Era
Alienígena
Eu venho de um mundo onde a gentileza era rainha e, o amor era seu cetro.
Eu venho de um mundo onde tratar bem era um dever.
Eu venho de um mundo onde a maior riqueza era a liberdade.
Eu venho de um mundo onde a família amparava.
Eu venho de um mundo onde a dor era sentida por todos.
Eu venho de um mundo onde havia fé.
Eu venho de um mundo onde os idosos eram os de maior valor.
Eu venho de um mundo onde crianças eram sagradas.
Eu venho de um mundo onde só se matava pra comer.
Eu venho de um mundo onde às mulheres ficavam felizes com flores.
Eu venho de um mundo onde os amigos eram amigos.
Eu venho de um mundo onde o elogio era puro.
Eu venho de um mundo não sei onde estou.
Eu vivo num mundo desgovernado, cuja bandeira é o ódio.
Eu vivo num mundo de barbárie.
Eu vivo num mundo escravizado.
Eu vivo num mundo sem proteção.
Eu vivo num mundo de egoísmo.
Eu vivo num mundo sob efeito de calmantes.
Eu vivo num mundo sem o passado.
Eu vivo num mundo profano.
Eu vivo num mundo onde o sangue corre caudalosamente pelas vielas.
Eu vivo num mundo dominado pela luxúria.
Eu vivo num mundo sem ninguém.
Eu vivo num mundo de mentiras.
Eu vivo num mundo não sei pra onde vou.
A era das redes sociais nos apresenta duas verdades incontestáveis: a primeira, um pouco de nossa sabedoria; a segunda, expõe desmedidamente a nossa estupidez.
MORTE LEVE, NÃO DOLOROSA
Assim dizia um poeta,
este poeta que não era triste
nem viva sorrindo à toa
o poeta não era de muitos amigos,
tampouco de muitos amores.
Contudo, ao atingir a maturidade,
quando se viu saciado de dias
falou em uma conversa com Deus,
Deus esse que ele pouco incomodava
com suas necessidades de homem mortal.
Então disse o poeta, sem nenhum traço de melancolia:
Eu, de fato posso concluir com bastante satisfação
que a vida me foi agradável, até muito mais além
daquilo que eu desejava. Usufruiu de quase tudo
aquilo que é possível ao homem desfrutar:
tive filhos e esposa-amante.
Fui contemplado com o dom maior
reservado aos deuses entre os homens,
música e construção, poesia e espiritualidade,
fui pai e avô, usei com equilíbrio
tudo que dá prazer a carne e ao espírito.
Tive tempo e coragem para declarar meu amor
a quem de fato o merecia. Fui bom amigo,
marido dedicado e leal.
Fiz música e poesia para todos,
nunca calei diante da injustiça
em bora a tenha cometido em algum momento
por confusão mental e falta de critério..
Sempre tive coragem moral para defender minhas convicções
para pedir perdão e conceder a quem de mim necessitou,
creio que agora estou concluso, no verso e na prosa.
Então que a morte seja breve, embora leve não possa ser,
mas para mim não será dolorosa.
Evan do Carmo 13\12\19
O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE
O vinho que eu bebi em sua boca me enlouqueceu.
Era de uvas frescas colhidas em tempos da juventude escarlate.
Em tempos que o trem apitava ao longe anunciando sua chegada.
Eu na estação à procura...
Não era mais o menino de alma singela e pura,
mas o homem esbelto com seu paletó aos ombros,
em busca da menina de tranças.
E eu não mais a criança!
Não mais o vestido floral.
Era um tempo de estio, não mais um jardim estival.
Jardim que juntos plantamos para selar nosso amor
de criança...
Hoje quando o trem apita, ouço da vida um prenúncio:
Não mais o trem que chega, e sim, avisa sua partida.
E bebo o vinho embriagante da sua boca, na lembrança.
CACTOS FERIDOS
Arrancaram-se os cactos
onde era o nosso ninho.
E cortaram-se os espinhos!
Perdi meu diamante nas brumas
de uma noite triste!
Desfolharam a flor estranha,
a mais bela do jardim!
Talvez o tempo! O tempo!
