Efêmero
Um amor, para não ser efêmero, para que
possa ter uma vida longa, tem que
estar bem sedimentado na amizade...
A paixão garante intensidade,
mas não a durabilidade...
Osculos e amplexos,
Marcial
PAIXÃO OU AMOR, SUAS DIFERENÇAS
Marcial Salaverry
O amor pode ser eterno, enquanto é terno, pode ser efêmero ou ter vida longa, eis que nem sempre um amor perdura. Por vezes algo acontece, e então o encanto que existia se quebra, e o amor termina. Algumas vezes bilateralmente, mas na maioria dos casos, apenas unilateralmente. No primeiro caso, geralmente existe um acordo tácito, e o relacionamento termina numa boa, naturalmente, pois o amor não estava firme, e não resistiu ao tempo, ou a alguns contratempos. São coisas da vida, da inconstancia natural de certas criaturas, que nem sempre estão seguras de seus sentimentos.
Mas quando o amor termina unilateralmente, um lado sempre sofre, pois ao perceber que perdeu o amor de quem ainda ama, vem sempre aquele gosto triste na boca, e quem já passou por isso, é que pode dizer, e apenas uma atitude cabe nesse caso. Mesmo que doa, é melhor aceitar o fim de tudo, do que viver uma vida em cima do muro, na expectativa de que a situação possa reverter. Se algo findou, se o encanto que havia se quebrou, jamais voltará ao ponto anterior, e se houver um reply, nunca será a
mesma coisa.
Amor sempre deve ser encarado como coisa séria, ou existe, ou não existe. Quando é assim encarado, mesmo que o amor termine, pode ficar uma amizade. Não se deve terminar com inimizade. É triste ver pessoas que chegaram a se amar, passarem a se encarar como inimigos, mas a verdade nos diz que havendo diálogo, aceitação e respeito, sempre a amizade pode permanecer. O que não pode haver é uma perseguição sem sentido em busca do que se perdeu. Se terminou, que cada qual siga seu caminho em paz, e será bem mais fácil viver algo novo.
O amor quando é sincero, não fere, não magoa, não é egoista. Em verdade, o amor é cumplicidade, é troca. É doação. O amor pode acabar, às vezes, por desgaste, provocado por uma rotina na convivencia do dia a dia, ou quando um dos parceiros encontra outra motivação na vida, mas mesmo que um dos parceiros continue amando, ninguém morre por se separar, pois a vida continua e tem sempre algo ou alguém que poderá aparecer e traga nova motivação para prosseguir vivendo normalmente, com um novo relacionamento.
A auto estima não pode jamais ser perdida. Ninguém pode sofrer por se considerar culpada pelo fim do amor. Simplesmente aconteceu. Não será o primeiro amor que acaba, e nem tampouco o último. E mesmo que não encontre outro alguém, deve procurar forças naquela simpática pessoa do outro lado do espelho. Ou em um filho. Ou em uma amizade leal e sincera. Sempre é possível encontrar uma nova motivação, que pode mesmo ser na nobre missão de auxiliar a quem estiver necessitando de algo, de uma companhia, como um voluntariado para auxiliar em asilos ou creches. É um amor muito nobre.
Quando se pergunta como um amor acaba, ninguém saberia explicar, pois cada caso é um caso, e é algo que acontece muito rápido e quando se dá conta, ele simplesmente acabou. E a pergunta que não quer calar, e que ninguém sabe responder, é esta: "Por que relacionamentos durante muito tempo estáveis um dia acabam?"
Pensem nisto. E enquanto isso, vamos ter UM LINDO DIA, ao lado de um amor ou não, eis que para viver esse lindo dia, apenas precisamos levar esse desejo na alma, e na dúvida, vamos escolher pelo menos que possamos nos sentir felizes, ainda que não o sejamos totalmente...
Não tenho mais tempo para o efêmero, para o vazio, para tristeza..
Quero me entupir de cores, de brilho, de sorrisos que é o q encanta a alma.
Me transbordar de vc em cada poro, escorrendo e iluminando minha existência.
O ser humano anseia em amar o que é eterno ...
Tudo nesse mundo acaba, é efêmero, temos que amar sobre todas coisas o que nunca acaba, é somente Deus.
O sempre é uma pena, pois, limitado pelo tempo, torna-se efêmero, cai na areia com leveza mas deixa-se levar pelo vento.
No efêmero palco da existência, o dia de viver desvela-se como uma dádiva única: o hoje. É na efervescência desse momento presente que tecemos a trama das nossas experiências, entrelaçando sonhos e realidade. Assim, o hoje se torna o epicentro da nossa jornada, o lugar onde a vida pulsa com vigor.
O amor, esse sentimento intrínseco à nossa essência, também encontra sua morada no hoje. Cada batida do coração ressoa a melodia da afetividade, convidando-nos a mergulhar nas profundezas desse oceano emocional. Nesse dia, os laços se fortalecem, e a beleza das relações floresce como um jardim em plena primavera.
Contudo, a complexidade humana traz consigo a necessidade de reconciliação. O hoje se torna o cenário propício para o ato nobre de perdoar e pedir perdão. Nas interações intrincadas da vida, reconhecer nossas falhas e estender a mão da compreensão é um gesto de coragem. O perdão, qual bálsamo para a alma, liberta-nos das amarras do ressentimento, permitindo-nos avançar com leveza.
Portanto, que cada nascer do sol nos lembre da preciosidade do hoje. Que cada batida do coração ecoe a sinfonia do amor. Que, no palco efêmero da existência, o perdão seja o protagonista, transformando o hoje em um eterno presente de oportunidades para viver, amar e reconciliar-se.
