Nadir Lopes

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Separação

Dois...
Eram amantes,
Escravos de seus sentimentos, de suas afeições.
Um refletia no outro.
Almas gêmeas - quem sabe?
Pode-se dizer casadas.

Dois...
Eram amantes, Numa canção de vibração, viviam a bailar.
Um sonho eterno, uma canção de amor.
Bailando nostalgia, fantasia e ilusão.

Dois...
Eram amantes,
No mar se atiravam de cabeça, mergulhavam sem medo de afogar.
Se criaram na água, sabiam nadar,
Jamais iriam naufragar

Dois...
Eram amantes,
Na brisa viviam a flutuar.
Sem asas, até sabiam voar.
As nuvens queriam alcançar.
E nela poderem habitar.

Um dia choveu,
O sentimento encolheu.
Já não havia o mesmo espaço para ambos.
Corpo e alma tinham que se separar.
Deixar o mesmo lugar.

Dois...
Hoje desamantes.
Perderam-se por falsos brilhantes.
Sem riso vivem descontentes.
Sem pranto, sonham descrentes.

Dois...
Hoje desamantes.
Partiram sem ira.
Levando somente um fracasso de um sonho dourado.
No lombo, um pano rasgado.

Dois...
Que eram amantes.
Da brisa, do mar, do céu, da canção.
A promessa de amor eterno queimaram,
Da própria sorte são cartomantes,
Nessa estrada de ilusão viajantes.