Escrita
Quando eu transbordar, traga-me papel e caneta para enxugar minha verborragia em linhas e pontuação informal.
Pois é via escrita que estanco o que já não cabe em mim, então deixe meu coração sangrar.
Por vezes, aquilo que se escreve sem nexo, serve para quem entende o nexo de algo que se interliga com aquilo que para outros, não existe nexo algum.
Mas a fuga é algo ilusório, e ter esse conhecimento permite que eu seque minhas lágrimas e decida a enfrentar todas as minhas aflições. Ter conhecimento da utopia que é a escapatória fácil faz com que eu tenha a presunção de acreditar que posso ignorar a minha covardia, e seguir visando às coisas à frente até o meu próximo surto onde terei as palavras á minha disposição para gritar com meu coração de poetisa que fugir não significa ir para outro lugar.
A história nunca é a mesma. Algumas, bem floreadas, são as que reinam nos jardins. Mas, passado o tempo, suas folhas são cortadas e as partes secas caem espontaneamente. É o destino e fim da história. Existem muitas histórias que não estão, mas que deveriam estar orvalhadas de grandeza; sempre em capa de revistas.Sem perceber que o cartaz, tal como o tempo, é fugaz. E na perda da velocidade, vai sozinha com a saudade para as lembranças. Pode assim, ao peso da dor, o escritor compor textos de alegria? Pode outro festejando o amor escrever em versos a dor e a nostalgia? A história do escritor sempre vai existir. Mesmo aquelas dos escritores mestres do fingir. Eles sim, talvez... Eles que, ao peso de uma dor pungente e triste, ainda fazem o leitor rir. Seriam capazes de tanta falsidade ao dizer em palavras o que não estão sentindo? Como abandonar inspiração e narrar falsa sensação embora ciente de que está mentindo? Vejo sempre nelas, até nas não tão belas, algo agradável. Seja o tom, a expressão, a inteligência, a afabilidade, enfim, a simpatia e admirável atitude que demonstram em relação à sinceridade assumida, naturalmente, por meio dos sentimentos. Mas vou selecionar as salvadoras e que me fazem voltar o verde à natureza. As histórias de águas redentoras e que trarão mais fartura e riqueza. Vou procurar as histórias criadas por irrigações celestes, mas que na terra investiram suas vidas em prol do escritor. Histórias que lembram a fome no Nordeste e a falta de água no sertão agreste. Histórias de um povo que sofre há varias gerações. Histórias de um povo que se tornou presa fácil daqueles que iludem com a prometida solução do açude.
" Todos sofrem e muitos em silêncio. Eu também sofria em silêncio, mas agora o meu sofrimento está presente nas minhas histórias, os meus cortes nas minhas personagens e o meu amor na minha escrita."
"Ei, olha.
Aline me cutucou no braço.
Aquele que é o Alisson
Santos.
Ah é ele?
Tão diferente pessoalmente!
Mas seus textos são
maravilhosos. Será que ele poderia
escrever um agora pra mim?
Se ele for bom mesmo como
dizem, talvez sim- disse
Thaís.
-Tomei coragem e fôlego,
tinha medo que faltasse ar
na hora.
Oi disse eu timida.
Nunca fiquei tão insegura
quanto estava naquele
momento. Tinha medo de
ser ignorada. Tem sempre
aqueles garotos frios por aí.
Oi, tudo bem?
Disse ele.
Uma voz tão delicada e
simples.
Ah, e um sorriso que
enfeitou o começo de uma
conversa.
Sim, obrigada disse eu!
Senti-se ele disse.
É a primeira vez que um
garoto disse isso pra mim.
Outros não falam isso,
conheço alguns que nem ao
menos sabem dar um "Oi"
direito, quanto mais chamar
para sentar e conversar.
Nunca tinha visto Alisson
Santos. Minhas amigas sempre
falava dele, dizia que
postava bonitas fotos, seu
instagram tinha poucos
seguidores, mas suas fotos
tinham bastante curtidas e
comentários. Mas o quedestaca aqui em Alisson,que eu o admiro são seus
textos.
É tão chamativo e simples o
que ele diz. É algo que te faz pensar muito!
Claro!
Disse eu sentando ao seu
lado.
Ele estava com dois amigos
do lado, eram rostos
familiar. Já os tinha vistos no face, ou talvez em seu
snap. Eram Tiago e James.
Tiago tinha um cabelo social, bem curto. Era baixo,
não muito baixinho. James tinha um cabelo até engraçado, meio que duas franjas uma para cada lado,
preto e loiro eram a cor dos
seus cabelos.
Alisson olhou para mim e
disse:
O que a trouxe aqui?
Me conhece?
Qual pergunta responder
primeiro?
pensei...
Você é famoso na cidade,disse eu.
Foi a única coisa que saiu..
E continuei dizendo.
A cidade é pequena você
sabe disso. Mas te conheço
mesmo é pelo facebook.