Na dança intricada entre o efêmero e o eterno, a morte não é apenas um fim, mas um eco que ressoa na eternidade da beleza que deixa para trás em um toque celestial ao ato final...
Em um mundo que muitas vezes busca reconhecimento efêmero, a verdadeira essência da existência revela-se na simplicidade de trabalhar por uma causa, não por aplausos passageiros. Cada passo em direção a um propósito mais amplo transcende a busca incessante por aprovação externa. Viver a vida para expressar, não para impressionar, é adotar uma filosofia que vai além da superfície. Ao dedicar-se a uma causa significativa, somos chamados a contribuir para algo maior do que nós mesmos, desafiando a lógica das aparências e desvendando o poder intrínseco. Nesse caminho, descobrimos que a verdade não reside nos aplausos fugazes, mas na ressonância duradoura que nossa contribuição deixa no mundo. Trabalhar por uma causa é, portanto, viver com um propósito duradouro, enquanto viver para expressar, não para impressionar, é abraçar a liberdade de sermos genuínos em nossa jornada pela plenitude.
No palco da vida, breve jornada,
Cada alma dança, uma balada.
Efêmero é o tempo que aqui se tem,
Mas na essência da existência, há um além.
Não são anos que contam a história,
É a intensidade que traz à memória.
Na dança efêmera do respirar,
Encontramos razões para amar.
Não importa o relógio que tic-taca,
Mas sim a alegria que em nós se destaca.
Cada batida do coração, um compasso,
A vida, um poema que escrevemos em abraços.
Morreremos todos, destino comum,
Mas como vivemos é o nosso cartum.
No caderno do tempo, o que gravamos,
São os sorrisos, os amores que deixamos.
Que a melodia da vida seja intensa,
Que o amor seja a essência.
Na efemeridade do nosso viver,
A beleza está em aprender a florescer.
O sentido da vida que muitas vezes buscamos no nosso efêmero viver, não está onde pretendemos chegar, mas no caminho que percorremos até ele.
Crônicas do Efêmero
No ritual matinal do café quente,
abre-se o dia com moderação,
enquanto o sol, comedidamente,
ensaiando seu brilho, molda a mesa com precisão.
A brisa, tímida e reflexiva,
percorre as folhas com lembranças,
como quem passeia entre memórias,
de um tempo que, na verdade, nunca se foi.
O riso infantil, puro e indomável,
corre sem destino certo,
como se a vida lhe pertencesse,
e o momento fosse uma eternidade.
Um abraço inesperado,
que sem alarde se anuncia,
carregando em seu simples gesto
todo o peso suave da afeição.
E no reencontro com os amigos,
as palavras fluem sem pressa,
entre risos, confidências e recordações,
como se o tempo, por um instante, se esquecesse de passar.
São essas minúcias da existência,
aparentemente insignificantes,
que compõem, em segredo,
o grande romance da vida.
Enquanto meu corpo envelhece e esmorece, minh'alma sapiente se apazigua e desdenha do efêmero mundanismo. Sou mais eterno do que "calculava"...
No compasso efêmero do tempo vagueio,
Entre mistérios, desafios, e receios.
Tenho pouco tempo, tão breve e escasso,
Para decifrar os enigmas do meu passo.
Neste labirinto de dúvidas e desejos,
Busco compreender, mas me vejo a esmo.
Eu tenho pouco tempo, para entender muito pouco,
No eterno embate do que é certo e louco.
As horas escorrem como areia na ampulheta,
E na efemeridade, a vida se completa.
Tenho pouco tempo, para desvendar o mistério,
Neste universo vasto, tão belo e sério.
Assim sigo, entre o pouco tempo e o muito pouco,
Em busca de sentido, neste caminho louco.
Pois mesmo na brevidade, há beleza e encanto,
E é nesse paradoxo que encontro meu canto.
Tempos modernos
Hoje o amor é tão efêmero e os casamentos duram tão pouco que até a tradição de jogar o buquê está mudando: no lugar deles, as noivas estão jogando os maridos.
“O homo sapiens, esse ser efêmero e inquieto, transcende sua mera corporeidade para se tornar um arquiteto da própria realidade. Os pensamentos, essas partículas sutis de consciência, desdobram-se como constelações no firmamento da mente, traçando órbitas invisíveis que guiam nossa jornada. Quod enmim est erit semper, ecoa a voz ancestral de Hermes, inscrita nas tábuas do tempo, sugerindo que a essência subjacente à tessitura do universo permanece inalterada, como um mantra cósmico entoado pelos deuses. Somos sombras projetadas na caverna platônica, imitando o arquétipo oculto, ou espelhos que refletem as verdades arcanas que residem no âmago de nossa psique. E assim, em um ato de alquimia mental, somos mais do que matéria e carne; somos pensamentos cristalizados, forjados na fornalha do ser, materializados em uma dança efêmera de átomos e significados.”
Chegar lá é algo efêmero, que só se mostra o início de uma fase mais importante ainda, cheia de responsabilidades. Quanto mais desafios complexos, melhor!
Pensamentos voam no tempo efêmero de tua eternidade.
Foi letal certa suposta e casta santidade, pois levou consigo momentos onde os ventos sussurram, nunca esquecidos, sonhos, planos e plena vida de minh'alma, alegria que antes de ti a muito jazia entorpecida.
Enquanto o amor romântico, efêmero como uma chama, pode nos incendiar com paixão, é o amor autêntico, a brasa que perdura, que nos sustenta através dos tempos e provações, a base sólida sobre a qual o romance genuíno pode florescer.
Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.
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