Escola Poema de Rubem Alves
Desenredos
Qual o exato tamanho
da minha dor, da sua dor
da nossa dor?
Qual o momento certo
da felicidade, da sua
da nossa?
Sobra guerra, falta pólvora
sobra lágrima, falta
quem chora
Dia do Farmacêutico
Hoje é dia do profissional
Que entende da nossa saúde
O farmacêutico pode ser essencial
Para que numa enfermidade nos ajude
Nao é simplesmente vender
Tem que ser muito estudado
Para um remédio prescrever
Para um paciente ser medicado
Precisa saber a composição
De cada medicação que passa
Entender do corpo humano e sua formação
Para ser responsável pela farmácia
Obrigado por nos atender
E por tão bem de nós cuidar
Você faz por merecer
Ter essa data para celebrar
Existia algo naqueles olhos, que era impossível decifrar.
Queria me perdoar, por uma combinação tão complicada.
Era vazia e intensa.
Pois era a única coisa que carregava consigo, seus sentimentos.
Escravo do que seus próprios olhos viram, sua alma era coberta de cicatrizes.
Noite de Lua cheia, o vento corria a sudoeste, suspeitava que levaria uma vida solitária.
Sentava à beira de um lago reluzente em cor de prata, e observava o horizonte infinito.
Uma música comovente ao fundo arrepiava qualquer um que escutasse.
Uma neblina forte se ensaiava, e ao passar, não existia mais ninguém.
A angústia e a paixão, nasceram ali.
IMAGEM
As velhas imagens guardadas no escuro sótão, respiram o pó de memórias que nunca morrem. O rosto fixado na percepção já amarelado, revelam histórias escondidas em olhares e pixels desbotados no tempo...
Caminhos e pensamentos estreitos do passado são palavras em ecos longínquos. Corre-se despreocupado nos campos, em tardes douradas que o tempo esqueceu engavetado. A brisa ressoa saudade..
As representações é um portal de lembranças, um reflexo de instantes cristalizados. Os anseios nos rostos familiares, contam sagas de amores que se foram e desafios presentes, hoje, são apenas folclore...
Na velha casa de palha, a mesa é sempre posta para o jantar, onde o aroma de pratos esquecidos ainda pairam. As risadas ao redor, agora sussurros, são a prova de que o passado está presente em formatos absortos...
E assim, diante dos apocalipses que se guardam, rever-se o obsoleto que nunca se apaga. As lembranças, como estrelas no céu noturno, iluminam o presente com sua imitação quase eterna...
Em cada rabisco, uma vida se desenha, traçadas por sonhos, lágrimas e gracejos. O tempo, senhor de todas as coisas, é vencido pela eternidade do instante capturado...
As imagens nunca morrem, subversivas trocando sonhos. E o encontro é sempre afável, numa trilha que não finda. E assim caminha-se, perpetuando imagens criadas...
--- Risomar Sirley da Silva ---
terapeuta frustrado.
*
"Trapaças feitas, e, o lodaçal me cobre desorientado até o pescoço. Já não sinto minhas pernas e quando enxergo uma saída é a do colégio que alguém ali está a minha espera espreitando para me atacar. Os muros! Sim. Não despistam o meu vulto pálido do frio que se desloca do meu corpo com um soco. Manchas no portão e as roupas no varal azul. Ríamos eu e ela; ela e eu, nós corríamos sem despistar os perseguidores.".
