Era

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Eu era, mas já não sou
Autor: LCF

1
Eu era feliz;
Amigo e amável;
Contudo, agora;
Sou triste e imprestável;
Abominável.

2
Sinto-me assim;
Pois em tempos eu era;
E já não sou.

3
Eu ajudava;
Explicava e auxiliava;
Mas isso é passado;
Porque neste momento estou chateado;
Sendo que antes não estava.

4
Espero que isto passe;
Se nada mudar;
Não sei no que isto vai dar;
E eu quero o meu futuro a funcionar;
A funcionar direito.

A Rosa

Era uma vez, um jardim encantado onde só entrava quem recebia permissão
Esse jardim cheio de flores se chamava coração.
Lá havia um tipo especial de flor, uma rosa alaranjada,
Ela amava todas as flores e por todas era amada.

Um rapaz mal intencionado, percebeu que a flor era especial
E na calada da noite, sorrateiramente invadiu o roseiral.
Ele queria que a rosa embelezasse seu paletó,
Mal sabia que a rosa laranja por ele só sentia dó.

Ele a arrancou de seu solo fértil e pra longe a levou
A rosa murcha de tristeza aos poucos se fechou.
Aquela pequena flor que brilhava para quem a sorria
Agora a cabeça abaixava e chorando todos os dias vivia

Suas pétalas desbotadas já não embelezavam o terno do moço
Ele então arrancou pétala por pétala e as jogou no fundo do poço.
A pequena rosa que antes foi bonita e perfumada
Agora era história, lembrança de outra vida, uma vida em que foi amada.

O rapaz nunca mais roubaria de um jardim outra flor
Aquela rosa não podia ser colhida, devia ser plantada, ela se chamava amor.

Com o caule morto da rosa já despedaçada, o homem se deu a chorar.
Suas lágrimas e as poucas sementes do caule, fizeram no solo uma nova flor brotar.

E de algo que não deu certo, machucou e virou pó
Surgiu uma nova roseira, bonita como só.
O amor agora foi cultivado com amor
E o homem aprendeu que só assim a vida floresce e só assim a vida dá flor.

"Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O “acabou” sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim."
Tati Bernardi

Ela era uma menina jovem e triste, mas jamais negou um sorriso à um estranho.

O Boi Velho

Uma das coisas mais ingênuas e comoventes da vida do Barão do Rio Branco era o seu sonho de fazendeiro. Homem nascido e vivido em cidade, traça de bibliotecas, urbano até a medula, cada vez que uma coisa o aborrecia em meio às batalhas diplomáticas, seu desabafo era o mesmo, em carta a algum amigo: “Penso em largar tudo, ir para São Paulo, comprar uma fazenda de café, me meter lá para o resto da vida…”

Nunca foi, naturalmente; mas viveu muito à custa desse sonho infantil, que era um consolo permanente.

Por que não confessar que agora mesmo, neste último carnaval, visitando a fazenda de um amigo, eu, pela décima vez, também não me deixei sonhar o mesmo sonho? Com fazenda não, isso não sonhei; os pobres têm o sonho curto; sonhei com o mesmo que sonham todos os oficiais administrativos, todos os pilotos de aviação comercial, todos os desenhistas de publicidade, todos os bichos urbanos mais ou menos pobres, mais ou menos remediados: pegar um dinheirinho, comprar um sítio jeitoso, ir melhorando a casa e a lavoura, vai ver que no primeiro ano dava para se pagar, depois quem sabe daria uma renda modesta, mas suficiente para uma pessoa viver sossegada; com o tempo comprar, talvez mais uns alqueires…

Meu pai foi durante algum tempo sitiante, minha mãe era filha de fazendeiro, meus tios eram todos da lavoura… Mas que brasileiro não é mais ou menos assim, não guarda alguma coisa da roça e não tem a melancólica fantasia, de vez em quando, de voltar?

Aqui estou eu, falso fazendeiro, montado no meu cavalo, a olhar minhas terras. Chego até o curral, um camarada está ordenhando as vacas. Suas mãos hábeis fazem cruzar-se dois jatos finos de leite que se perdem na espuma alva do balde. Parece tão fácil, sei que não é. Deixo-me ficar entre os mugidos e o cheiro de estrume, assisto à primeira aula de um boizinho que estão experimentando para ver se é bom para carro. Seu professor não é o carreiro que vai tocando as juntas nem o pretinho candeeiro que vai na frente com a vara: é um outro boi, da guia, que suporta com paciência suas más-criações, obrigando-o a levantar-se quando se deita de pirraça, arrasta-o quando é preciso, não deixa que ele desgarre, ensina-lhe ordem e paciência.

No coice há um boi amarelo que me parece mais bonito que os outros. O carreiro explica que aquele é seu melhor boi de carro, mas tem inimizade àquele zebu branco vindo de Montes Claros, seu companheiro de canga; implica aliás com todos esses bois brancos vindos de Montes Claros. O caboclo sabe o nome, o sestro, as simpatias e os problemas de cada boi, sabe agradar a cada um com uma palavra especial de carinho, sabe ameaçar um teimoso – “Mando te vender para o corte, desgraçado!” – com seriedade e segurança.

Ah, não dou para fazendeiro; sinto-me um boi velho, qualquer dia um novo diretor de revista acha que já vou arrastando devagar demais o carro de boi de minha crônica, imagina se minhas arrobas já não valem mais que meu serviço, manda-me vender para o corte…

Tão simples encontrar motivos para se afastar. Sinal de que o fio que unia era frágil demais, pelo menos para um dos dois. O motivo é apenas uma desculpa.

"Era só isso?" _ Sim, só isso.
Existe sabedoria na descoberta de que tudo é imperfeito e trivial.
Quando fazemos as pazes com a imperfeição dos dias, das pessoas, de nós mesmos... deixamos de estar insatisfeitos; enfim relaxamos e aprendemos a contemplar o presente.
Quem acreditou que o "só isso" não bastaria, comprou a falsa ideia de felicidade, a felicidade plastificada que só funciona no photoshop, mas que não é definitiva nem palpável.
Altos e baixos hão de vir, mas o restante é simples. O restante é modesto. A maioria dos dias é comum, familiar, gratuito _ feito papel pardo atado com barbante...

Ontem, eu era feliz
Eu sabia sorrir
Eu sabia dançar
Eu sabia amar.

Sonhei com você, era tão bom que não quis acordar, no silencio eu pensava na gente, o que será daqui pra frente?
Eu vou te amar eternamente, o que sinto não é amor, não sei explicar eu sei que é bom, é gostoso, uma coisa louca, Será paixão, será desejo será que passa com um beijo ?

Cansei de procurar
O pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu

Quando você me deixou
Fui mutilado
Era parte de mim
Sim, me senti amputado

E essa dor corroeu até o osso
sua falta me enfraquece
Deixa-me vulnerável, exposto
Situação que me enlouquece

Deveria ter me acostumado
A ver as pessoas me deixando
Já devia ter cicatrizado
Mas ainda estou sangrando

Esse foi o pior dos abandonos
De dos quais senti
O qual, mas fiquei desolado
Por que eu já era dependente de ti

TUDO BLUES
Finalmente
O final diz a verdade
E você jazz era.

Toda a sua vida, todo o seu amor, todo o seu ódio, toda a sua memória, toda a sua dor. Era tudo a mesma coisa. Era tudo o mesmo sonho. Um sonho que você teve dentro de uma sala trancada. O sonho de ser uma pessoa.

(Rustin Cohle)

ERA ILUSÃO

O amor
É muito para mim
Que vivo de ilusão,
crio expectativas
e machuco o coração...
A paixão
Talvez seja essa a solução
viver apaixonado
imaginar ter alguém do lado
que doce sensação...
Superação
Foi lutando que consegui,
vencendo eu me firmei
ganhando elogios nas batalhas
até o difícil eu superei...

me desculpe

por te empurrar
quando o que eu mais queria era você do meu lado.

me desculpe por preferir ficar em casa do que sair contigo.

me desculpe por “desistir” assim tão “fácil”.

me desculpe por não saber insistir.

é que você sempre foi algo bom demais
e eu nunca tive sorte de ter algo bom comigo.

⁠Ontem eu era jovem e acreditava saber de tudo. Hoje não sei nem de mim!

Quando fiquei velha ainda era moça... por isso tenho o andar vagaroso e o olhar demorado. Por isso compreendo a urgência da vida dentro da paciência tão necessária. Porque se nada é pra já, nada também se repete, e um atraso, meu amigo, um atraso pode significar mais que um depois; pode significar nunca mais!

Poema

E era tudo
Era a carne
Era a pele e era o toque
Era o cheiro e o gosto
Era a paixão e o cuidado

E era tudo
Era tudo, mas não era a alma

E sem a alma, a carne apodreceu
A pele enrijeceu
O cheiro perdeu o odor
E o gosto o tal sabor
A paixão ficou sem palpitação
E o cuidado perdeu o afago

Porque era tudo, mas não era amor.

era um domingo a tarde e eu não parava de pensar em nós.

Quando a vi,
... li Maria Bethânia,
... uma graça um poeta uma deusa em flor.
E era tanta gratidão em atos,
onde jamais tive dúvida de de fato que ali era puro Amor...
Ela não mendigava,
Ela era a divindade exposta,
... e se por acaso houvesse quem
dela duvidava, com certeza nem notava, em suas belas palavras a Gratidão que expressava sem dizer o nome d’ela