Ah, legal-disse ele sorrindo
de lado.
Por um tempo o silêncio
tomou conta.
Depois ele disse: não vai
responder a outra pergunta
que te fiz?
Qual?
disse eu franzindo o
rosto.
Ele sorriu de leve, e disse;
O que a trouxe aqui?
-Ah!!
Bom, é que eu vejo direto
suas postagens no face.
Sim, disse ele.
Continuei falando...
E vejo que cada postagem
com aspas, você sempre no
final, coloca "Aliçu S." Quem
é esse autor? Pelo visto
gosta muito dele não é? E
realmente Alisson, esse
Aliçu tem textos
interessantes para pensar.
Ele abaixou a cabeça
sorrindo...
E disse; Aliçu?
Sou fã dele!
Se parece um pouco comigo.
E é verdade, sempre posto
frases e textos dele.
Quem é ele?
disse eu
-É um personagem que
criei, disse ele.
Me espantei, claro. Não
sabia que o Alisson era o
"Aliçu", se bem que, só
agora pude ver a
semelhança entre esses
nomes.
Vocé é o Aliçu, Alisson?
Não disse ele!
Eu apenas o criei esse
personagem para às minhas
postagens. Precisava de um
nome mais adequado,
inanimado na verdade, meu
nome Alisson Santos, achava
grande e também feio.
Tentei abreviar várias vezes,
como: A.S, Alisson S. Santos
A. Etc. Não gostei e também
não funcionou essa ideia.
Então não curti muito o seu
nome?
Para textos ou frases não,
disse ele.
De onde veio "Aliçu"?
Quis saber.
Afinal, eu era fã de "Aliçu"
curtia, compartilhava e
salvava seus textos no meu
celular. É pra mim muito
importante saber essa
resposta.
Bom.. começou ele.
Eu tenho um amigão que se
chama Geronimo, é o nome
bonito pra mim. Fomos
disputar um campeonato
fora da nossa cidade,
chegando lá, nos esperava
alguns meninos que
entrariam no nosso time
para completar. Eles vieram
apertando as mãos de cada
um, Geronimo estava ao
meu lado.
Quando chegou em nós, o
rapaz disse:
E aí pai, prazer, Felipe.
Como se chama brother?
Geronimo ele disse!
Como?
Ele perguntou como
quem não ouviu direito.
Geronimo! Respondeu
novamente.
Geruzu?
O cara lá atrás da fila gritou
dando risada se acabando
de rir. Confesso que na hora
também rir muito.
Afinal, de onde ele tirou
Geruzu?
Geronimo já não é um nome
estranho?
Pensei...
-Enfim...
Todos se comprimentaram e
saíram.
Ela disse: sim, qual a
relação de Geruzu com
Aliçu?
Ele então respondeu.
Como sabe,precisava de um
nome abreviado para os meus
textos."
Muitas linhas escritas, escrevendo eu abro meu peito e deixo sair todo o grito guardado, o amor contido e a paixão inacabável.
Quando não estiver produzindo, ler, pensar e não escrever. Levante-se, busque o ar, encoste em uma árvore, saia para passear, diga "oi" para uma moça. Seja feliz. Retorne e escreva.
“Por que a mim não escreves? {2}
-
Por que a mim não escreves?
Por que, por que não escreves?
Nesta essência não te inseres?
Sentes que sou-me o nada?
E tal nada não alimenta o que queres?
Queres a vida de forma vasta?
Por que a mim não escreves?
Por quê? Por quê? Por quê?
Tens inspiração em falta?
Que falta somente a mim,
Que dás aos outros, completa,
Como se fossem dignos de ti.
Por que a mim não escreves?
Por que, tais letras, sufocas?
Uma carta como outrora
Sílaba esmagada pelo tempo
Que descreve uma maldita história
Que frágil como uma brisa do vento;
Eu não quero que me escrevas
Como quero… Como quero…
Algo que transforme esta treva
Em teu conto dramático eterno;
Eu não quero que me escrevas
Só quero… Somente quero…
Ser a protagonista que inventas
A sofrer em cada trecho mero.”
“Por que a mim não escreves? {1}
-
Por que a mim não escreves
Se te escreves ao respirares?
Se te respiras então escreves
A cada segundo em que vives
E se não vives tão vorazmente
Escreves à solidão e à tristura
No silêncio que lhe persegue
Em meio ao sono que amargura
Escreves quando pensas
Em alimentares teus vícios
E se escreves para todos eles
Para que o existir seja longínquo
Por que a mim não escreves?
Se não lhe sou tão precipício
Se não lhe causo um sentir abismo
Não me escreves por sentires
Sobre mim o mais puro vazio
Sobre esta lacuna, inda assim
Tu poderias escrever-me
Ou contando-me os teus motivos
Do por quê a mim não escreves.”
Sou um deserto fazendo monólogos, de braços cruzados brigando com o mundo. Mas as palavras me emancipam!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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