*
Ricardo Vitti
Nas Asas do Gonzagão
Pernambuco não poderia imaginar
Que a partir do dia da Santa Luzia
Januário José e Ana Batista
Atrairiam olhares para Exu, em melodia
Foi quando o pequeno Luiz nasceu
E com o seu dom alegre e festeiro
Depois da farda militar, seguiu o seu destino
E lá foi ele para o Rio de Janeiro
De Gonzaga à Gonzagão
Com artistas famosos fez parceria
Repertório "Danado de Bom"
Exu já não era mais monotonia
O moço simples conheceu a Europa
A sua vida e talento invadiram a literatura
E todos souberam da ardência da seca
E da vida nordestina que era pura bravura
Descobriram que não há luar como no sertão
Que no relógio marcando seis, o sertanejo ajoelhado
Suplica, à virgem, força para resistir ao peso da cruz
E que para todo mundo tem um "psiu" angustiado
Nos seus versos, o amor perdido dói mais
Quando para os braços do xodó não se poder voltar
Ôxi, que amargo de jiló tem a saudade
Adeus Januário. Deus ilumine o seu regressar
O sonho da água farta para a sede, gado e plantação
No sertão, vem na esperança com a flor de mandacaru
Banana, maxixe, batata, mandioca e buchada
É Fartura e benção na feira de Caruaru
Que difícil resumir a importância do Gonzagão
Deste brasileiro amado, que virou o rei do baião
Valor inestimável
Nada como o sossego diário
A paz da mente no travesseiro
O vida num verdadeiro cenário
O Tempo, com qualidade, sendo um bom companheiro
A saudade visitando as lembranças
Recordações nos proporcionando sorrisos
Pular, cantar, dançar como as crianças
Ter nos amigos, diversos abrigos
Lamentar não ter conquistado um coração
Mas o encontro ser gratidão no fundo da alma
Amanhecer com a certeza do dia em construção
Ser capaz, na tensão, manter a tão difícil calma
Entender que, na vida, nem tudo se encaixa
Dissabores também fazem parte
A autoestima muitas vezes fica em baixa
Mas a esperança não é item de descarte
Quando o sonho ainda pulsa vibrante
Por mais que, nos nossos momentos frágeis, ele decline
É porque foi atribuído à alguém especialmente gigante
Produza-se. Arregasse as mangas.
Faça acontecer. Seja vitrine
Tudo pode ser surpreendente e valioso
Quando o prazer de viver é a base de tudo
Se há fé, cada dia é milagroso
Quanto ao resultado, é aprendizado fecundo
Uma dica pra quem até aqui nada entendeu
Nem sempre o que queremos é o melhor para nós
O nascimento a bonança não nos prometeu
Vai devagar, para não ser o seu próprio algoz
Construa com carinho cada momento da sua história
Mas atente para quem é seu coadjuvante
Nem todos à volta são afins à sua vitória
Observe se derrotas são a tua realidade constante
Mas se tens ao lado um fiel parceiro
Alinhado à tua valiosa missão
Tens o privilégio de partilhar teu roteiro
E constatar o poder de uma sagrada união
Nada como a vida no sossego diário
Nada como uma noite relaxante
Do sono tranquilo ser o proprietário
Do arrependimento manter-se distante
Deixe a vida decorrer na certeza
Que não estamos sós nessa jornada
Quanto mais verdade e menos esperteza
Mais iluminado será o palco da tua chegada
p.o.e.s.i.a
eu poderia viver sem a p.alavra feito bicho o.dioso,
intratável e e.goísta, mas não abriria mão
(essa acostumada às nuvens) do s.ilêncio,
que me escuta, da i.lha, que me abraça, e das a.lturas,
que me cobram comp.a.i.x.ã.o
" AH, O AMOR "
Eu já vivi o amor! Ah… O amor…
Sublime, majestoso, embriagante,
um tanto mentiroso e arrogante
mas, sempre, um sonho lindo, encantador!
Me fez mais sensual, melhor amante,
voraz quanto à paixão em seu ardor…
No entanto, mais sensível, sonhador…
Um poeta em seu espasmo delirante!
Cravou-me à alma os versos da poesia
e fez-me estar bem mais em sintonia
com todo um cosmo de real candura…
O amor… Ah, sim! O amor mais verdadeiro!
Vivi-o como um sonho derradeiro
confiando, eu, inocente, em sua jura!...
**"Sem Resposta"**
**(Verso 1)**
Eu te mandei mensagem outra vez,
Mas o silêncio foi tudo o que você me deu.
Olho pra tela esperando seu sinal,
E cada minuto sem você me faz tão mal.
**(Verso 2)**
A saudade aperta o peito sem perdão,
Fica um vazio onde morava a emoção.
Já tentei seguir, tentei me convencer,
Mas sempre volto a te querer.
**(Ponte)**
Por que você não responde, não me dá atenção?
Eu só queria ouvir de você uma explicação.
Será que errei, será que te perdi?
Ou será que nunca estive aí?
**(Refrão)**
E eu choro, sozinho no meu quarto,
Com as lembranças que me deixam em pedaços.
Eu te espero, mesmo sem saber,
Se algum dia vai voltar a me querer.
**(Verso 3)**
No rádio toca a nossa canção,
E a dor aumenta dentro do meu coração.
Tantas promessas, tantos planos ao luar,
Agora tudo se perdeu no teu olhar.
**(Ponte)**
Por que você não responde, não me dá atenção?
Eu só queria ouvir de você uma explicação.
Será que errei, será que te perdi?
Ou será que nunca estive aí?
**(Refrão)**
E eu choro, sozinho no meu quarto,
Com as lembranças que me deixam em pedaços.
