Educador Físico
Sou feita de cuidado.
Das palavras que não querem apenas dizer, mas tocar.
Dos gestos que não aceitam o mais ou menos — porque aprendi que o que é feito com verdade precisa ser inteiro.
Sou educadora por vocação, escritora por essência.
Não me contento com o raso.
Busco profundidade.
Quero beleza com propósito, imagem com sentimento, texto com alma.
Tenho um olhar apurado para os detalhes e gosto de transformar o simples em algo memorável.
Sim, sou exigente — mas não por vaidade.
É por respeito ao que acredito, ao que entrego, ao que represento.
Sou ponte: entre o sensível e o profissional, entre o lúdico e o necessário, entre o afeto e a ação.
Sou raiz e voo. Palavra e silêncio.
Não passo pela vida apenas — eu deixo marca.
Não crio só conteúdos — eu cultivo sentimentos.
E isso… não se aprende em qualquer lugar.
É dom. É missão.
É ser quem eu sou: com presença, entrega e amor.
Um professor, que apenas acumula
o conhecimento teórico acadêmico
e a prática pedagógica adquirida
da experiência de sala de aula,
não tem a condição necessária
para credenciá-lo como educador,
pois educar exige muito mais do que saber
passar conteúdos com a qualidade
que a a teoria e a prática pode proporcionar.
O processo de ensino e aprendizagem
só ocorre de forma exitosa
se ambos, professor e aluno, estiverem
conscientes da importância que há no comprometimento que os unem. Sendo que o educador tem que ter a sensibilidade de perceber que a ausência de foco do seu discente pode ser resultado direto da incapacidade metodológica de dá significação ao processo.
Educar é muito mais complexo
do que apenas transmitir
o conteúdo previsto em um currículo.
É, principalmente, enxergar a singularidade
que há por trás de cada olhar
oriundo das cadeiras que estão
dispostas diante do educador.
Quem eu educo?
Será que educo?
E se educo, para que educo?
Ou faço apenas a mediação
entre aquele que penso educar
e um processo de ensino que
não vincula o discurso
com a prática?
Não! Não sei!
Não sei se sou um educador
que não se coaduna
com o sistema de ensino
da minha época,
ou se é este que não faz
sentir-me um educador,
mas um mero representante
de uma instituição social
que enxerga o tempo como
acinésico.
A certeza que tenho
de que o exemplo
ensina mais do que
qualquer palavra,
faz com que eu, quanto educador,
seja crítico com o meu
modo de ser
diante dos meus educando.
Ser professor é enxergar na falta de estímulos, a força para continuar acreditando em suas verdades quanto educador.