Escrita
Posso perder tudo
Posso deixar de existir
Posso me rebelar contra minha essência
Posso deixar de ser eu
Mas minhas letras jamais se perderão no vazio.
Elas respiram por mim, me dão vida e me fazem renascer.
Eu imaginava que nos dias que eu estivesse com mais dor, seria os dias que eu mais escreveria. Não escreveria simples palavras, mas sim, lindas histórias. Histórias que as pessoas pudessem se identificar, que pudessem ajudá-las. Mas não. Nos dias que eu mais tenho dor, são os dias que as palavras me fogem, me restando apenas a dor e as lágrimas. Eu queria saber escrever. Não pequenos textos carregados de frases clichês, nem poesias melosas demais, não. Eu queria saber escrever, transcrever, desenhar palavras. Queria saber colocar sentimentos em uma folha, sabe o que eu quero dizer? Queria me mostrar nas letras ou me esconder nas palavras, fazer um livro pelo prazer da escrita. Criar, emocionar, viver a escrita. Sim, eu queria muito.
"Ei, olha.
Aline me cutucou no braço.
Aquele que é o Alisson
Santos.
Ah é ele?
Tão diferente pessoalmente!
Mas seus textos são
maravilhosos. Será que ele poderia
escrever um agora pra mim?
Se ele for bom mesmo como
dizem, talvez sim- disse
Thaís.
-Tomei coragem e fôlego,
tinha medo que faltasse ar
na hora.
Oi disse eu timida.
Nunca fiquei tão insegura
quanto estava naquele
momento. Tinha medo de
ser ignorada. Tem sempre
aqueles garotos frios por aí.
Oi, tudo bem?
Disse ele.
Uma voz tão delicada e
simples.
Ah, e um sorriso que
enfeitou o começo de uma
conversa.
Sim, obrigada disse eu!
Senti-se ele disse.
É a primeira vez que um
garoto disse isso pra mim.
Outros não falam isso,
conheço alguns que nem ao
menos sabem dar um "Oi"
direito, quanto mais chamar
para sentar e conversar.
Nunca tinha visto Alisson
Santos. Minhas amigas sempre
falava dele, dizia que
postava bonitas fotos, seu
instagram tinha poucos
seguidores, mas suas fotos
tinham bastante curtidas e
comentários. Mas o quedestaca aqui em Alisson,que eu o admiro são seus
textos.
É tão chamativo e simples o
que ele diz. É algo que te faz pensar muito!
Claro!
Disse eu sentando ao seu
lado.
Ele estava com dois amigos
do lado, eram rostos
familiar. Já os tinha vistos no face, ou talvez em seu
snap. Eram Tiago e James.
Tiago tinha um cabelo social, bem curto. Era baixo,
não muito baixinho. James tinha um cabelo até engraçado, meio que duas franjas uma para cada lado,
preto e loiro eram a cor dos
seus cabelos.
Alisson olhou para mim e
disse:
O que a trouxe aqui?
Me conhece?
Qual pergunta responder
primeiro?
pensei...
Você é famoso na cidade,disse eu.
Foi a única coisa que saiu..
E continuei dizendo.
A cidade é pequena você
sabe disso. Mas te conheço
mesmo é pelo facebook.
Ah, legal-disse ele sorrindo
de lado.
Por um tempo o silêncio
tomou conta.
Depois ele disse: não vai
responder a outra pergunta
que te fiz?
Qual?
disse eu franzindo o
rosto.
Ele sorriu de leve, e disse;
O que a trouxe aqui?
-Ah!!
Bom, é que eu vejo direto
suas postagens no face.
Sim, disse ele.
Continuei falando...
E vejo que cada postagem
com aspas, você sempre no
final, coloca "Aliçu S." Quem
é esse autor? Pelo visto
gosta muito dele não é? E
realmente Alisson, esse
Aliçu tem textos
interessantes para pensar.
Ele abaixou a cabeça
sorrindo...
E disse; Aliçu?
Sou fã dele!
Se parece um pouco comigo.
E é verdade, sempre posto
frases e textos dele.
Quem é ele?
disse eu
-É um personagem que
criei, disse ele.
Me espantei, claro. Não
sabia que o Alisson era o
"Aliçu", se bem que, só
agora pude ver a
semelhança entre esses
nomes.
Vocé é o Aliçu, Alisson?
Não disse ele!
Eu apenas o criei esse
personagem para às minhas
postagens. Precisava de um
nome mais adequado,
inanimado na verdade, meu
nome Alisson Santos, achava
grande e também feio.
Tentei abreviar várias vezes,
como: A.S, Alisson S. Santos
A. Etc. Não gostei e também
não funcionou essa ideia.
Então não curti muito o seu
nome?
Para textos ou frases não,
disse ele.
De onde veio "Aliçu"?
Quis saber.
Afinal, eu era fã de "Aliçu"
curtia, compartilhava e
salvava seus textos no meu
celular. É pra mim muito
importante saber essa
resposta.
Bom.. começou ele.
Eu tenho um amigão que se
chama Geronimo, é o nome
bonito pra mim. Fomos
disputar um campeonato
fora da nossa cidade,
chegando lá, nos esperava
alguns meninos que
entrariam no nosso time
para completar. Eles vieram
apertando as mãos de cada
um, Geronimo estava ao
meu lado.
Quando chegou em nós, o
rapaz disse:
E aí pai, prazer, Felipe.
Como se chama brother?
Geronimo ele disse!
Como?
Ele perguntou como
quem não ouviu direito.
Geronimo! Respondeu
novamente.
Geruzu?
O cara lá atrás da fila gritou
dando risada se acabando
de rir. Confesso que na hora
também rir muito.
