Mário Vargas Llosa

Encontrados 15 pensamentos de Mário Vargas Llosa

O esquartejamento da humanidade em blocos rigidamente diferenciados - como em ser negro, muçulmano, cristão, branco, budista, judeu etc - é perigoso porque estimula o fanatismo dos que se consideram superiores.

Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias.

"Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos."

Diferentemente do comunismo, um mito capaz de seduzir muita gente com seu sonho igualitarista, o fundamentalismo religioso islâmico, hoje o principal adversário da civilização, só pode convencer os já convencidos.

Que melhor demonstração de que não há nem houve nem nunca haverá "países felizes"? A felicidade não é coletiva, mas individual e privada — o que faz feliz uma pessoa pode fazer infelizes muitas outras, e vice-versa — e a história recente está infestada de exemplos que demonstram que todas as tentativas de criar sociedades felizes — trazendo o paraíso à Terra — criaram verdadeiros infernos. Os Governos devem estabelecer como objetivo assegurar a liberdade e a justiça, a educação e a saúde, criar igualdade de oportunidades, mobilidade social, reduzir ao mínimo a corrupção, mas não se imiscuir em temas como a felicidade, a vocação, o amor, a salvação e as crenças, que pertencem à esfera privada e nos quais se manifesta a feliz diversidade humana. Esta deve ser respeitada, porque toda tentativa de regulamentá-la sempre foi fonte de infortúnio e frustração.

As pessoas abrem um jornal, vão ao cinema, ligam a tevê ou compram um livro para se entreter, no sentido mais ligeiro da palavra, não para martirizar o cérebro com preocupações, problemas, dúvidas.

A incerteza é uma margarida cujas pétalas nunca acabam de desfolhar.

Inserida por pensador

Escreve-se para preencher vazios, para fazer separações contra a realidade, contra as circunstâncias.

A literatura não é algo que nos faça felizes, mas ajuda-nos a defendermo-nos da infelicidade.

Você não pode lutar consigo mesmo, pois essa batalha tem apenas um perdedor.

Os escritores são os exorcistas de seus próprios demônios.

Algo anda mal na cultura de um país se os seus artistas, em lugar de se proporem mudar o mundo e revolucionar a vida, se empenham em alcançar proteção e subsídios do governo.

No embrião de todos os romances, bule uma inconformidade, late um desejo.

A memória é uma armadilha, pura e simples, que altera, e subtilmente reorganiza o passado, de forma a se encaixar no presente.

⁠Na civilização do espetáculo, o cômico é rei.

Mário Vargas Llosa
A civilização do espetáculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por Jacksondirceu