Eu te espero, mesmo sem saber,
Se algum dia vai voltar a me querer.
**(Final)**
Sei que talvez eu nunca vá entender,
Mas ainda assim não consigo te esquecer.
Te espero, mesmo na escuridão,
Com a saudade apertando o meu coração.
Chama-me
flor luminosa, cheia
de azul e verde, o ventre
criador de poemas, de sol, de
luzes, a rosa que respira... amor.
De tanto pensar que aos 90 chegaria,
Percebi que na crise dos 20 me perdia.
Pensei tanto em viver por muito tempo,
Que sobrevivi, mas perdi o momento.
Deixei de viver minha adolescência,
Pois morri na crença de uma falsa existência.
Acreditava que aos 18 seria feliz em qualquer lugar,
Com 16, sonhava com amores a encontrar.
Com 14, queria envelhecer pra enfim viver,
Mas hoje, nem 18, nem 16 posso ter.
Habita em mim o espírito de 90, cansado,
Viu a vontade de vencer dos 20 ser deixado.
Agora, tudo se resume a sobreviver,
Para um dia tentar, enfim, viver.
Perdido entre sonhos e realidade,
Busco um caminho para a verdadeira felicidade.
Black Orchid feita de mistério
na essência o Universo
e abrindo o palimpsesto
do desidério em silêncio.
Serpenteia a Via Láctea,
ninguém detém as auroras
e nem do destino a escolha
do absoluto quais serão as rotas.
Aquilo que tece o inevitável interior
e o reconhecimento do que é
de predestinação fortalece o amor.
Pacto intacto com o inabalável
nosso hemisférico laço de titânio
com o quê há de mais romântico.
Ele olha pro lado
Olha pro outro
Cadê?
Cadê quem tava aqui?
Eu quero saber onde morreu
Afonso Nonato de Moreira
Jesuíno da Silva Babuíno
O IML tava lotado
Era o meu sangue por toda parte
Roubaram a cabeça do proletariado
O barão de Limousine fez sua arte
Me jogaram na platéia de estardalhaço
despedaçaram a minha camisa
O Brasileiro agora é o descamisado
E o palhaço é o pai de família
Juntaram uma quadrilha de vagabundos
Com o umbigo estufado e peito erguido
Segregaram as fronteiras de um novo mundo
Fizeram da minha luta um tempo perdido
O pódio é mais um produto do ódio
No viaduto do existir
No cume da matéria guardam revolta
Um dia o lixeiro volta a sorrir
Se come caviar de cima do teto
Se torce de amargura num botequim
Cheiro de esgoto a céu aberto
Um pobre pedinte olhou pra mim
O cristo redentor de braços abertos
mostrando o sacrifício de uma cidade
usam telha barata encima dos tetos
e matam o mais fraco por pura vaidade
Eu quero saber qual é o seu nome
E o nome da sua campanha
Será que um dia já passou fome?
Ou ficou endividado por uma semana?
Todo brasileiro é mascavo
Pertencem a essa terra.
Vieram, de não sei onde;
De não sei do que;
E, não sei porque....
Mas vieram e construíram essa nação.
Mistura do mundo novo.
Que se precipitou há nascer.
No solo da terra brejeira.
Não se colocou: nem ; e fronteira.
De alguma cabeça. De quem queria aparecer.
Sabemos a cor de nossa bandeira.
Somos todos mascavos.
Viemos de todo lugar.
O pé no barro e olho no
Futuro. Bons frutos plantar.
“Respeito. Respeito”
Isso é preciso.
O dinheiro juntado no jarro.
Não fica na mão de bandido.
Verdadeiros ladrão da Nação.
Onde o canalha, apropria.
Sobra para o pobre, agonia.
Já fazem 500 anos.
Crescer e amadurecer.
Preconceito. Nunca se admitir.
Afinal , ninguém é tão perfeito.
No seu modo de agir.
Mas , somos todos mascavos.
E podemos encaminhar
Nossa nação.
É o Novo Mundo a emergir.
Se, antes, encaminhado não foste.
No dégradé de suas cores
Nova história. Há de surgir.
Marcos fereS
então percebi que minha felicidade dependia só de mim
e essa foi a primeira vez que me senti livre.
- eu não conseguia falar, então eu escrevi, página 63.
tua ausência me provou que eu não precisava de você
ao sentir a falta de equilíbrio
pensei que estava caindo
mas na verdade eu estava voando
- eu não conseguia falar, então eu escrevi, página 67.