E, nossa casa tão sonhada,
ao som de tristes ventos,
em horas caladas se desmoronou...
Não seremos o que sonhamos:
“Pobrezinhos, de mãos dadas
a andar pelos caminhos...”
Bastavam-nos nossos cactos
onde fizemos um ninho!
Talvez o tempo... O tempo!
Roubaram nossa morada
e a arremessaram aos ventos!
Talvez o tempo... O tempo!
CANÇÃO DO AMADO
Era madrugada e ela dormia languidamente
sobre o lençol de cetim.
Sonhou que havia alguém batendo à porta querendo entrar, havia barulhos de mãos na maçaneta.
(Oh, quem seria àquela hora?!)
Era o amado que a chamava para um passeio no jardim,
e lhe trouxera cestas de figos, flores e perfumes...
Mas ela estava cansada!
A luminosidade do lençol de cetim a convidava, dizendo:
- Não abra! É muito tarde!
Eis que o amado saiu com frio e o corpo molhado d’orvalho, às ruas cobertas de folhagens e pétalas que a chuva fizera cair...
Ao longe ainda ouviam-se os passos cansados do amado
e um perfume de flor ficara na maçaneta.
Sentiu saudades! Era dele o perfume.
Saiu correndo descalça e com roupas de dormir.
Havia homens maus nas ruas que a açoitara.
Ela dizia: - Estou atrás do meu amado...
Acaso não o vistes? Ainda há pouco quis estar comigo!
Deixem-me ir!
Mas os homens responderam com escárnio:
- Você não tem amado algum!
Se tivesse, o perfume dele estaria em seu corpo,
porém, agora estará em nossas mãos, será prisioneira
até que seu amado venha buscá-la! Pode dormir!
Agora não mais sobre o lençol de cetim,
mas na calçada suja, molhada.
Corpo ferido, sonhando com o amado e com as flores
que lhe deixara.
(Reeleitura do Cap. 03 de Cantares de Salomão em forma de poesia.)
DUAS FACES DA POESIA
Ontem vi a poesia. E era vestida de chita fina,
enfeitada com colares. Ia por caminhos de flores,
onde se viam os amores encantados,
jovens enamorados, vestidos, alguns de linhos...
E tinha risos no rosto a poesia.
De mãos dadas por entre os pátios,
entre os parques da cidade, até nas pontes se viam!
E era a poesia tão jovem, pele de pêssego rosado,
cheirando a jasmineiro em flor...
Seu nome era amor.
Hoje pelo mesmo caminho, ia novamente a poesia,
tão linda, mas desencantada! Seu rosto triste
e com lágrimas, faltavam-lhe flores nas mãos
e também pelos caminhos.
Usava um vestido surrado, não era mais um brocado,
nem lhe compunham babados! Colares? Quebraram todos.
Até as pérolas morreram ao virem a poesia tão triste!
Faces já enrugadas... O corpo meio curvado!
E ia a poesia de hoje, que era a poesia de ontem.
Não mais na mesma euforia.
Ser jovem! Oh, quem lhe dera!
Naquele viver tão triste, acabara a primavera!
Profundidade,
Tão vasta raridade,
Desejei,
Mergulhei no teu aquário,
Logo eu,
Que era peixe do mar,
De pequenesa,
Imensa tristeza,
Rompi os vidros,
Entre choros e gemidos,
Desaguar-me foi preciso.
"Até que a morte nos separe." Antigamente era mais fácil dizer isso. Havia mais disposição para ver o tempo passar, menos pressa, porque as distâncias eram maiores. Quanto menor a distância, maior é a pressa e a ansiedade de chegar.
O amor já morou por aqui faz tempo/
e mesmo sem endereço certo era assunto de interesse nosso .
O amor não tem mais casa pois deram lugar para a farsa que antes nos rodeava mas não entrava/
hoje é a nossa rotina/ nossa retina/ nossa visão de vida.
Apaguei as luzes
Desliguei a TV
Viajei
Dormi
Sonhei
Reencontrei meu filho
Ainda pequeno
Era energia
Energia pura
Nos abraçamos
Com muito amor
A paz chegou
Plena, tão plena!
