Escravos
Futebol:esporte insano jogado por uns tipos semelhantes a escravos e gladiadores, apreciado por hordas de fanáticos ensandecidos e organizado por maltas de espertalhões.
Os homens são escravos de suas paixões. E eu sou mestra nisso, em conquistá-los e despertar essas paixões.
Libertei mil escravos. Poderia ter libertado outros mil se eles soubessem que eram escravos.
Queres deixar de pertencer ao número dos escravos? Rompe tuas correntes e elimina de ti todo temor e todo despeito.
Os escravos
Negros africanos
Obrigados a trabalhar
Por ordem dos soberanos
Sem poder reclamar
Acorrentados pela escravidão
Viviam na solidão
Sonhavam conquistar a alforria, dia a dia
Sendo assim vítimas da covardia
Durante a extração do ouro
Brilhavam também os olhos
De quem vivia a chorar
Mas persistia em orar
E assim quem sabe um dia
A liberdade finalmente conquistar
Foram quinhentos anos de exploração
Em uma vida sem opção
Em minas de carvão e campos de algodão
Nas lavouras trabalhavam
E nunca descansavam
Ficavam sempre em pé
Nas plantações de café
A escravidão ainda não acabou
E a lei Áurea não adiantou
Vivemos em um país capitalista
Em que o brasileiro é um ser consumista
Escravos do dinheiro, ladrões de vida, aproveitadores.
Uma civilização movida pela ganância e pelo mau uso do poder.
Pague para viver
Pague com juros
Enquanto eles estiverem ocupados não terão tempo para criar um novo modelo de civilização....
Separação
Dois...
Eram amantes,
Escravos de seus sentimentos, de suas afeições.
Um refletia no outro.
Almas gêmeas - quem sabe?
Pode-se dizer casadas.
Dois...
Eram amantes, Numa canção de vibração, viviam a bailar.
Um sonho eterno, uma canção de amor.
Bailando nostalgia, fantasia e ilusão.
Dois...
Eram amantes,
No mar se atiravam de cabeça, mergulhavam sem medo de afogar.
Se criaram na água, sabiam nadar,
Jamais iriam naufragar
Dois...
Eram amantes,
Na brisa viviam a flutuar.
Sem asas, até sabiam voar.
As nuvens queriam alcançar.
E nela poderem habitar.
Um dia choveu,
O sentimento encolheu.
Já não havia o mesmo espaço para ambos.
Corpo e alma tinham que se separar.
Deixar o mesmo lugar.
Dois...
Hoje desamantes.
Perderam-se por falsos brilhantes.
Sem riso vivem descontentes.
Sem pranto, sonham descrentes.
Dois...
Hoje desamantes.
Partiram sem ira.
Levando somente um fracasso de um sonho dourado.
No lombo, um pano rasgado.
Dois...
Que eram amantes.
Da brisa, do mar, do céu, da canção.
A promessa de amor eterno queimaram,
Da própria sorte são cartomantes,
Nessa estrada de ilusão viajantes.
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