Afinal, de onde ele tirou
Geruzu?
Geronimo já não é um nome
estranho?
Pensei...
-Enfim...
Todos se comprimentaram e
saíram.
Ela disse: sim, qual a
relação de Geruzu com
Aliçu?
Ele então respondeu.
Como sabe,precisava de um
nome abreviado para os meus
textos."
A amizade consegue ser tão complexa...
Deixa uns desanimados e outros alegres...
Amizade é assim
Como algo que necessitamos
Algo que é inseparável
Como o céu e as estrelas
As vezes nos decepcionamos
Causando feridas, mas..
Com o tempo elas se curam
Abrindo portas para novas amizades
Escrever é um trabalho ardúo e pesado, tal qual um bom agricultor que zela de sua roça cultivando milho e feijão, o estudante universitário deve zelar pelos seus livros de estudo, sendo a caneta sua enxada de trabalho. O agricultor caleja suas mãos que em determinado momento saem até sangue, assim o jovem universitário deve sangrar seus olhos, queimando suas pestanas nos livros e esforçando-se cada vez mais por escrever melhor.
"Longe de qualquer complexidade, um livro variega entre o instruir e o iludir. Nenhuma verdade inevidente, permite uma veracidade fiel a uma escrita. Ler deve ser um hábito e não um preceito" (Almany Sol para Pensador Uol)
Todo processo bem escrito ou trabalhado vem da alma e não importa o sofrimento ou a alegria as engenharias de palavras são naturais .
Eu sou daquelas pessoas que possuem uma urgente necessidade de falarem do que se passa em seus interiores para se manterem sãs, assim, coloco minhas emoções para fora em forma de palavras, tanto escritas, como faladas. Essa, é minha forma de lidar com o que eu não consigo controlar e, ao menos para mim, tem funcionado muito.
E assim muitos de nós vamos:
Escrevendo nossa HISTÓRIA, pulando as LINHAS que Deus terminou como limites, errando nas escritas da aplicação da PALAVRA de Deus, dando TÍTULOS para o que não tem necessidade e ignorando o AUTOR principal da vida.
Eu escrevo e, escrevo e, escrevo. Eu escrevo até doer os dedos e, queimar minha alma. A sensação de asfixia é grande, é exorbitante. A garganta pigarreia e o corpo desmorona. Eu tento, eu tento, mas eu não consigo libertar minhas dores. De escritora amadora, passei a ser o buda no caminho do nirvana. A minha cabeça pede trégua, meus músculos pedem trégua, meu coração pede trégua. Tudo em mim levanta a bandeira branca, mas só consigo ouvir o sopro do vento lá fora, não tem ninguém para responder. Não tem ninguém com vontade o bastante para fazer com que eu pare com isso. E, eu escrevo e, escrevo e, escrevo, mas o nó continua entalado em mim. Eu escuto músicas reflexivas que me ajudam, naquele dó escravo do piano, eu me sinto um pouco melhor, mas volto a escrever. Não me falta inspiração, me falta dedicação. Me falta ser viva assim fora do papel, fora dos meus textos. Todos os dias a caminho do trabalho, pegando o transporte público, eu me transporto dentro da bolha e, fico lá. Fico lá, observando as pessoas a minha volta, escuto suas conversas, eu rio em silêncio, tiro minhas conclusões e, as vejo partir. E, é assim que me sinto, uma espectadora observando a vida das pessoas, observando o resquício de vida que parte, sem eu me dar conta. A cada dia, um dos meus suspiros leva mais um sopro da minha vida. E, eu continuo a escrever e, escrever, para que assim me sobre alguma coisa. Eu não queria ser lembrada, não queria marcar a vida de ninguém, não queria me tornar passado ou futuro, sempre quis ser presente, quis ser vida, quis ser alegria, quis ser luz, mas acontece que escritores deixam sua marca no mundo. Escritores são lembrados depois de suas mortes, depois de terem vivido suas vidas mesquinhas. E, eles escrevem e, escrevem. E, eu não paro de escrever e; escrever, porque minha vida se tornou um labirinto cheio de caminhos que me carregam de volta para o ponto de partida. De todas as minhas escolhas, nada parecer mudar, nada parece dar certo, nada parece seguir o rumo do mundo. Me arde o peito correr e, perceber que corri em círculos, apenas. Minha cabeça me arrebenta os neurônios. E, eu quero chorar para isso acabar, mas o sofrimento é insistente. Se ao menos alguém lesse meus textos, a dor seria menor, mas não é. E, os meus temores começam a se tornar realidade, porque as coisas nunca mudam. O meu relógio biológico estagnou no tempo e, agora eu me sinto presa. Eu estou presa. E, eu continuo a escrever; eu continuo, porque isso é a única coisa que não acaba, porque é a única coisa em mim que é capaz de mudar o curso natural das coisas.
Apresento-me diante de vós como um homem. E agora? Será um homem apenas um? Diante da realidade mais subjetiva vivo sob a mais ousada heteronímia. A escrita é a razão de entender melhor a minha própria vida e a dos outros.
Posso escrever sobre qualquer coisa que faça com as palavras brotem em minha cabeça. Por isso mesmo, nem tudo o que escrevo tem alguma relação comigo ou com minha vida. Escrevo sobre mim também, mas posso criar a partir de uma conversa entre amigas(os), ou até mesmo de uma conversa que eu só ouvi ao vir pra casa. Chego ao ponto de escrever simplesmente por observar a mesma paisagem todos os dias. Escrevo, pura e simplesmente.
Escrever nada mais é do que transparecer o coração, entende? Soltar um pouco da alma nunca é demais, pelo contrário, torna-se essencial ao que nem nós mesmos conseguimos explicar.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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