Acordei
Com ele no meu coração
Forever
Minha história
Sabe a vida ela é estranha demais, de pequena pensava que minha vida era monótona e faltava algo, pensava que vivia em uma gaiola pequena e de madeira ruim, não tinha muitos planos mas queria uma vida muito melhor e dourada como a filha do vizinho, doce engano, assim o tempo foi passando, um dia, alisando minhas penas jovens e brilhantes, como milagre vi a porta da gaiola entre aberta então saí, voei tão rápido e sem rumo, bati minhas asas tão forte que podia ouvir o vento zumbir ao encontrar minhas penas, outro doce engano, voei e voei meio que sem rumo e quando já estava cansada e dolorida demais por não ter onde pousar e já sentindo medo, encontrei um pássaro um pouco maior, ( todas nós um dia encontramos ), de penas negras e brilhantes mas meus olhos ofuscados pelo sol só percebia a magestade naquele pássaro brilhante então o segui, voei onde voou, pousei onde pousou, vivi antecipadamente anos aos quais deveria viver, pulei etapas e quando percebi estava perdida de asas caídas e penas quebradas pousada sozinha no tronco da velha árvore que nasceu quando nasci, cresceu enquanto eu fugi, envelheceu enquanto eu corri e morreu cumprindo sua jornada enquanto eu me perdi, ali estava eu no local exato onde tudo começou, como já disse a vida é estranha demais, naquele momento pude ver que eu não precisava sair tão cedo só precisava progredir, crescer como pessoa e conhecer e entender minha história, fazer dela a minha vida dourada, hoje sei que já passou, sou feliz onde e com quem estou, sou realizada sou amada e muito abençoada, más poderia ganhado tempo e trocado menos penas das asas voando por ventos mais brandos e pousando em galhos mais sólidos, tive sorte de encontrar e pousar na grande árvore que vivo agora onde pousei e pude descansar minhas asas, onde pude plantar minhas memórias e ter sensação de brisa ao invés de tempestade.
Autoria de paulaaraujobc. ( Ana Paula de Araújo)
Não foi fácil me abandonar
Eu amava muito a vida
Amava ser quem eu era
Mas que surpresa malvada!
De repente tudo ficou nublado
O coração cansado de acreditar
E eu fiquei mais sozinho
Criei um mundo só pra mim
E submerso nesse cantinho
Não vi a hora de voltar
É uma mania de escape
De não sentir tanta dor
Eu não sei identificar
Porém é uma dor que vem da alma
Quando não dá pra aguentar
Eu respiro pra ter calma.
Em pensar que me tornei
Um ser bem diferente de quem
Eu costumava ser
Hoje estou mais calado
Sem sentido pra viver
Me tranco dentro de mim
Pra tentar sobreviver
Não confio em estrangeiros
Todos são uma ameaça
Te abandonam mesmo dizendo que vão ficar
E sem cerimônia nenhuma não hesitam em te deixar
Fingem que te escutam
Mas é tudo ilusão
Eles não ligam pra sua dor
Nem pra sua situação
Já me julguei muito fraco
Por que sempre estou tão triste ?
Mas as vezes eu vejo e penso
Sou a pessoa mais forte que existe
Pra aguentar tudo isso
Que transborda dentro de mim
Tem que ser muito "forçudo"
Pra na vida não por fim!
Amor ou amizade
Pulei em cima do muro,
Junto comigo foi um amigo,
A decisão era escolher o lado,
O lado do amor ou da amizade,
Ali sentados no muro, juntinhos,
Sentimos que era bom na verdade,
Ficar entre o amor e a amizade,
Você comigo e eu contigo.
Eu não acredito no óbvio. Porque se uma coisa é óbvia só depois que alguém fala, não era óbvia. Logo, o óbvio não existe.
Em 2019 Fiquei livre para seguir os passos da vida, e tudo que eu mais queria era que me prendessem num abraço.
Mas tive que aprender a voar.
Entendi que merdas acontecem para te deixar mais forte.
Que se não soma, é melhor sumir mesmo.
Que responsabilidade emocional não é pra todos.
2019 era pra ser o ano de mudanças e realmente foi...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp