Epoca de Cora Carolina

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A amizade do analfabeto é sincera. E o ódio também.

Que efeito surpreendente faz a comida no nosso organismo! Eu que antes de comer via o céu, as árvores, as aves, tudo amarelo, depois que comi, tudo normalizou-se aos meus olhos.

A comida no estômago é como o combustível nas máquinas. Passei a trabalhar mais depressa. O meu corpo deixou de pesar. Comecei a andar mais depressa. Eu tinha a impressão que eu deslizava no espaço. Comecei a sorrir como se estivesse presenciando um lindo espetáculo. E haverá espetáculo mais lindo do que ter o que comer? Parece que eu estava comendo pela primeira vez na minha vida.

Fui ficando triste. O mundo há de ser sempre assim: negro para aqui, negro, para ali. E Deus gosta mais dos brancos do que dos negros. Os brancos têm casas cobertas com telhas. Se Deus não gosta de nós, por que é que nos fez nascer?

Eu estava pagando o sapateiro e conversando com um preto que estava lendo um jornal. Ele estava revoltado com um guarda civil que espancou um preto e amarrou numa árvore. O guarda civil é branco. E há certos brancos que transforma preto em bode expiatório. Quem sabe se guarda civil ignora que já foi extinta a escravidão e ainda estamos no regime da chibata?

Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar, eu escrevia. Tem pessoas que, quando estão nervosas, xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o meu diário.

As pessoas são como retas concorrentes, se cruzam em um determinado ponto na vida e depois se separam.

As vezes precisamos ver que tem amigos que se vão para o nosso próprio bem, já outros que ficam para o nosso mau

⁠Atualmente somos escravos do custo de vida.

Nunca ame alguém que o valor não seja dado a você, só ame a quem te amas e te admira.
Na vida, na pobreza ou na felicidade essa pessoa que você ama estará com você.

⁠Muitas fugiam ao me ver…

Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia

Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto

Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.

Carolina Maria de Jesus
Antologia pessoal. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.

Pense em uma cachoeira, vc sente prazer e leveza.

Meus amigos são os melhores.
Aqueles da vida toda, aqueles que eu já não vejo, aqueles de agora...
Se choram, me dá vontade de pegar no colo.
Se ficam tristes, quero fazer rir.
Se sonham com coisas, eu quero dar de presente.
Se estão pertinho, eu quero abraçar e beijar.

Queria sempre ter energia pra "contaminá-los" com sorrisos, luz, alegria e sorte.
Ilumina eu, papai do céu.

Inserida por chcastro

No meio do dia corrido
casa, trabalho, estresse
amigo arranja um tempinho
e te abraça por SMS

São muitos os recursos
e algum ele usa, certamente
Whatsapp, Facebook, E-mail
se é amigo se faz presente

Cinco minutos por dia
pra acarinhar quem te quer bem
sempre há um tempinho
no intervalo, no carro ou no trem

Se nos lembramos de três amigos
em cada novo dia
serão noventa em um mês
para isso há tecnologia!

Sentimento não tem tempo
de hoje, de sempre ou antigo
valorize quem te gosta
cuida do seu amigo!

Inserida por chcastro

Eu sou negra, a fome é amarela e dói muito.

Inserida por pensador

No dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual: a fome!

Inserida por pensador

Deixei o leito furiosa. Com vontade de quebrar e destruir tudo. Porque eu tinha só feijão e sal. E amanhã é domingo.

Inserida por pensador

O Estado está presente ali apenas para reprimir.

Inserida por pensador

Os brancos de agora já estão ficando melhor para os pretos. Agora, eles atiram para amedrontá-los, antigamente atiravam para matá-los.

Inserida por pensador

As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de veludos, almofadas de cetim. E quanto estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.

Inserida por pensador