Epígrafes para Ciências
Enquanto cientistas da IA se encantam com possibilidades infinitas, as ciências humanas refletem sobre limites e consequências éticas.
Ao longo do tempo, as ciências humanas nos permitiram definir propósitos fundamentais para nossa existência e estabelecer padrões que regem nossa convivência em sociedade. Por outro lado, as disciplinas exatas nos deram os recursos técnicos para realizar esses propósitos. No entanto, é notório que países como o Brasil têm negligenciado essa área das humanidades, considerando-a desprovida de utilidade. Essa postura resulta, nos dias atuais, em uma lacuna no entendimento de nossos objetivos individuais e coletivos, assim como na elaboração dos modelos necessários para alcançá-los.
Equanto as ciências estão cercadas de dúvidas.
As pseudociências dormem e acordam agarradas em certezas absolutas.
Compare matemática e ciências políticas — é bastante surpreendente. Na matemática, na física, as pessoas estão preocupadas com o que você diz, não com o sem diploma. Porém, a fim de falar sobre a realidade social, você deve portar credenciais apropriadas, particularmente se diverge do modelo de pensamento aceito. De modo geral, parece correto dizer que, quanto mais rica a substância intelectual de uma área, menor a preocupação com credenciais e maior a preocupação com conteúdo.
Os conceitos teóricos usados nas Ciências dos Desastres devem ser usados como ferramentas de compreensão e mudança em uma ação observável na sociedade, e não como um tacape (clava) para agressão, discórdia e divisão.
Se a física com suas fórmulas e números longos parece uma coisa complicada, as ciências sociais são muito mais. É que o reducionismo, isto é, a possibilidade de quebrar um fenômeno complexo em elementos mais simples para entendê-lo, funciona melhor nas ciências exatas do que nas que envolvem seres humanos.