boquiaberto e não sei donde fluem, à quantas andam certas ideias e loucuras que fazem moradas nas interconexões dos meus míseros neurônios desconhecidos. Para mim, espanto, para outros, estupidez!
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