Enterro

Cerca de 150 frases e pensamentos: Enterro

Não quero flores no meu enterro, pois sei que vão arrancá-las da floresta.

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

A Hora Íntima

Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: — Nunca fez mal...
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: — Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: — Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: — Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: — Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?

E quando eu morrer
Eu não quero enterro
Eu não quero tristeza
Nem choro, nem dor

E quando eu morrer, não será morte, será liberdade...

Eu morri...

Meu coração parou
Já não sinto mais nada
Os meus sonhos, objetivos, metas
vontades e desejos
Tudo acabou

Não sinto calor, nem frio
Não sinto mais aquele velho vazio

Não sinto paixão, nem amor
O sentimento que um dia me destruíra agora se tornou indolor

A felicidade... bom, que felicidade?
Já não existia esse termo na minha mentalidade

Decepção? que decepção?
Sumiu tudo do meu velho coração

Eu tive tudo... tive bons pais, uma boa família, bons amigos, bons professores, uma boa namorada e uma boa vida. Mas no fundo eu não tinha nada, era só um pedaço de carne que escrevia por charme...

Eu acho que sempre esperei o fim, o desconhecido parecia sempre melhor do que a realidade, uma fuga pros meus problemas

Mas quando eu morrer
Não quero que deem importância
Não quero que vejam valor
Na minha enorme insignificância

No meu fim, quero deixar bem claro
Que eu não tive uma vida, eu tive um fardo
Mas o meu adeus enfim, eu consegui
E constatei que eu não vivi, eu apenas existi...

Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: — Nunca fez mal...
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?

É cômodo, um enterro: pode-se ter um ar aborrecido com as pessoas e elas tomam-no por tristeza.

O enterro de meu pai. Lembro que atravessamos a rua e entramos na casa mortuária. Alguém dizia que meu pai tinha sido um bom homem. Me deu vontade de contar a eles o outro lado. Que ele era um homem ignorante. Cruel. Patriótico. Com fome de dinheiro. Mentiroso. Covarde. Um impostor. Minha mãe só estava há um mês debaixo do chão e ele já estava chupando os peitos e dividindo o papel higiênico com outra mulher. Depois alguém cantou. Nós desfilamos diante do caixão. Talvez eu cuspa nele, pensei.

Me fingi de morto para ver o enterro que me fariam.

Fidel Castro

Nota: Presidente de Cuba, ao se recuperar do desmaio que sofreu quando discursava em Havana.

Porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você. Seja gentil, convide-o para entrar.

Ela estava nascendo, depois de tantas mortes. Finalmente estava nascendo. E depois de tantos enterros de sementes o amor floresceu. Silencioso. Calmo. Terno. Lindo. Como deveria ser.

Quem pagará o enterro e as flores, se eu me morrer de amores?

Quando disseram ao gato que o seu excremento era útil, ele começou a enterrá-lo.

Só vim até aqui te convidar pra animar o meu enterro.
Não há lugar melhor pra disfarçar, fingir que vai sentir saudade.

Inserida por BandaTopaz

⁠Quando Deus chama, você tem que responder.

Inserida por pensador

⁠Quanto mais eu lucrar, mais fácil será atender às exigências dos clientes e contemplar as necessidades deles.

Inserida por pensador

⁠Na minha visão, se tentam se aproveitar de você, e você sabe que é errado, a idade não importa.

Inserida por pensador

⁠Ele tentou me arruinar, e não acho que devo aceitar calado.

Inserida por pensador

⁠Uma coisa que eu sempre procuro dizer a ele é para nunca se esquecer de onde veio. Continuar humilde.

Inserida por pensador

⁠Quando estou diante de pessoas iguais a mim, eu viro um maestro.

Inserida por pensador

Quando escrevo, saio do corpo, vou ao meu enterro e choro
copiosas lágrimas de saudades minhas.